A assessoria de imprensa da Prefeitura informou agora há pouco que o prefeito Sílvio Félix determinou abertura de sindicância para apurar o eventual desaparecimento de 13 obras de arte do Museu.
Entre as obras que sumiram estão "O Madrugador", de Aliberto Baroni, "Casarios", de Colette Pujol, e "Marinha", de Salvador Satisteban. Matéria do Jornal de Limeira publicada em 23 de junho relaciona outras.
Um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público já tem pedido de explicações à Prefeitura. O Paço informou que registrou um boletim de ocorrência para que o caso seja apurado também pela Polícia Civil.
A sindicância, segundo a Prefeitura, tem como objetivo apurar a eventual participação de servidores, que irão responder às penas administrativas, cíveis e penais cabíveis.
***
Lamentável episódio, se comprovado, de fato.
Tudo bem que as peças não são extremamente valiosas, mas o que parece ter ocorrido trata-se de um furto.
Que precisa ser devidamente esclarecido.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Vereadores das comissões de reuso da água e trabalho informal se reúnem
A Comissão de Assuntos Relevantes formada para estudar a reutilização da água em atividades comerciais e industriais se reuniu na manhã desta terça-feira (30/6) para direcionar os trabalhos(*).
Os vereadores Carlinhos Silva (PDT), Ronei Martins (PT) e Nilce Segalla (PTB) integram a comissão.
"Vamos agendar para a primeira semana de agosto visitas às empresas Burigotto, Zetti Galvânica e Mikron, que já trabalham com a reutilização da água para conhecer os mecanismos dos equipamentos, esclarecer nossas dúvidas sobre este tema, saber sobre os investimentos e economia e posteriormente voltaremos a nos reunir para levar estas informações para outros segmentos de diversas atividades comerciais de Limeira que poderão também implantar o sistema de reutilização de água", informou Silva, presidente da comissão.
Carlinhas estima que serão necessários mais 120 dias de atuação da comissão, em função da extensão do tema.
Trabalho no setor de joias
Os mesmos vereadores integram também a comissão que estuda as condições de trabalho informal no setor de joia folheada e bijuteria.
Ronei, que preside esta comissão, informou que a cidade será dividida em setores e serão feitas reuniões nos bairros com os trabalhadores informais do segmento.
"Vamos conversar com os trabalhadores, com os empresários, com representantes do Sindijoias e Aljoias para tratar do tema. Não queremos acabar com o trabalho informal, queremos é substituí-lo por um trabalho mais digno", explicou Ronei.
Os vereadores querem levar sugestões de trabalho em cooperativa e com economia solidária.
"Queremos apresentar para as empresas e para estes trabalhadores informais a oportunidade de conhecer o trabalho de cooperativa, com ações definidas, garantindo ao trabalhador o direito de se proteger, de sair do atravessador", diz o petista.
A comissão vai abordar dentro dos estudos questões como meio ambiente, o trabalho do menor de idade, o trabalho da mulher, questões de segurança (riscos de acidentes), LER. Os vereadores voltam a se reunir em agosto.
Existe a possibilidade dos integrantes da comissão irem até Franca, onde existiam problemas no trabalho informal da confecção de calçados e hoje mudou.
* Com informações da assessoria de imprensa da Câmara Municipal
Os vereadores Carlinhos Silva (PDT), Ronei Martins (PT) e Nilce Segalla (PTB) integram a comissão.
"Vamos agendar para a primeira semana de agosto visitas às empresas Burigotto, Zetti Galvânica e Mikron, que já trabalham com a reutilização da água para conhecer os mecanismos dos equipamentos, esclarecer nossas dúvidas sobre este tema, saber sobre os investimentos e economia e posteriormente voltaremos a nos reunir para levar estas informações para outros segmentos de diversas atividades comerciais de Limeira que poderão também implantar o sistema de reutilização de água", informou Silva, presidente da comissão.
Carlinhas estima que serão necessários mais 120 dias de atuação da comissão, em função da extensão do tema.
Trabalho no setor de joias
Os mesmos vereadores integram também a comissão que estuda as condições de trabalho informal no setor de joia folheada e bijuteria.
Ronei, que preside esta comissão, informou que a cidade será dividida em setores e serão feitas reuniões nos bairros com os trabalhadores informais do segmento.
"Vamos conversar com os trabalhadores, com os empresários, com representantes do Sindijoias e Aljoias para tratar do tema. Não queremos acabar com o trabalho informal, queremos é substituí-lo por um trabalho mais digno", explicou Ronei.
Os vereadores querem levar sugestões de trabalho em cooperativa e com economia solidária.
"Queremos apresentar para as empresas e para estes trabalhadores informais a oportunidade de conhecer o trabalho de cooperativa, com ações definidas, garantindo ao trabalhador o direito de se proteger, de sair do atravessador", diz o petista.
A comissão vai abordar dentro dos estudos questões como meio ambiente, o trabalho do menor de idade, o trabalho da mulher, questões de segurança (riscos de acidentes), LER. Os vereadores voltam a se reunir em agosto.
Existe a possibilidade dos integrantes da comissão irem até Franca, onde existiam problemas no trabalho informal da confecção de calçados e hoje mudou.
* Com informações da assessoria de imprensa da Câmara Municipal
Bolsa de estudo - parte 2
A Prefeitura informou que a entrevista com a assistente social feita pelos pretendentes a bolsas de estudos é realizada na sede do Serviço Social Escolar no momento da inscrição.
Dá a entender então que a esposa de Eliseu, beneficiada com bolsa, agora rejeitada, foi entrevistada quando era solteira.
Ela poderia ter informado à Secretaria que mudaria de condição socioeconômica em menos de um mês. Evitaria especulações e desgastes.
Dá a entender então que a esposa de Eliseu, beneficiada com bolsa, agora rejeitada, foi entrevistada quando era solteira.
Ela poderia ter informado à Secretaria que mudaria de condição socioeconômica em menos de um mês. Evitaria especulações e desgastes.
Bolsa à esposa de Eliseu põe em xeque critérios da Prefeitura
A concessão de bolsa de estudo à Susiléia Aguiar de Freitas, esposa do presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos (na foto*), não se torna menos grave a partir do momento em que o pedetista anuncia que a esposa desistirá do benefício.
Ficará sempre o questionamento se o recuo foi feito somente após Eliseu ser procurado por jornalistas para falar sobre o assunto.
O que está em xeque também, e principalmente, são os critérios adotados pela Secretaria Municipal de Educação, órgão da Prefeitura responsável pela concessão do benefício.
Susiléia correu um risco calculado.
Pode até justificar-se dizendo que, quando pediu a bolsa, ainda não havia se casado com Eliseu e atendia aos critérios.
Ocorre que, como era beneficiada em 2008, ela teve de instruir novamente a Secretaria com documentos socioeconômicos para concorrer em 2009.
Os dados tinham que ser protocolados de 2 a 30 de março. Como sabemos que casamentos são marcados com muita antecedência, Susiléia pediu bolsa sabendo que sua condição socioeconômica mudaria em menos de um mês - ela se casou em 3 de abril.
Ainda assim, os dados informados pelos pretendentes a bolsas são analisados por uma comissão. E isso inclui entrevistas com assistentes sociais.
Vem mais dúvidas por aí: se Susiléia foi entrevistada, teria ela revelado que sua situação socioeconomica mudara? Se sim, porque a Secretaria manteve sua avaliação de que era preciso contemplá-la? Se não, isso representaria uma omissão de dados grave. Quando ocorreu essa entrevista, era notório o fato de que ela havia se casado com Eliseu.
O presidente da Câmara pode ficar chateado, pode ficar irritado com as abordagens dos jornais.
Mas mais chateado, mais irritado deve ter ficado o universitário que esperava um benefício e foi preterido, sabendo que na lista há a esposa do presidente da Câmara, aliado do comandante atual da Prefeitura e que ganha ao menos R$ 5.191,49 como chefe do Legislativo.
*Imagem retirada do site www.camaralimeira.sp.gov.br
Ficará sempre o questionamento se o recuo foi feito somente após Eliseu ser procurado por jornalistas para falar sobre o assunto.
O que está em xeque também, e principalmente, são os critérios adotados pela Secretaria Municipal de Educação, órgão da Prefeitura responsável pela concessão do benefício.
Susiléia correu um risco calculado.
Pode até justificar-se dizendo que, quando pediu a bolsa, ainda não havia se casado com Eliseu e atendia aos critérios.
Ocorre que, como era beneficiada em 2008, ela teve de instruir novamente a Secretaria com documentos socioeconômicos para concorrer em 2009.
Os dados tinham que ser protocolados de 2 a 30 de março. Como sabemos que casamentos são marcados com muita antecedência, Susiléia pediu bolsa sabendo que sua condição socioeconômica mudaria em menos de um mês - ela se casou em 3 de abril.
Ainda assim, os dados informados pelos pretendentes a bolsas são analisados por uma comissão. E isso inclui entrevistas com assistentes sociais.
Vem mais dúvidas por aí: se Susiléia foi entrevistada, teria ela revelado que sua situação socioeconomica mudara? Se sim, porque a Secretaria manteve sua avaliação de que era preciso contemplá-la? Se não, isso representaria uma omissão de dados grave. Quando ocorreu essa entrevista, era notório o fato de que ela havia se casado com Eliseu.
O presidente da Câmara pode ficar chateado, pode ficar irritado com as abordagens dos jornais.
Mas mais chateado, mais irritado deve ter ficado o universitário que esperava um benefício e foi preterido, sabendo que na lista há a esposa do presidente da Câmara, aliado do comandante atual da Prefeitura e que ganha ao menos R$ 5.191,49 como chefe do Legislativo.
*Imagem retirada do site www.camaralimeira.sp.gov.br
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Ex-integrantes do MST atuam no Incra, revela Estadão
Reportagem publicada nesta segunda-feira (29/6) pelo jornal O Estado de S.Paulo reforça as ligações mais que estreitas que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mantém com o Movimento dos Sem Terra (MST).
Os repórteres Roldão Arruda e José Maria Tomazella revelam que três coordenadores dos núcleos de apoio do Incra na região do Pontal do Paranapanema são ex-integrantes do MST e que já exerceram funções na Cocamp, cooperativa do movimento citada em inquéritos policiais e processos por mau uso de dinheiro público. Leia mais aqui.
O superintendente regional do Incra em São Paulo, Raimundo Pires da Silva, o mesmo que assinou a portaria que criou um assentamento em Limeira, nega irregularidades e disse ao Estadão que sua administração é transparente. Leia mais aqui.
