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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Cúpula do PCC em Limeira é condenada

A juíza Michelli Vieira do Lago, substituta da 3ª Vara Criminal de Limeira, condenou 14 pessoas ligadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) por formação de quadrilha, entre eles líderes como Adriano de Toledo, 31, o “Gibi”, e Josevaldo Gomes de Sá, 48, o “Baiano”, chefes de tráfico e articuladores de ordens vindas de instâncias superiores da organização.

O grupo foi enquadrado por formação de quadrilha, cuja pena é de um a três anos de reclusão, mas recebeu condenação prevista também de acordo com o artigo 8º da Lei 8.072/96 (Lei de Crimes Hediondos). Quando há uma organização que comete crimes hediondos, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas ou terrorismo, a pena-base sobe e, no mínimo, varia de três a seis anos de reclusão.

“Gibi” foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão. Ele é acusado pela polícia de ordenar os ataques da facção criminosa em Limeira em maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações orquestradas em todo o Estado contra as forças de seguranças públicas. “Gibi” teria dado as ordens por celular de dentro da penitenciária de Casa Branca.

A ordem de “Gibi” foi para que fossem atacados órgãos públicos, bases da Polícia Militar, juízes, promotores e políticos e promover terror. Ele teria pedido para que três comparsas fossem acionados para executar as ações: Adair José dos Passos Saldanha, o “Neguinho” ou “Bolidor”, Gilmar Queiroz de Oliveira, 28, e o vendedor Marcelo Nunes de Oliveira, 22, o “Rajada”. Gilmar foi condenado a sete anos e quatro meses de cadeia; “Neguinho” e “Rajada” pegaram seis anos de reclusão cada.

As ações em Limeira resultaram na morte de dois policiais, três suspeitos e quatro supostos desafetos da facção. “Gibi” ainda será levado a júri popular pela morte do soldado da PM Rômulo Henrique Davi, 23. Gravações da polícia mostram “Gibi” recebendo ordens, para serem retransmitidas, que teriam como objetivo fazer o maior estrago possível, detonar agências bancárias, shoppings, metrôs, terminais de ônibus, fóruns e incendiar São Paulo inteira, só parando quando fosse pedido. Em Limeira, diversos ônibus foram incendiados e o pânico instalou-se em 15 de maio de 2006, fechando lojas, repartições e escolas em plena luz do dia.

Outros conhecidos nos meios policiais envolvidos nos ataques integram a lista de condenados. “Baiano”, pegou sete anos e quatro meses de prisão. Ele foi preso em Minas Gerais em 2007, quando estava entre os três criminosos mais procurados do Estado de São Paulo. “Baiano” comandava, no bairro Ernesto Kühl, um esquema semelhante ao existente nas favelas do Rio de Janeiro, tendo o posto de líder que decidia quem entrava e quem saía do bairro. Ele é acusado de comandar parte dos ataques do PCC em Limeira no fatídico maio de 2006.

José Rafael Pereira, 29, o “Rafaelzinho” ou “Coelho”, recebeu pena de seis anos e quatro meses de reclusão. Conhecido como um dos maiores traficantes de Limeira e um dos articuladores da facção em toda a região, José, filho do ex-policial Luís Carlos Pereira, o “Pereirinha”, chefiava o tráfico no Parque Nossa Senhora das Dores com drogas vindas do Paraguai. Durante a onda de ataques do PCC, foi preso em Araras. No início do ano, “Rafaelzinho” pegou 5 anos de cadeia por envolvimento em um esquema de tráfico - outras 13 pessoas foram acusadas no mesmo processo.

Na lista de condenados na sentença assinada no último dia 29, consta ainda Danilo de Souza Claudino, 21, o “Negão”, condenado a seis anos de prisão. Ele foi preso pela Polícia Militar dias após os ataques da facção, com uma moto Honda Twister preta, com numeração de chassi adulterada, tomada de assalto na Avenida Fabrício Vampré dias antes. A polícia suspeita que o veículo foi usado no ataque que executou o policial militar Ricardo Lara - ele foi a primeira vítima fatal do PCC na cidade, morto no sábado, 13 de maio. “Negão” também foi suspeito de tramar o resgate de “Rafaelzinho” quando este foi preso pela polícia.

Completam os integrantes do PCC condenados: R.B.C., o “Foguinho”, que recentemente pegou quatro anos de prisão por crime de associação para tráfico, E.R.A., W.M.S., R.A.S. e L.A.C. (uma das mulheres), todos condenados a seis anos de reclusão; M.L.S. e R.C.V. (segunda mulher) pegaram sete anos de reclusão cada em regime inicial fechado.

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