O blog pretende postar aos leitores, ao longo desta semana, detalhes da atuação da Home Care Medical, empresa que forneceu remédios para a Prefeitura de Limeira em 2005 e 2006 e cujos sócios atualmente estão presos por envolvimento numa máfia que fraudava licitações em hospitais e prefeituras de vários Estados.
Para começar, adiantaremos que o MP de Limeira, assim como de todo o Estado, tem muito a investigar sobre coisas comuns nas licitações vencidas pela Home Care, empresa sob a qual pesam acusações muito mais sérias e gritantes que a Editora Múltipla, alvo de outra ampla investigação do MP.
Uma das principais atribuições da Home Care é exatamente a mesma que a Unifarma tem em Limeira: gerenciar o almoxarifado e distribuir remédios. As duas têm sede em Guarulhos. Ambas já são investigadas pelo MP. Em 2005, as duas empresas foram as únicas, entre 36, que se adequaram às exigências (restritivas, segundo o TCE) da Prefeitura para o fornecimento de remédios.
Na concorrência vencida pela Unifarma para o controle de medicamentos, a Home Care não só participou, mas chegou a ser considerada vencedora, como mostra o jornalista Carlos Chinelatto na edição de ontem do JL. Depois, a Unifarma foi aclamada vencedora. Em Paulínia, ocorreu o inverso: a Home Care faturou a licitação, a Unifarma não levou. É bom ressaltarmos: o nome da Unifarma não foi mencionado pelo até agora nas investigações.
Diz o MP: "A quadrilha manipulava editais de licitação de materiais e de insumos médico-hospitalares, de forma que os editais exigiam especificações técnicas que somente um grupo restrito de empresas poderia atender. Essas empresas faziam acordos entre si, combinando quais delas venceriam determinadas licitações. Além de superfaturar os preços, as empresas subornavam os pregoeiros para que empresas concorrentes de boa fé fossem desclassificadas durante o processo. As vencedoras das licitações recebiam o pagamento, mas nem sempre entregavam as mercadorias, entregavam quantidades menores que as contratadas ou produtos diferentes do objeto da licitação".
Também o MP: "O esquema era operado por empresas constituídas por “laranjas” ou por empresas de investimentos sediadas no exterior (offshores). As investigações comprovaram a prática de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, peculato e formação de quadrilha".
Há coisas mais cabeludas ainda nos negócios da Home Care, que postaremos mais tarde. Investigar que tipo de relações em comum existe entre a Home Care e a Unifarma pode ser um dos passos iniciais da apuração.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
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