Conforme afirmei em artigo escrito na semana passada, fica cada vez mais difícil distinguir o Incra (logo*) do movimento.
Com isso, fica, naturalmente, mais difícil ainda levá-los a sério.
* Imagem retirada do site www.franciscanosmapi.org.br
Os repórteres Roldão Arruda e José Maria Tomazella revelam que três coordenadores dos núcleos de apoio do Incra na região do Pontal do Paranapanema são ex-integrantes do MST e que já exerceram funções na Cocamp, cooperativa do movimento citada em inquéritos policiais e processos por mau uso de dinheiro público. Leia mais aqui.
O superintendente regional do Incra em São Paulo, Raimundo Pires da Silva, o mesmo que assinou a portaria que criou um assentamento em Limeira, nega irregularidades e disse ao Estadão que sua administração é transparente. Leia mais aqui.
Conforme afirmei em artigo escrito na semana passada, fica cada vez mais difícil distinguir o Incra (logo*) do movimento.
Com isso, fica, naturalmente, mais difícil ainda levá-los a sério.
* Imagem retirada do site www.franciscanosmapi.org.br
Onde morrem os astros
Texto do autor publicado na coluna Prisma, edição de hoje (22/06/09) da Gazeta de Limeira:
"Já comecei inúmeras leituras, artigos ou livros, onde, na condição de leitor, fui levado a um breve exercício mental sobre onde estava em determinada data marcante.
22 de novembro de 1963, data dos tiros que mataram John Kennedy? – não era nem nascido.
1.º de maio de 1994, morte de Ayrton Senna – assisti em casa o repórter Roberto Cabrini, com voz embargada, anunciá-la.
25 de junho de 2009, Michael Jackson, estava na redação do jornal.
Haverá sempre alguém no futuro a lhe perguntar onde e como recebeu a morte de uma personalidade.
O astro pop saiu de cena na semana passada num momento que, particularmente, mais me chamou atenção.
Jackson preparava-se para sair de uma extensa reclusão e encarar o que se anunciou como sua última turnê.
Todos os ingressos já estavam vendidos. Seria a última chance de o cantor rever os fãs, numa espécie de reconciliação com tudo aquilo que lhe levou até ali. Não deu tempo.
A repercussão de sua morte em nada faz lembrar que Michael Jackson ficou dez anos afastado dos palcos.
No campo pessoal, passou por situações que deixariam qualquer um relegado ao ostracismo – acusado de pedofilia, sujeitou-se a fazer acordos para não pegar penas pesadas; em outra, foi absolvido, mas o que importava? Os estragos iam lhe desgastando.
As mudanças na expressão facial, em decorrência das sucessivas cirurgias plásticas, foram apenas o marco central da desconstrução a qual o cantor foi se submetendo ao longo dos anos, sob o olhar implacável da mídia e a incredulidade dos fãs.
Perdeu parte da fortuna. Michael não é, ou foi, o único – Mike Tyson se encaminha para ter uma história semelhante.
Ambos são astros, e isso parece justificar, do ponto de vista da mídia, histórias tão absurdamente reais.
Bastou morrer para que imagens gravadas ao longo das últimas décadas fossem desengavetadas; músicas, há tempos ausentes do circuito midiático, voltassem às rádios; seu nome voltar às rodas de conversa – façam um teste, quem da casa de vocês não sabia quem era Michael Jackson, e mesmo assim, há quanto tempo não se falava nele?
Não é preciso. Como Tyson, Madonna, Senna, Pelé, ele era um astro.
Jackson não precisava de uma turnê para reconciliar-se com os fãs.
Ele parecia buscar, apenas, uma reconciliação consigo, após tantos vazios deixados pelos escândalos, como qualquer outra pessoa.
As mais de 60 milhões de cópias vendidas em um único álbum (Thriller), recorde histórico que persiste desde 1982, avalizam sua herança à música pop.
Ao final, morreu de forma abrupta, com uma história digna de filme.
Como um astro.
"Já comecei inúmeras leituras, artigos ou livros, onde, na condição de leitor, fui levado a um breve exercício mental sobre onde estava em determinada data marcante.
22 de novembro de 1963, data dos tiros que mataram John Kennedy? – não era nem nascido.
1.º de maio de 1994, morte de Ayrton Senna – assisti em casa o repórter Roberto Cabrini, com voz embargada, anunciá-la.
25 de junho de 2009, Michael Jackson, estava na redação do jornal.
Haverá sempre alguém no futuro a lhe perguntar onde e como recebeu a morte de uma personalidade.
O astro pop saiu de cena na semana passada num momento que, particularmente, mais me chamou atenção.
Jackson preparava-se para sair de uma extensa reclusão e encarar o que se anunciou como sua última turnê.
Todos os ingressos já estavam vendidos. Seria a última chance de o cantor rever os fãs, numa espécie de reconciliação com tudo aquilo que lhe levou até ali. Não deu tempo.
A repercussão de sua morte em nada faz lembrar que Michael Jackson ficou dez anos afastado dos palcos.
No campo pessoal, passou por situações que deixariam qualquer um relegado ao ostracismo – acusado de pedofilia, sujeitou-se a fazer acordos para não pegar penas pesadas; em outra, foi absolvido, mas o que importava? Os estragos iam lhe desgastando.
As mudanças na expressão facial, em decorrência das sucessivas cirurgias plásticas, foram apenas o marco central da desconstrução a qual o cantor foi se submetendo ao longo dos anos, sob o olhar implacável da mídia e a incredulidade dos fãs.
Perdeu parte da fortuna. Michael não é, ou foi, o único – Mike Tyson se encaminha para ter uma história semelhante.
Ambos são astros, e isso parece justificar, do ponto de vista da mídia, histórias tão absurdamente reais.
Bastou morrer para que imagens gravadas ao longo das últimas décadas fossem desengavetadas; músicas, há tempos ausentes do circuito midiático, voltassem às rádios; seu nome voltar às rodas de conversa – façam um teste, quem da casa de vocês não sabia quem era Michael Jackson, e mesmo assim, há quanto tempo não se falava nele?
Não é preciso. Como Tyson, Madonna, Senna, Pelé, ele era um astro.
Jackson não precisava de uma turnê para reconciliar-se com os fãs.
Ele parecia buscar, apenas, uma reconciliação consigo, após tantos vazios deixados pelos escândalos, como qualquer outra pessoa.
As mais de 60 milhões de cópias vendidas em um único álbum (Thriller), recorde histórico que persiste desde 1982, avalizam sua herança à música pop.
Ao final, morreu de forma abrupta, com uma história digna de filme.
Como um astro.
domingo, 28 de junho de 2009
78% das prefeituras rejeitam presídios planejados por Serra, diz portal Terra
De Hermano Freitas, do Terra, disponibilizado em 5 de maio de 2009:
"Das 23 cidades com terrenos desapropriados para receber novos presídios no Estado de São Paulo, 78% são contrárias à ideia.
É o que aponta levantamento feito pelo Terra junto aos prefeitos dos municípios que tiveram áreas declaradas como de interesse público e receberão novas cadeias. Dezoito rejeitam.
Os motivos apresentados pelos prefeitos vão da inadequação das áreas escolhidas pelo Governo do Estado à alegada ausência de contrapartidas em troca do espaço.
A Secretaria estadual de Administração Penitenciária (SAP) anunciou em fevereiro a construção de 49 novas unidades prisionais no interior, que deverão acolher 39,5 mil presos.
Os prefeitos dessas cidades articulam com deputados de partidos da oposição, em especial o PT, ações coletivas, inclusive judiciais, contra a política de expansão das penitenciárias para o interior. Alguns são da base aliada de José Serra (PSDB).
O prefeito Marcelo Soares da Silva (PV), de Capela do Alto, cidade a 140 km à oeste da capital paulista, diz que "não faz politicagem" quando trata dos interesses de seus eleitores. Ele cita a interdição da cadeia pública feminina de sua cidade como argumento contra a instalação prevista de duas penitenciárias.
"Nossa cadeia com capacidade para 12 presas chegou a abrigar 76. Este presídio, com 2,5 mil detentos, teria quase 30% da população do município. Eu não posso acreditar que o Estado vá nos garantir uma contrapartida condizente nas áreas de saúde, habitação e educação. Este decreto nos foi empurrado goela abaixo", declara. Leia mais aqui.
Posição em relação às novas penitenciárias:
Aguaí - contra
Bernardino de Campos - contra
Bom Jesus dos Perdões - contra
Capela do Alto - contra
Catanduva - contra
Cerqueira César - a favor
Florinea - contra
Guariba - contra
Icem - contra
Itapetininga - contra
Jardinópolis - contra
Limeira - contra
Mogi das Cruzes - contra
Mogi-Guaçu - contra
Piracicaba - a favor
Pirajuí - a favor
Pontal - contra
Porto Feliz - contra
Santos - a favor
São Vicente - contra
Taiúva - contra
Taquarituba - contra
Votorantim - a favor
PS do blog: O Terra ouviu a opinião dos prefeitos. Em Piracicaba, por exemplo, embora o prefeito Barjas Negri, aliado antigo do governador José Serra, seja favorável, já ocorreram inúmeros protestos e mobilizações de lideranças locais contra a instalação do presídio.
* Imagem retirada do site www.sap.sp.gov.br
"Das 23 cidades com terrenos desapropriados para receber novos presídios no Estado de São Paulo, 78% são contrárias à ideia.
É o que aponta levantamento feito pelo Terra junto aos prefeitos dos municípios que tiveram áreas declaradas como de interesse público e receberão novas cadeias. Dezoito rejeitam.
Os motivos apresentados pelos prefeitos vão da inadequação das áreas escolhidas pelo Governo do Estado à alegada ausência de contrapartidas em troca do espaço.
A Secretaria estadual de Administração Penitenciária (SAP) anunciou em fevereiro a construção de 49 novas unidades prisionais no interior, que deverão acolher 39,5 mil presos.
Os prefeitos dessas cidades articulam com deputados de partidos da oposição, em especial o PT, ações coletivas, inclusive judiciais, contra a política de expansão das penitenciárias para o interior. Alguns são da base aliada de José Serra (PSDB).
O prefeito Marcelo Soares da Silva (PV), de Capela do Alto, cidade a 140 km à oeste da capital paulista, diz que "não faz politicagem" quando trata dos interesses de seus eleitores. Ele cita a interdição da cadeia pública feminina de sua cidade como argumento contra a instalação prevista de duas penitenciárias.
"Nossa cadeia com capacidade para 12 presas chegou a abrigar 76. Este presídio, com 2,5 mil detentos, teria quase 30% da população do município. Eu não posso acreditar que o Estado vá nos garantir uma contrapartida condizente nas áreas de saúde, habitação e educação. Este decreto nos foi empurrado goela abaixo", declara. Leia mais aqui.
Posição em relação às novas penitenciárias:
Aguaí - contra
Bernardino de Campos - contra
Bom Jesus dos Perdões - contra
Capela do Alto - contra
Catanduva - contra
Cerqueira César - a favor
Florinea - contra
Guariba - contra
Icem - contra
Itapetininga - contra
Jardinópolis - contra
Limeira - contra
Mogi das Cruzes - contra
Mogi-Guaçu - contra
Piracicaba - a favor
Pirajuí - a favor
Pontal - contra
Porto Feliz - contra
Santos - a favor
São Vicente - contra
Taiúva - contra
Taquarituba - contra
Votorantim - a favor
PS do blog: O Terra ouviu a opinião dos prefeitos. Em Piracicaba, por exemplo, embora o prefeito Barjas Negri, aliado antigo do governador José Serra, seja favorável, já ocorreram inúmeros protestos e mobilizações de lideranças locais contra a instalação do presídio.
* Imagem retirada do site www.sap.sp.gov.br
Plano prevê ferrovia longe da cidade
De Denis Martins, na Gazeta de Limeira de 28 de junho de 2009:
"Um pedido de estudo enviado pela Prefeitura de Americana há duas semanas para o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) prevê um novo trajeto para a linha férrea que passa por Limeira, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia e Americana. A sugestão é que o novo traçado acompanhe a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348)". Leia mais aqui.
"Um pedido de estudo enviado pela Prefeitura de Americana há duas semanas para o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) prevê um novo trajeto para a linha férrea que passa por Limeira, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia e Americana. A sugestão é que o novo traçado acompanhe a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348)". Leia mais aqui.
sábado, 27 de junho de 2009
Advogado da União dirá que Município não depositou 80% do valor do Horto em 1983
O advogado da União Cláudio Panoeiro, 36 anos (na foto*), dirá aos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o Município de Limeira nunca conseguiu desapropriar a área do Horto Florestal Tatu, hoje disputada na Justiça devido a escolha do espaço para receber um assentamento.
Panoeiro, que será o primeiro advogado cego a fazer uma sustentação oral no STJ, dirá ainda que o terreno em questão teve destinação rural e que o Município deveria ter depositado, quando desapropriou a área em 1983, 80% do valor estimado do terreno em juízo.
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), como esse depósito não foi feito, não houve imissão provisória de posse.
O defensor da União, que também é coordenador do Grupo de Defesa do Patrimônio e Probidade da Procuradoria Regional da União da 2ª Região, no Rio de Janeiro, vai dizer ainda que o assentamento a ser implantado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não significa desrespeito ao meio ambiente; pelo contrário, o Incra tem um projeto ambiental para a área.
A AGU avalia que, com o adiamento do julgamento da última quarta-feira, e como o Tribunal entra em recesso a partir desta semana, o julgamento será remarcado para o início de agosto, provavelmente no dia 12, quando os ministros retomarem a pauta.
* Crédito: Advocacia-Geral da União (AGU)
Panoeiro, que será o primeiro advogado cego a fazer uma sustentação oral no STJ, dirá ainda que o terreno em questão teve destinação rural e que o Município deveria ter depositado, quando desapropriou a área em 1983, 80% do valor estimado do terreno em juízo.
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), como esse depósito não foi feito, não houve imissão provisória de posse.
O defensor da União, que também é coordenador do Grupo de Defesa do Patrimônio e Probidade da Procuradoria Regional da União da 2ª Região, no Rio de Janeiro, vai dizer ainda que o assentamento a ser implantado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não significa desrespeito ao meio ambiente; pelo contrário, o Incra tem um projeto ambiental para a área.
A AGU avalia que, com o adiamento do julgamento da última quarta-feira, e como o Tribunal entra em recesso a partir desta semana, o julgamento será remarcado para o início de agosto, provavelmente no dia 12, quando os ministros retomarem a pauta.
* Crédito: Advocacia-Geral da União (AGU)
Senadores pedem acordo sobre Horto; blog revela relatório na íntegra
Leiam abaixo a íntegra do relatório apresentado pelo senador Romeu Tomeu, relator do caso do Horto Florestal de Limeira na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.
O conteúdo do relatório, que foi aprovado pela Comissão, foi revelado hoje pela Gazeta de Limeira, em reportagem assinada pela repórter Andréa Crott.
Tuma, conforme adiantou o blog, foi bastante político e reconheceu legitimidade das duas partes, União e Município, sobre o Horto. No fim, sugere ao Ministério Público Federal (MPF) a propositura de um termo de ajustamento de conduta.
Cliquem nas imagens para ampliá-las e poder ler o texto.
O conteúdo do relatório, que foi aprovado pela Comissão, foi revelado hoje pela Gazeta de Limeira, em reportagem assinada pela repórter Andréa Crott.
Tuma, conforme adiantou o blog, foi bastante político e reconheceu legitimidade das duas partes, União e Município, sobre o Horto. No fim, sugere ao Ministério Público Federal (MPF) a propositura de um termo de ajustamento de conduta.
Cliquem nas imagens para ampliá-las e poder ler o texto.
Comissão da Câmara acompanhará condições do João Fischer
A Câmara Municipal criou uma comissão de assuntos relevantes para estudar as condições dos deficientes visuais do Centro Educacional João Fischer Sobrinho transferidos para um prédio do Jardim Caieira.
Os vereadores que irão se reunir e apresentar sugestões para o assunto são Paulo Hadich (PSB), César Cortez (PV) e Sílvio Brito (PDT).
O prazo de funcionamento dos trabalhos da comissão é de 120 dias (4 meses), prorrógavel por iguais períodos.
Desde maio de 2008, os usuários tiveram de sair do atendimento na região central. O novo prédio ainda passa por adaptações para atender às necessidades dos deficientes.
O descontentamento por lá é geral e já provocou a ida do prefeito Sílvio Félix para ouvir as reclamações.
Os vereadores que irão se reunir e apresentar sugestões para o assunto são Paulo Hadich (PSB), César Cortez (PV) e Sílvio Brito (PDT).
O prazo de funcionamento dos trabalhos da comissão é de 120 dias (4 meses), prorrógavel por iguais períodos.
Desde maio de 2008, os usuários tiveram de sair do atendimento na região central. O novo prédio ainda passa por adaptações para atender às necessidades dos deficientes.
O descontentamento por lá é geral e já provocou a ida do prefeito Sílvio Félix para ouvir as reclamações.
PM da região ganha helicóptero Águia
Da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo:
"O governador José Serra e o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, anunciaram que o Governo do Estado irá adquirir quatro novos helicópteros Águia (na foto*), que serão incorporados à atual frota de 15 helicópteros da Polícia Militar.
As aeronaves devem chegar até maio de 2010 e serão destinadas às quatro regiões do interior paulista que ainda não são atendidas integralmente pelo radiopatrulhamento aéreo. Com isso, todas as sedes de Comando de Policiamento do Interior – nove, no total – possuirão pelo menos um helicóptero Águia.
Serão construídas Bases de Radiopatrulha Aérea (BRPAe) nas cidades de Piracicaba, Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Sorocaba.
Esta medida atende à reivindicação não só dessas cidades, mas das centenas de municípios vizinhos, que agora terão um atendimento mais rápido e eficiente.
A presença do Águia nos céus dessas regiões representa um importante reforço em missões de policiamento, resgate de feridos, combate a incêndios, transporte de órgãos, entre outras atribuições.
O processo de compra já está tramitando e as quatro aeronaves custarão cerca de R$ 23,8 milhões. Se somados à construção das bases e às despesas adicionais, como equipamentos, materiais, seguro e outros, os investimentos alcançam R$ 35,9 milhões.
(...)
Missões do Águia
Resgate aeromédico: Suportes avançados de vida, transportando o médico, enfermeiro, equipamentos e materiais necessários até o local da ocorrência no menor tempo possível, para o atendimento pré-hospitalar à vítima.
Remoção aeromédica: Trata-se da remoção de um paciente de um hospital para outro.
Policiamento ostensivo: Um estudo realizado na cidade de Los Angeles (EUA) na década de 60, concluiu que um helicóptero na missão preventiva equivale a 15 viaturas policiais, ou seja, seria necessário esse número de viaturas para que o mesmo número de pessoas sentisse a presença da polícia. Uma única aeronave pode dar suporte a até 37 viaturas.
Policiamento de Choque: É usado nas ações de controle de distúrbios civis (passeatas, rebeliões em presídios, protestos, reintegrações de posse e outras). Além de servir como plataforma de observação, o helicóptero ajuda a manter controle sobre extensas áreas, recebendo e transmitindo informações, dando aos comandantes envolvidos as condições e melhor embasamento para as suas decisões.
Policiamento de Trânsito: Atua como plataforma de observação. Por não ter limitações quanto ao seu deslocamento, respeitando-se as condições meteorológicas e operacionais, o helicóptero, trabalhando conjuntamente com o Policiamento de Trânsito e com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), realiza vôos sobre a região metropolitana de São Paulo observando o fluxo de veículos e detectando pontos de congestionamento, suas causas e orientando as equipes em terra.
Policiamento Ambiental: Os vôos com as aeronaves permitem que as equipes de fiscalização acessem, pelo ar, pontos que dificilmente seriam detectados por vias terrestres. Esta ação dinamiza o trabalho das equipes de terra para a autuação dos infratores. Para essa missão também são empregados os aviões do Grupamento.
Combate a incêndios: Em incêndios de grandes proporções, os helicópteros tem múltiplas aplicações: avaliação global da situação para permitir um bom planejamento do combate; resgate de vítimas ou equipes técnicas cercadas pelo fogo, transporte de material e lançamento de água sobre os focos.
Defesa Civil: Nos últimos anos, em grandes desastres ocorridos em São Paulo e até em outros Estados, como em Santa Catarina, os helicópteros mostraram versatilidade socorrendo vítimas, prestando ajuda à população flagelada, resgatando pessoas isoladas, transportando alimentos, remédios, equipes médicas e mesmo sangue humano para cirurgias emergenciais.
Transporte de órgãos: É também um serviço relevante prestado pelo Grupamento, com utilização dos aviões ou helicópteros".
* Crédito: Daniel Guimarães/SSP
"O governador José Serra e o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, anunciaram que o Governo do Estado irá adquirir quatro novos helicópteros Águia (na foto*), que serão incorporados à atual frota de 15 helicópteros da Polícia Militar.
As aeronaves devem chegar até maio de 2010 e serão destinadas às quatro regiões do interior paulista que ainda não são atendidas integralmente pelo radiopatrulhamento aéreo. Com isso, todas as sedes de Comando de Policiamento do Interior – nove, no total – possuirão pelo menos um helicóptero Águia.
Serão construídas Bases de Radiopatrulha Aérea (BRPAe) nas cidades de Piracicaba, Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Sorocaba.
Esta medida atende à reivindicação não só dessas cidades, mas das centenas de municípios vizinhos, que agora terão um atendimento mais rápido e eficiente.
A presença do Águia nos céus dessas regiões representa um importante reforço em missões de policiamento, resgate de feridos, combate a incêndios, transporte de órgãos, entre outras atribuições.
O processo de compra já está tramitando e as quatro aeronaves custarão cerca de R$ 23,8 milhões. Se somados à construção das bases e às despesas adicionais, como equipamentos, materiais, seguro e outros, os investimentos alcançam R$ 35,9 milhões.
(...)
Missões do Águia
Resgate aeromédico: Suportes avançados de vida, transportando o médico, enfermeiro, equipamentos e materiais necessários até o local da ocorrência no menor tempo possível, para o atendimento pré-hospitalar à vítima.
Remoção aeromédica: Trata-se da remoção de um paciente de um hospital para outro.
Policiamento ostensivo: Um estudo realizado na cidade de Los Angeles (EUA) na década de 60, concluiu que um helicóptero na missão preventiva equivale a 15 viaturas policiais, ou seja, seria necessário esse número de viaturas para que o mesmo número de pessoas sentisse a presença da polícia. Uma única aeronave pode dar suporte a até 37 viaturas.
Policiamento de Choque: É usado nas ações de controle de distúrbios civis (passeatas, rebeliões em presídios, protestos, reintegrações de posse e outras). Além de servir como plataforma de observação, o helicóptero ajuda a manter controle sobre extensas áreas, recebendo e transmitindo informações, dando aos comandantes envolvidos as condições e melhor embasamento para as suas decisões.
Policiamento de Trânsito: Atua como plataforma de observação. Por não ter limitações quanto ao seu deslocamento, respeitando-se as condições meteorológicas e operacionais, o helicóptero, trabalhando conjuntamente com o Policiamento de Trânsito e com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), realiza vôos sobre a região metropolitana de São Paulo observando o fluxo de veículos e detectando pontos de congestionamento, suas causas e orientando as equipes em terra.
Policiamento Ambiental: Os vôos com as aeronaves permitem que as equipes de fiscalização acessem, pelo ar, pontos que dificilmente seriam detectados por vias terrestres. Esta ação dinamiza o trabalho das equipes de terra para a autuação dos infratores. Para essa missão também são empregados os aviões do Grupamento.
Combate a incêndios: Em incêndios de grandes proporções, os helicópteros tem múltiplas aplicações: avaliação global da situação para permitir um bom planejamento do combate; resgate de vítimas ou equipes técnicas cercadas pelo fogo, transporte de material e lançamento de água sobre os focos.
Defesa Civil: Nos últimos anos, em grandes desastres ocorridos em São Paulo e até em outros Estados, como em Santa Catarina, os helicópteros mostraram versatilidade socorrendo vítimas, prestando ajuda à população flagelada, resgatando pessoas isoladas, transportando alimentos, remédios, equipes médicas e mesmo sangue humano para cirurgias emergenciais.
Transporte de órgãos: É também um serviço relevante prestado pelo Grupamento, com utilização dos aviões ou helicópteros".
* Crédito: Daniel Guimarães/SSP
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Noites laranjas
Um céu alaranjado, como não visto há muito tempo, fez-se perceber na noite desta quinta-feira em Limeira. Seguem dois registros do fotógrafo Wagner Morente.
Advogado cego defende União no STJ sobre caso da reforma agrária no Horto
O adiamento do julgamento do Horto no STJ postergou também um momento histórico da Corte.
Vejam o que escreveu a colunista Maria Eugênia, do Jornal de Brasília, na edição da última quarta-feira (24/06), em três notas publicadas na coluna "Ponto do Servidor":
"Exemplo de determinação e coragem no serviço público, o advogado da União Cláudio Panoeiro (na foto*) faz hoje, às 14h, a primeira sustentação oral de um cego no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Ele defende a União no caso do Horto Florestal do Tatu, localizado no município de Limeira (SP), que entrou na Justiça reclamando a posse da área. Cláudio Panoeiro fará a primeira sustentação oral da sua vida aos 36 anos de idade.
"Considero um passo relevante para a história dos deficientes no Brasil, dos advogados públicos e do próprio Poder Judiciário", ressalta o advogado da União.
"Num momento em que se discutem as ações afirmativas, cotas e educação inclusiva, a Advocacia-Geral da União tem se notabilizado por ser uma Casa que dá oportunidade para todos, sem fazer qualquer tipo de distinção", destaca o servidor público.
No Rio de Janeiro, o advogado é coordenador do Departamento de Patrimônio e Probidade Administrativa (DPP). Há duas semanas, está prestando apoio temporário no Departamento em Brasília.
Quando perguntado sobre o segredo de uma trajetória bem sucedida, Panoeiro afirma: "Tudo conspirou a favor. Meus pais sempre me estimularam a estudar, nunca fizeram qualquer distinção entre os irmãos, nunca passaram a mão na minha cabeça, sempre cobraram resultado. Nasci com retinose pigmentar e aos dez anos comecei a estudar em braile", conta o servidor.
O ensino fundamental foi feito no Instituto Benjamim Constant, e o ensino médio no Colégio Pedro II. As provas eram sempre em braile. Em 1994, com a criação do programa Dos Vox pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi possível ler por meio de um sintetizador de voz, documentos na extensão txt.
Outras inovações tecnológicas foram aparecendo e melhorando o acesso dos deficientes visuais aos livros e processos judiciais. A formatura em Direito aconteceu em 1998, quando Panoeiro já trabalhava como técnico judiciário do Tribunal de Alçada Criminal do Rio de Janeiro. Depois de se formar, passou no concurso para analista judiciário.
Em 2005, Cláudio Panoeiro passou no concurso da Advocacia-Geral da União (AGU). "Na vida, a gente precisa, antes de tudo, de oportunidade", conclui, sem deixar de mandar um recado: os livros deveriam ser vendidos em formato digital.
"É hora de se pensar nisso no Brasil. As editoras resistem com o argumento de que isso fomentaria a pirataria. Mas, é preciso ponderar, já deve existir possibilidade de desenvolver tecnologia para bloquear esse risco", defende o advogado da União".
Vejam o que escreveu a colunista Maria Eugênia, do Jornal de Brasília, na edição da última quarta-feira (24/06), em três notas publicadas na coluna "Ponto do Servidor":
"Exemplo de determinação e coragem no serviço público, o advogado da União Cláudio Panoeiro (na foto*) faz hoje, às 14h, a primeira sustentação oral de um cego no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Ele defende a União no caso do Horto Florestal do Tatu, localizado no município de Limeira (SP), que entrou na Justiça reclamando a posse da área. Cláudio Panoeiro fará a primeira sustentação oral da sua vida aos 36 anos de idade.
"Considero um passo relevante para a história dos deficientes no Brasil, dos advogados públicos e do próprio Poder Judiciário", ressalta o advogado da União.
"Num momento em que se discutem as ações afirmativas, cotas e educação inclusiva, a Advocacia-Geral da União tem se notabilizado por ser uma Casa que dá oportunidade para todos, sem fazer qualquer tipo de distinção", destaca o servidor público.
No Rio de Janeiro, o advogado é coordenador do Departamento de Patrimônio e Probidade Administrativa (DPP). Há duas semanas, está prestando apoio temporário no Departamento em Brasília.
Quando perguntado sobre o segredo de uma trajetória bem sucedida, Panoeiro afirma: "Tudo conspirou a favor. Meus pais sempre me estimularam a estudar, nunca fizeram qualquer distinção entre os irmãos, nunca passaram a mão na minha cabeça, sempre cobraram resultado. Nasci com retinose pigmentar e aos dez anos comecei a estudar em braile", conta o servidor.
O ensino fundamental foi feito no Instituto Benjamim Constant, e o ensino médio no Colégio Pedro II. As provas eram sempre em braile. Em 1994, com a criação do programa Dos Vox pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi possível ler por meio de um sintetizador de voz, documentos na extensão txt.
Outras inovações tecnológicas foram aparecendo e melhorando o acesso dos deficientes visuais aos livros e processos judiciais. A formatura em Direito aconteceu em 1998, quando Panoeiro já trabalhava como técnico judiciário do Tribunal de Alçada Criminal do Rio de Janeiro. Depois de se formar, passou no concurso para analista judiciário.
Em 2005, Cláudio Panoeiro passou no concurso da Advocacia-Geral da União (AGU). "Na vida, a gente precisa, antes de tudo, de oportunidade", conclui, sem deixar de mandar um recado: os livros deveriam ser vendidos em formato digital.
"É hora de se pensar nisso no Brasil. As editoras resistem com o argumento de que isso fomentaria a pirataria. Mas, é preciso ponderar, já deve existir possibilidade de desenvolver tecnologia para bloquear esse risco", defende o advogado da União".
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Para Tuma, União e Município têm razão e possuem interesses legítimos sobre Horto
Eis a íntegra do pronunciamento feito pelo senador Romeu Tuma (na foto*), em 28 de maio, no plenário do Senado Federal, a respeito do Horto Florestal de Limeira. Ele reconhece razão às duas partes, mas pede solução negociada:
"Na manhã desta quarta-feira [27/5], recebi o telefonema do prefeito de Limeira, Sílvio Félix, para informar sobre mais uma invasão do MST ao Horto Florestal. A ação teve início no último final de semana, quando o movimento ocupou uma área, próxima à pista de Aeromodelismo de Limeira.
A intenção, já anunciada pela direção do MST, é ocupar totalmente a área até o próximo final de semana e assentar 65 famílias.
Ontem, apresentei relatório sobre essa difícil situação na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. A área foi invadida pela primeira vez pelos sem-terra em abril de 2007.
No ano passado, o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão baixou a Portaria nº 258, que autorizou a cessão provisória de parte da área ao Incra para fins de reforma agrária e assentamento de cerca de 50 famílias. Mas a Prefeitura de Limeira também reivindica a área, que pertencia à extinta RFFSA - Rede Ferroviária Federal.
As duas partes têm razão e possuem interesses legítimos que devem ser preservados.
Primeiro, a Prefeitura Municipal de Limeira é proprietária da quase totalidade da área do Horto Florestal.
Segundo, a União também é proprietária de parte daquela área, que foi cedida para fins de reforma agrária a famílias de sem terra que estão no local desde 2007.
Assim, é necessária uma solução negociada urgente para que esse imbróglio não dure décadas, por conta de recursos jurídicos.
No relatório que apresentei sobre a disputa, sugeri que a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, do Senado, encaminhe ofícios às autoridades envolvidas na resolução do problema, conclamando todos para chegar a essa solução negociada que proteja os interesses das duas partes".
* Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
"Na manhã desta quarta-feira [27/5], recebi o telefonema do prefeito de Limeira, Sílvio Félix, para informar sobre mais uma invasão do MST ao Horto Florestal. A ação teve início no último final de semana, quando o movimento ocupou uma área, próxima à pista de Aeromodelismo de Limeira.
A intenção, já anunciada pela direção do MST, é ocupar totalmente a área até o próximo final de semana e assentar 65 famílias.
Ontem, apresentei relatório sobre essa difícil situação na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. A área foi invadida pela primeira vez pelos sem-terra em abril de 2007.
No ano passado, o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão baixou a Portaria nº 258, que autorizou a cessão provisória de parte da área ao Incra para fins de reforma agrária e assentamento de cerca de 50 famílias. Mas a Prefeitura de Limeira também reivindica a área, que pertencia à extinta RFFSA - Rede Ferroviária Federal.
As duas partes têm razão e possuem interesses legítimos que devem ser preservados.
Primeiro, a Prefeitura Municipal de Limeira é proprietária da quase totalidade da área do Horto Florestal.
Segundo, a União também é proprietária de parte daquela área, que foi cedida para fins de reforma agrária a famílias de sem terra que estão no local desde 2007.
Assim, é necessária uma solução negociada urgente para que esse imbróglio não dure décadas, por conta de recursos jurídicos.
No relatório que apresentei sobre a disputa, sugeri que a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, do Senado, encaminhe ofícios às autoridades envolvidas na resolução do problema, conclamando todos para chegar a essa solução negociada que proteja os interesses das duas partes".
* Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Félix pede intervenção de Múcio para afastar assentamento do Horto
O ministro das Relações Institucionais, José Múcio (na foto*), é o mais novo integrante da cúpula do Planalto a ouvir o prefeito Sílvio Félix sobre a destinação do Horto para a reforma agrária.
Félix pediu, na terça-feira, sua intervenção no imbróglio.
Antes dele, Félix já esteve com os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) - autor da portaria que cedeu o Horto para o Incra -, Tarso Genro (Justiça), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, preferida do presidente Lula para sucedê-lo.
Só falta Félix falar, propriamente, com presidente Lula sobre o tema.
Se vai dar certo, é outra história. Nota distribuída pela assessoria da Prefeitura no início desta noite é extremamente favorável ao Município. Diz, nas entrelinhas, que está perto um acordo com o governo federal para levar o assentamento para fora do Horto. Será?
Múcio, que ouviu Félix anteontem, agendou um encontro do prefeito e seu aliado incondicional Ítalo Ponzo Júnior com representantes da Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
A audiência ocorreu na quarta-feira, e segundo a assessoria de Félix, prometeram apreciar as propostas apresentadas pela Prefeitura na tentativa de acordo que está sendo intermediada pelo Ministério Público Federal.
Aguardemos os próximos capítulos.
* Crédito: Roosevelt Pinheiro/Agência Brasil
Félix pediu, na terça-feira, sua intervenção no imbróglio.
Antes dele, Félix já esteve com os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) - autor da portaria que cedeu o Horto para o Incra -, Tarso Genro (Justiça), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, preferida do presidente Lula para sucedê-lo.
Só falta Félix falar, propriamente, com presidente Lula sobre o tema.
Se vai dar certo, é outra história. Nota distribuída pela assessoria da Prefeitura no início desta noite é extremamente favorável ao Município. Diz, nas entrelinhas, que está perto um acordo com o governo federal para levar o assentamento para fora do Horto. Será?
Múcio, que ouviu Félix anteontem, agendou um encontro do prefeito e seu aliado incondicional Ítalo Ponzo Júnior com representantes da Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
A audiência ocorreu na quarta-feira, e segundo a assessoria de Félix, prometeram apreciar as propostas apresentadas pela Prefeitura na tentativa de acordo que está sendo intermediada pelo Ministério Público Federal.
Aguardemos os próximos capítulos.
* Crédito: Roosevelt Pinheiro/Agência Brasil
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Ministro do STJ tira da pauta julgamento da reforma agrária
O relator do caso do Horto no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin (foto*), retirou da pauta desta quarta-feira (24/6) o mandado de segurança movido pelo Município para derrubar a reforma agrária.
O gabinete do ministro não explicou os motivos da retirada.
O processo não voltará à pauta antes de agosto, uma vez que o STJ encerrou as sessões de julgamento do primeiro semestre e há agora o recesso.
O adiamento do julgamento é bom para o Município.
Muito provavelmente até a próxima data a ser agendada, terá ocorrida a audiência na Justiça Federal onde a Prefeitura tenta um acordo, sob supervisão do Ministério Público Federal, para afastar o assentamento da região do Horto.
O resultado dessa audiência pode ser decisivo e um elemento a mais para os ministros do STJ levarem em consideração na hora de julgar.
* Imagem retirada do site www.cnpg.org.br
O gabinete do ministro não explicou os motivos da retirada.
O processo não voltará à pauta antes de agosto, uma vez que o STJ encerrou as sessões de julgamento do primeiro semestre e há agora o recesso.
O adiamento do julgamento é bom para o Município.
Muito provavelmente até a próxima data a ser agendada, terá ocorrida a audiência na Justiça Federal onde a Prefeitura tenta um acordo, sob supervisão do Ministério Público Federal, para afastar o assentamento da região do Horto.
O resultado dessa audiência pode ser decisivo e um elemento a mais para os ministros do STJ levarem em consideração na hora de julgar.
* Imagem retirada do site www.cnpg.org.br
Para internautas, GM está correta em não atuar na Festa do Peão; nova enquete é sobre punição ao desperdício de água
Internautas que participaram da última enquete do blog apontam que a Guarda Municipal deve mesmo deixar de prestar apoio de segurança à Festa do Peão, evento particular.
Quatro leitores (57%) responderam que sim. Outro 2 (28%) entenderam que não, que mesmo sendo corporação pública, a GM tem o dever de ajudar em eventos de grande porte. Um internauta mostrou-se indiferente.
A próxima enquete está relacionada ao projeto de lei apresentado pelo vereador Carlinhos Silva, que quer punir o cidadão que desperdição água. Você concorda com a ideia? Vote aí no alto da coluna à direita.
Quatro leitores (57%) responderam que sim. Outro 2 (28%) entenderam que não, que mesmo sendo corporação pública, a GM tem o dever de ajudar em eventos de grande porte. Um internauta mostrou-se indiferente.
A próxima enquete está relacionada ao projeto de lei apresentado pelo vereador Carlinhos Silva, que quer punir o cidadão que desperdição água. Você concorda com a ideia? Vote aí no alto da coluna à direita.
Reforma agrária na pauta de hoje do STJ
Está na pauta de hoje da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) o julgamento do mandado de segurança movido pela Prefeitura contra portaria do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que cedeu área do Horto Florestal para a reforma agrária.
O prefeito Sílvio Félix viajou ontem para Brasília, junto com o secretário Ítalo Ponzo Júnior (Planejamento, Urbanismo e Transporte), advogados e assessores, para acompanhar a sessão, prevista para começar às 14h. Ontem, Félix esteve no Ministério do Planejamento e no STJ.
O Município obteve liminar favorável para derrubar a reforma agrária no Horto, mas o Ministério Público Federal (MPF) opinou pela extinção da ação por entender que falta direito ao Município sobre o terreno, uma vez que a posse e a propriedade do Horto estão em disputa em outras ações judiciais.
Se perder, Félix diz que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o assentamento
O prefeito Sílvio Félix viajou ontem para Brasília, junto com o secretário Ítalo Ponzo Júnior (Planejamento, Urbanismo e Transporte), advogados e assessores, para acompanhar a sessão, prevista para começar às 14h. Ontem, Félix esteve no Ministério do Planejamento e no STJ.
O Município obteve liminar favorável para derrubar a reforma agrária no Horto, mas o Ministério Público Federal (MPF) opinou pela extinção da ação por entender que falta direito ao Município sobre o terreno, uma vez que a posse e a propriedade do Horto estão em disputa em outras ações judiciais.
Se perder, Félix diz que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o assentamento
Elefanta apreendida...acontece de tudo em Limeira
A transferência da elefanta apreendida na segunda-feira pelo Pelotão Ambiental da Guarda Municipal, feita na manhã de ontem, gerou mais polêmica.
O animal foi levado ao zoológico de Leme, mas resistia a entrar no espaço escolhido para abrigá-lo.
O uso de força pelos GMs irritou o proprietário da elefanta, que teve que ser contido pela Guarda. Veja aqui a "gravata" levada pelo dono do animal
O transporte de Bambi, nome pelo qual é chamado o animal, começou por volta das 9h30. A elefanta foi conduzida num caminhão de propriedade da família Stankowich.
Na chegada, o paquiderme estranhou o ambiente, demonstrando comportamento de estresse parecido com o observado pela bióloga Ana Maria Vasques no dia da apreensão.
Quando os tratadores, auxiliados pelos GMs, tiveram de colocar o animal à força no espaço, Márcio Stankowich se irritou com a situação e quis intervir, porém foi contido pelos guardas, que o imobilizaram.
O proprietário da elefanta chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.
Agora, o zoológico de Leme enfrenta outro problema. Os funcionários nunca lidaram com este tipo de animal.
A família Stankowich tentará concluir a transferência da elefanta para o zoológico de Itatiba, onde há local e técnicos especializados no tratamento de elefantes. Segundo a família, falta apenas a autorização do Ibama
O animal foi levado ao zoológico de Leme, mas resistia a entrar no espaço escolhido para abrigá-lo.
O uso de força pelos GMs irritou o proprietário da elefanta, que teve que ser contido pela Guarda. Veja aqui a "gravata" levada pelo dono do animal
O transporte de Bambi, nome pelo qual é chamado o animal, começou por volta das 9h30. A elefanta foi conduzida num caminhão de propriedade da família Stankowich.
Na chegada, o paquiderme estranhou o ambiente, demonstrando comportamento de estresse parecido com o observado pela bióloga Ana Maria Vasques no dia da apreensão.
Quando os tratadores, auxiliados pelos GMs, tiveram de colocar o animal à força no espaço, Márcio Stankowich se irritou com a situação e quis intervir, porém foi contido pelos guardas, que o imobilizaram.
O proprietário da elefanta chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.
Agora, o zoológico de Leme enfrenta outro problema. Os funcionários nunca lidaram com este tipo de animal.
A família Stankowich tentará concluir a transferência da elefanta para o zoológico de Itatiba, onde há local e técnicos especializados no tratamento de elefantes. Segundo a família, falta apenas a autorização do Ibama
terça-feira, 23 de junho de 2009
Falta de reconhecimento oficial de posse e propriedade do Horto prejudica Município nos tribunais superiores
Vejam como é complicada a questão jurídica sobre o Horto.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu no último dia 19 ordem a um mandado de segurança e anulou decreto da Presidência da República que declarou um imóvel rural localizado no município de Quixeramobim, no Ceará, de interesse social para a reforma agrária, semelhante ao que foi feito pelo Ministério do Planejamento aqui em Limeira.
Segundo o STF, Lewandowski (na foto*) aplicou jurisprudência da Corte, apoiada na Lei nº 8.629/93, que proíbe a vistoria, avaliação ou desapropriação em imóvel rural objeto de invasão motiva por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo nos dois anos seguintes a sua desocupação.
Quando o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi realizar vistoria no imóvel cearense, em julho de 2007, o imóvel estava sendo invadido pelo Movimento dos Sem Terra (MST).
Poderia o Município recorrer ao Supremo com argumentos parecidos?
Quando o Incra vistoriou o Horto Florestal de Limeira para implantar um assentamento, o MST já estava instalado por lá.
Félix chegou a citar esta lei em dezembro de 2007, quando vociferou contra o instituto. "Como houve duas invasões, o Incra não poderia fazer assentamento em até quatro anos", disse à Gazeta de Limeira naquela época.
Há detalhes, porém, que põem em dúvida essa fala antiga de Félix.
O próprio Município tenta derrubar a reforma agrária no Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando que a área é urbana - se isto proceder, a lei 8.629/93 não pode ser aplicada. O Incra tem o Horto cadastrado como imóvel rural. Sobre esta questão a Justiça Federal de Piracicaba ainda não concluiu.
Outro ponto desfavorável ao Município é tentar enquadrar a ocupação do MST como invasão.
Se a área for da União, o Município não tem direito líquido e certo para impetrar um mandado de segurança no Supremo igual ao que fez o dono da fazenda cearense. Se pertencer ao Município, a invasão fica caracterizada. Mas sobre esta questão a Justiça Federal de Piracicaba ainda não concluiu.
A falta de reconhecimento oficial sobre a posse e propriedade do Horto em primeira instância prejudica as pretensões do Município em barrar a reforma agrária nos tribunais superiores - nesta quarta (24/6) vai a julgamento um mandado no STJ e o Município já avisou que, se perder (grandes possibilidades), recorrerá ao STF.
Importante lembrar que não haverá sentença em primeira instância pelo menos até agosto, quando Prefeitura, Incra, MST e União se reunirão com o juiz João Carlos Cabrelon de Oliveira para negociar um acordo, que está em estudo sob supervisão do procurador Fausto Kozo Kosaka.
* Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu no último dia 19 ordem a um mandado de segurança e anulou decreto da Presidência da República que declarou um imóvel rural localizado no município de Quixeramobim, no Ceará, de interesse social para a reforma agrária, semelhante ao que foi feito pelo Ministério do Planejamento aqui em Limeira.
Segundo o STF, Lewandowski (na foto*) aplicou jurisprudência da Corte, apoiada na Lei nº 8.629/93, que proíbe a vistoria, avaliação ou desapropriação em imóvel rural objeto de invasão motiva por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo nos dois anos seguintes a sua desocupação.
Quando o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi realizar vistoria no imóvel cearense, em julho de 2007, o imóvel estava sendo invadido pelo Movimento dos Sem Terra (MST).
Poderia o Município recorrer ao Supremo com argumentos parecidos?
Quando o Incra vistoriou o Horto Florestal de Limeira para implantar um assentamento, o MST já estava instalado por lá.
Félix chegou a citar esta lei em dezembro de 2007, quando vociferou contra o instituto. "Como houve duas invasões, o Incra não poderia fazer assentamento em até quatro anos", disse à Gazeta de Limeira naquela época.
Há detalhes, porém, que põem em dúvida essa fala antiga de Félix.
O próprio Município tenta derrubar a reforma agrária no Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando que a área é urbana - se isto proceder, a lei 8.629/93 não pode ser aplicada. O Incra tem o Horto cadastrado como imóvel rural. Sobre esta questão a Justiça Federal de Piracicaba ainda não concluiu.
Outro ponto desfavorável ao Município é tentar enquadrar a ocupação do MST como invasão.
Se a área for da União, o Município não tem direito líquido e certo para impetrar um mandado de segurança no Supremo igual ao que fez o dono da fazenda cearense. Se pertencer ao Município, a invasão fica caracterizada. Mas sobre esta questão a Justiça Federal de Piracicaba ainda não concluiu.
A falta de reconhecimento oficial sobre a posse e propriedade do Horto em primeira instância prejudica as pretensões do Município em barrar a reforma agrária nos tribunais superiores - nesta quarta (24/6) vai a julgamento um mandado no STJ e o Município já avisou que, se perder (grandes possibilidades), recorrerá ao STF.
Importante lembrar que não haverá sentença em primeira instância pelo menos até agosto, quando Prefeitura, Incra, MST e União se reunirão com o juiz João Carlos Cabrelon de Oliveira para negociar um acordo, que está em estudo sob supervisão do procurador Fausto Kozo Kosaka.
* Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Forty disputa obras de mais de R$ 17 milhões no aterro de Rio Claro
A Forty Construções e Engenharia, empresa que mantém um contrato de R$ 31,5 milhões com a Prefeitura de Limeira para serviços de limpeza e conservação, está na disputa travada pelos serviços e obras do aterro de Rio Claro.
As informações são do Guia Rio Claro.
São mais de R$ 17 milhões em jogo. A Forty (no logo*), segundo o Guia, não apresentou proposta e questionou o edital - a abertura dos envelopes foi adiada pelo Comissão de Licitações da Prefeitura de Rio Claro.
Uma das concorrentes da Forty é a empresa Leão Leão, que esteve envolvida na chamada "Máfia do Lixo" de Ribeirão Preto, quando o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, foi acusado de receber propina de R$ 50 mil. Nada foi provado, e o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou recentemente a denúncia contra o ex-homem forte de Lula.
O primeiro contrato mantido pelo prefeito Sílvio Félix com a Forty foi considerado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O prefeito de Limeira ainda foi multado pelo Tribunal pela demora em concluir a sindicância aberta pela Prefeitura para investigar as irregularidades do processo.
* Imagem retirada do site www.forty.com.br
As informações são do Guia Rio Claro.
São mais de R$ 17 milhões em jogo. A Forty (no logo*), segundo o Guia, não apresentou proposta e questionou o edital - a abertura dos envelopes foi adiada pelo Comissão de Licitações da Prefeitura de Rio Claro.
Uma das concorrentes da Forty é a empresa Leão Leão, que esteve envolvida na chamada "Máfia do Lixo" de Ribeirão Preto, quando o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, foi acusado de receber propina de R$ 50 mil. Nada foi provado, e o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou recentemente a denúncia contra o ex-homem forte de Lula.
O primeiro contrato mantido pelo prefeito Sílvio Félix com a Forty foi considerado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O prefeito de Limeira ainda foi multado pelo Tribunal pela demora em concluir a sindicância aberta pela Prefeitura para investigar as irregularidades do processo.
* Imagem retirada do site www.forty.com.br
Blog discute literatura
O jornalista e colega Júlio Marcondes, não satisfeito em manter o Janela Objetiva e seu espaço de fotos na net, lança mais um blog.
É o Sarau Literário, agora focado em discutir literatura.
Passem lá.
É o Sarau Literário, agora focado em discutir literatura.
Passem lá.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Procurador pede rejeição de diplomação de Nilton Santos, Wagner Barbosa e Fausto Antônio de Paula
O procurador regional eleitoral de São Paulo, Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, recomendou, em parecer assinado na última sexta-feira (19/06), a rejeição do recurso movido pelos suplentes de vereador Nilton César dos Santos (PMDB), Wagner Barbosa (PSDB) e Fausto Antônio de Paula (PDT).
O recurso foi ajuizado contra a diplomação de todos os vereadores declarados eleitos no Município para a legislatura 2009-2012, em razão de uma suposto inadequada contagem de votos.
Os suplentes argumentaram que, em resposta a ofício encaminhado pela Justiça Eleitoral, o presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), informou que a atual legislatura teria 14 cadeiras, conforme a resolução nº 21.702 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entretanto, seguem os suplentes, a Lei Orgânica do Município estabeleceria número mínimo de 21 parlamentares, o que leva a crer que eles deveriam ser diplomados.
O procurador entendeu que o pedido dos suplentes é juridicamente possível, pois está previsto no artigo 262 do Código Eleitoral: "o recurso contra expedição do diploma caberá somente nos seguintes casos: errônea interpretação da lei quanto à aplicação do sistema de representação proporcional".
Desta forma, também configurou a legitimidade deles na autoria da ação, bem como o interesse de agir.
Porém, no mérito (pedido principal, que era a diplomação), os argumentos do Pastor Nilton, Wagner Barbosa e do médico Dr. Fausto não tiveram a mesma receptividade do representante do Ministério Público Eleitoral (MPE).
Gonçalves observou que, conforme documentação juntada nos autos, a norma constante na Lei Orgânica é de 5 de abril de 1990, portanto, anterior à resolução do TSE que definiu as 14 cadeiras e, na ausência de norma posterior que o modifique ou revogue, deve ser aplicada - a PEC nº 20, a "PEC dos vereadores", que acarreta na redução dos gastos do Legislativo e aumenta as cadeiras, não produz efeitos até que seja votada, sancionada e promulgada.
Ocorre, porém, que a Câmara informou à Justiça Eleitoral em 19 de maio de 2008, antes do pleito, que seriam disputadas 14 cadeiras, o que foi reafirmado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP)
Gonçalves enfantizou, ainda, que a questão foi debatida num mandado de segurança também movido pelos suplentes, no qual se apontou a existência de trânsito em julgado (sem chance de recurso) de decisão dada pelo juiz da 66ª Zona Eleitoral de Limeira, Marcelo Ielo Amaro, o que leva a evidenciar, inclusive, "litigância de má-fé por parte dos recorrentes".
Segundo o professor Luiz Nuñes Padilla, professor de Direito da UFRGS, "quando uma das partes age com o que se convencionou qualificar de má-fé, não apenas a parte-adversa é prejudicada. O maior prejudicado (...) é o já assoberbado Poder Judiciário, com sérios transtornos à administração da Justiça". Mais informações aqui.
Os autos, agora com parecer do MPE, foram reencaminhados ao gabinete do juiz Paulo Octávio Baptista Pereira, relator do caso no TRE.
O recurso foi ajuizado contra a diplomação de todos os vereadores declarados eleitos no Município para a legislatura 2009-2012, em razão de uma suposto inadequada contagem de votos.
Os suplentes argumentaram que, em resposta a ofício encaminhado pela Justiça Eleitoral, o presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), informou que a atual legislatura teria 14 cadeiras, conforme a resolução nº 21.702 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entretanto, seguem os suplentes, a Lei Orgânica do Município estabeleceria número mínimo de 21 parlamentares, o que leva a crer que eles deveriam ser diplomados.
O procurador entendeu que o pedido dos suplentes é juridicamente possível, pois está previsto no artigo 262 do Código Eleitoral: "o recurso contra expedição do diploma caberá somente nos seguintes casos: errônea interpretação da lei quanto à aplicação do sistema de representação proporcional".
Desta forma, também configurou a legitimidade deles na autoria da ação, bem como o interesse de agir.
Porém, no mérito (pedido principal, que era a diplomação), os argumentos do Pastor Nilton, Wagner Barbosa e do médico Dr. Fausto não tiveram a mesma receptividade do representante do Ministério Público Eleitoral (MPE).
Gonçalves observou que, conforme documentação juntada nos autos, a norma constante na Lei Orgânica é de 5 de abril de 1990, portanto, anterior à resolução do TSE que definiu as 14 cadeiras e, na ausência de norma posterior que o modifique ou revogue, deve ser aplicada - a PEC nº 20, a "PEC dos vereadores", que acarreta na redução dos gastos do Legislativo e aumenta as cadeiras, não produz efeitos até que seja votada, sancionada e promulgada.
Ocorre, porém, que a Câmara informou à Justiça Eleitoral em 19 de maio de 2008, antes do pleito, que seriam disputadas 14 cadeiras, o que foi reafirmado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP)
Gonçalves enfantizou, ainda, que a questão foi debatida num mandado de segurança também movido pelos suplentes, no qual se apontou a existência de trânsito em julgado (sem chance de recurso) de decisão dada pelo juiz da 66ª Zona Eleitoral de Limeira, Marcelo Ielo Amaro, o que leva a evidenciar, inclusive, "litigância de má-fé por parte dos recorrentes".
Segundo o professor Luiz Nuñes Padilla, professor de Direito da UFRGS, "quando uma das partes age com o que se convencionou qualificar de má-fé, não apenas a parte-adversa é prejudicada. O maior prejudicado (...) é o já assoberbado Poder Judiciário, com sérios transtornos à administração da Justiça". Mais informações aqui.
Os autos, agora com parecer do MPE, foram reencaminhados ao gabinete do juiz Paulo Octávio Baptista Pereira, relator do caso no TRE.
Toque de recolher é inconstitucional, avalia conselho
O Estadão relata que o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) aprovou parecer oficial condenando o toque de recolher para crianças e adolescentes.
Ilha Solteira, Fernandópolis e Itapura adotaram a medida.
Aqui pertinho de Limeira, a Câmara de Cordeirópolis sugeriu-a à Justiça.
Para o Conanda, o toque de recolher fere dois artigos da Constituição, entre eles o direito à liberdade, e seis do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Modesta opinião: o toque de recolher é um anacronismo e, como bem avaliou o conselho, inconstitucional.
É preciso, sim, enquadrar pais negligentes que deixam o filho fora da escola ou abandonado. Puni-los de fato.
* Banner retirado do site www.casadajuventude.org.br
Ilha Solteira, Fernandópolis e Itapura adotaram a medida.
Aqui pertinho de Limeira, a Câmara de Cordeirópolis sugeriu-a à Justiça.
Para o Conanda, o toque de recolher fere dois artigos da Constituição, entre eles o direito à liberdade, e seis do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Modesta opinião: o toque de recolher é um anacronismo e, como bem avaliou o conselho, inconstitucional.
É preciso, sim, enquadrar pais negligentes que deixam o filho fora da escola ou abandonado. Puni-los de fato.
* Banner retirado do site www.casadajuventude.org.br
Uma pergunta
A Caixa Econômica Federal relatou à Gazeta que ainda não liberou as verbas do convênio firmado com a Prefeitura para obras de sobrevida do aterro porque aguarda apresentação do documento comprobatório de propriedade da área em que será realizada a obra, bem como documentos de engenharia.
Será que o Município não apresentou ainda porque justamente essa questão de propriedade do aterro (que fica na região do Horto) está complicada de se comprovar na Justiça, na disputa que trava com a União?
Será que o Município não apresentou ainda porque justamente essa questão de propriedade do aterro (que fica na região do Horto) está complicada de se comprovar na Justiça, na disputa que trava com a União?
Decisão do STJ pode ajudar a condenar Município de Limeira por danos ambientais de loteamento clandestino
Uma decisão tomada recentemente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pode gerar problemas sérios para o Município de Limeira na Justiça.
A Segunda Turma do STJ concluiu que se o Município não impede a consumação do dano ambiental e o prejuízo ao erário, deve ser responsabilizado junto com aqueles que fizeram loteamento clandestino.
O entendimento configura a legitimidade do Município para figurar no polo passivo (réu) de ação civil pública movida pelo Ministério Público.
O julgamento do STJ se deu numa ação em que o MP pediu a condenação do Município de São Paulo por improbidade administrativa e parcelamento do solo em desacordo com a lei. Na Vara da Fazenda Pública de Limeira, tramitam várias ações civis públicas semelhantes, a maioria sem sentença ainda.
Em primeira instância, segundo a assessoria do STJ, a ação foi julgada procedente, mas o juiz excluiu o Município (ficou apenas o espólio do proprietário da área) por entender que, se o Poder Público atua dentro dos limites da lei, não é possível imputar a ele responsabilidade.
O MP apelou, argumentando a legitimidade do Município para figurar como réu neste tipo de ação. Para a Promotoria, é responsabilidade do Município a adequação de loteamento irregular às exigências legais e a promoção das ações de recuperação dos danos causados ao meio ambiente.
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença, isentando o Município, ao entender que não foi ele que deu causa aos danos ambientais, mas sim todos que diretamente promoveram o desmatamento.
Não satisfeito, o MP decidiu levar o caso para o STJ, que acatou o recurso.
"Para evitar lesão aos padrões de desenvolvimento urbano, o Município não pode eximir-se do dever de regularizar loteamentos irregulares, se os loteadores e responsáveis, devidamente notificados, deixam de proceder às obras e melhoramentos indicados pelo ente público", afirmou o relator do caso, ministro Castro Meira (na foto*).
Segundo o relator, o fato de o Município ter multado os loteadores e embargado as obras realizadas no loteamento em nada muda o panorama, de acordo com a assessoria do STJ.
O entendimento do STJ pode complicar a situação do Município de Limeira nas diversas ações em que figura como réu. Isto porque os advogados limeirenses argumentam em juízo justamente o posicionamento de ilegitimidade para aparecer como réu.
No ano passado, o juiz Flávio Dassi Vianna rejeitou a tese de ilegitimidade do Município e condenou-o juntamente com o loteador clandestino numa ação movida pelo MP. Pela decisão, o Município fica incumbido de fazer o plano de recuperação ambiental caso o loteador não o faça em dois anos. Leia mais aqui.
Também no ano passado, o Município decidiu adotar postura diferente na Justiça. Ao invés de ser processado pelo MP, tomou a iniciativa dele mesmo ajuizar ação civil pública contra os loteadores clandestinos, conforme revelado pela Gazeta de Limeira.
Será que o feitiço vai virar contra o feiticeiro?
* Imagem retirada do site www.analisejustica.com.br
A Segunda Turma do STJ concluiu que se o Município não impede a consumação do dano ambiental e o prejuízo ao erário, deve ser responsabilizado junto com aqueles que fizeram loteamento clandestino.
O entendimento configura a legitimidade do Município para figurar no polo passivo (réu) de ação civil pública movida pelo Ministério Público.
O julgamento do STJ se deu numa ação em que o MP pediu a condenação do Município de São Paulo por improbidade administrativa e parcelamento do solo em desacordo com a lei. Na Vara da Fazenda Pública de Limeira, tramitam várias ações civis públicas semelhantes, a maioria sem sentença ainda.
Em primeira instância, segundo a assessoria do STJ, a ação foi julgada procedente, mas o juiz excluiu o Município (ficou apenas o espólio do proprietário da área) por entender que, se o Poder Público atua dentro dos limites da lei, não é possível imputar a ele responsabilidade.
O MP apelou, argumentando a legitimidade do Município para figurar como réu neste tipo de ação. Para a Promotoria, é responsabilidade do Município a adequação de loteamento irregular às exigências legais e a promoção das ações de recuperação dos danos causados ao meio ambiente.
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença, isentando o Município, ao entender que não foi ele que deu causa aos danos ambientais, mas sim todos que diretamente promoveram o desmatamento.
Não satisfeito, o MP decidiu levar o caso para o STJ, que acatou o recurso.
"Para evitar lesão aos padrões de desenvolvimento urbano, o Município não pode eximir-se do dever de regularizar loteamentos irregulares, se os loteadores e responsáveis, devidamente notificados, deixam de proceder às obras e melhoramentos indicados pelo ente público", afirmou o relator do caso, ministro Castro Meira (na foto*).
Segundo o relator, o fato de o Município ter multado os loteadores e embargado as obras realizadas no loteamento em nada muda o panorama, de acordo com a assessoria do STJ.
O entendimento do STJ pode complicar a situação do Município de Limeira nas diversas ações em que figura como réu. Isto porque os advogados limeirenses argumentam em juízo justamente o posicionamento de ilegitimidade para aparecer como réu.
No ano passado, o juiz Flávio Dassi Vianna rejeitou a tese de ilegitimidade do Município e condenou-o juntamente com o loteador clandestino numa ação movida pelo MP. Pela decisão, o Município fica incumbido de fazer o plano de recuperação ambiental caso o loteador não o faça em dois anos. Leia mais aqui.
Também no ano passado, o Município decidiu adotar postura diferente na Justiça. Ao invés de ser processado pelo MP, tomou a iniciativa dele mesmo ajuizar ação civil pública contra os loteadores clandestinos, conforme revelado pela Gazeta de Limeira.
Será que o feitiço vai virar contra o feiticeiro?
* Imagem retirada do site www.analisejustica.com.br
O Horto num pântano jurídico
Texto do autor publicado na coluna Prisma, edição de hoje (22/06/09) da Gazeta de Limeira:
"Ao longo das últimas décadas, o governo federal pouco fez pelo Horto Florestal de Limeira.
Jamais aquele espaço despertou interesse de nossas autoridades do Planalto. Tanto que o Município e a antiga RFFSA fizeram tratativas, firmaram instrumentos prévios de compra e venda, porém nada foi conclusivo.
A maior falha do Município nessa questão.
Até o momento, a União tem ligeira vantagem jurídica sobre o Município, ao conquistar, ainda que provisoriamente, a posse e a propriedade do espaço.
Mas tem lá a União moral alguma, passadas décadas de esquecimento, de destinar aquele espaço para um projeto, sem diálogo prévio com o Município? Tenho minhas dúvidas.
A luta pela terra é legítima, mas, há algum tempo, foi desvirtuada.
O Movimento dos Sem-Terra (MST) tem no papel ideais que poderiam ser encampados pela sociedade, mas as atuações recentes do movimento ajudam a distanciá-los da população. As desobediências às decisões judiciais, reiteradas vezes aqui em Limeira, mostram que o MST não colabora com o diálogo.
E quem não dialoga não contribui para o Estado democrático.
Município e União têm armas jurídicas para arrastarem o futuro do Horto por anos – as ações sobre posse e propriedade tramitam ainda sem decisão em primeira instância.
Até que se transite em julgado (sem chance de recurso), há espaço para a continuidade improdutiva de ataques mútuos.
Não é esse o caminho para uma cidade que quer progredir, nem para um plano de distribuição igualitária de terras.
O MST mostra, até agora, desrespeito a um Poder Judiciário legitimamente constituído.
Desejar requerer a reforma agrária é legítimo, mas avançar sobre as regras do organismo intermediador é uma afronta.
O Incra, infelizmente, às vezes parece não se distinguir do movimento a quem deveria auxiliar, não compactuar.
União, Incra e MST não se levantaram lá atrás, quando o Estado construiu uma unidade prisional.
Insisto: têm moral agora para transformar a região do Horto num adensamento populacional, à revelia das regras de um Plano Diretor?
Porém, se de fato a União obter o reconhecimento da posse da região do Horto, embora possa haver discordâncias, não haverá outro meio aos limeirenses senão respeitar a legitimidade da destinação dada a ela, ainda que seja para um assentamento.
Mas a União continua a ter um dever moral com Limeira: deveria se comprometer a bancar financeiramente escolas, postos de saúde, programas de lazer, tudo, enfim, que revista de dignidade uma comunidade.
Deixar para o contribuinte limeirense bancar tudo isso será outro desrespeito, apenas mais um nesse pântano jurídico no qual conseguiram transformar o Horto".
"Ao longo das últimas décadas, o governo federal pouco fez pelo Horto Florestal de Limeira.
Jamais aquele espaço despertou interesse de nossas autoridades do Planalto. Tanto que o Município e a antiga RFFSA fizeram tratativas, firmaram instrumentos prévios de compra e venda, porém nada foi conclusivo.
A maior falha do Município nessa questão.
Até o momento, a União tem ligeira vantagem jurídica sobre o Município, ao conquistar, ainda que provisoriamente, a posse e a propriedade do espaço.
Mas tem lá a União moral alguma, passadas décadas de esquecimento, de destinar aquele espaço para um projeto, sem diálogo prévio com o Município? Tenho minhas dúvidas.
A luta pela terra é legítima, mas, há algum tempo, foi desvirtuada.
O Movimento dos Sem-Terra (MST) tem no papel ideais que poderiam ser encampados pela sociedade, mas as atuações recentes do movimento ajudam a distanciá-los da população. As desobediências às decisões judiciais, reiteradas vezes aqui em Limeira, mostram que o MST não colabora com o diálogo.
E quem não dialoga não contribui para o Estado democrático.
Município e União têm armas jurídicas para arrastarem o futuro do Horto por anos – as ações sobre posse e propriedade tramitam ainda sem decisão em primeira instância.
Até que se transite em julgado (sem chance de recurso), há espaço para a continuidade improdutiva de ataques mútuos.
Não é esse o caminho para uma cidade que quer progredir, nem para um plano de distribuição igualitária de terras.
O MST mostra, até agora, desrespeito a um Poder Judiciário legitimamente constituído.
Desejar requerer a reforma agrária é legítimo, mas avançar sobre as regras do organismo intermediador é uma afronta.
O Incra, infelizmente, às vezes parece não se distinguir do movimento a quem deveria auxiliar, não compactuar.
União, Incra e MST não se levantaram lá atrás, quando o Estado construiu uma unidade prisional.
Insisto: têm moral agora para transformar a região do Horto num adensamento populacional, à revelia das regras de um Plano Diretor?
Porém, se de fato a União obter o reconhecimento da posse da região do Horto, embora possa haver discordâncias, não haverá outro meio aos limeirenses senão respeitar a legitimidade da destinação dada a ela, ainda que seja para um assentamento.
Mas a União continua a ter um dever moral com Limeira: deveria se comprometer a bancar financeiramente escolas, postos de saúde, programas de lazer, tudo, enfim, que revista de dignidade uma comunidade.
Deixar para o contribuinte limeirense bancar tudo isso será outro desrespeito, apenas mais um nesse pântano jurídico no qual conseguiram transformar o Horto".
domingo, 21 de junho de 2009
Reforma agrária no Horto será decidida no Supremo
* Se perder no STJ, Município questionará no STF a quem compete fazer zoneamento territorial
* Félix diz que encaminhará documentos pró-Horto para ministros do STJ
O prefeito Sílvio Félix (PDT) admite que a batalha jurídica sobre a reforma agrária no Horto Florestal Tatu deverá ser levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Poder Judiciário brasileiro que analisa processos sob os parâmetros da Constituição.
Félix diz que os advogados contratados para defender o Município sobre a questão do Horto nos tribunais superiores avisaram-no que quem sair derrotado no julgamento de quarta-feira no Superior Tribunal de Justiça (STJ) recorrerá ao Supremo (na foto, ministros em plenário*) - o STJ vai julgar um mandado de segurança que questiona a cessão das terras pelo Ministério do Planejamento para a reforma agrária.
O argumento que o Município levará ao STF, caso os ministros acolham parecer do Ministério Público Federal (MPF), que opinou pela extinção da ação por falta de direito ao Município em função da posse e propriedade do Horto estar sendo disputada em outras ações judiciais, é que a destinação das terras feita pelo governo federal fere a Constituição. “Não se pode rasgá-la”, argumenta.
Félix refere-se ao artigo 30, inciso VIII, que estipula competência aos Municípios em "promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano".
"O Plano Diretor, que foi aprovado pelos vereadores de acordo com a legislação, prevê o Horto como área urbana e de proteção do meio ambiente, o que não permite a reforma agrária lá. O STF terá de decidir a quem compete o zoneamento", disse Félix.
O prefeito disse que acompanhará o julgamento em Brasília, mas recebeu a orientação de que os ministros não se influenciam com pressões durante a sessão.
Porém, adiantou que nesta segunda-feira fará chegar ao gabinete dos magistrados um conjunto de documentos, que incluem pareceres e fotos, para mostrar os projetos do Município para a região.
Um desses pareceres foi emitido pelo Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que, segundo Félix, coloca o Horto como contrapartida do Município para efeito de compensações ambientais.
Félix informou que o senador Romeu Tuma (PTB), relator do caso do Horto na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, reuniu-se, juntamente com os demais membros da comissão, com representantes da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), órgão do Ministério do Planejamento, que teriam sinalizado interesse numa permuta da área.
Porém, até o momento, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não se manifestaram a respeito das áreas oferecidas pelo Município, na tentativa de acordo que está sendo intermediada pelo Ministério Público Federal (MPF) de Piracicaba.
O Movimento dos Sem Terra (MST) entende que a área pertence à União e deve ser destinada à reforma agrária.
"Em último caso, o assentamento não vai sair, porque o Município não vai conceder as licenças necessárias", diz Félix.
*Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
* Félix diz que encaminhará documentos pró-Horto para ministros do STJ
O prefeito Sílvio Félix (PDT) admite que a batalha jurídica sobre a reforma agrária no Horto Florestal Tatu deverá ser levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Poder Judiciário brasileiro que analisa processos sob os parâmetros da Constituição.
Félix diz que os advogados contratados para defender o Município sobre a questão do Horto nos tribunais superiores avisaram-no que quem sair derrotado no julgamento de quarta-feira no Superior Tribunal de Justiça (STJ) recorrerá ao Supremo (na foto, ministros em plenário*) - o STJ vai julgar um mandado de segurança que questiona a cessão das terras pelo Ministério do Planejamento para a reforma agrária.
O argumento que o Município levará ao STF, caso os ministros acolham parecer do Ministério Público Federal (MPF), que opinou pela extinção da ação por falta de direito ao Município em função da posse e propriedade do Horto estar sendo disputada em outras ações judiciais, é que a destinação das terras feita pelo governo federal fere a Constituição. “Não se pode rasgá-la”, argumenta.
Félix refere-se ao artigo 30, inciso VIII, que estipula competência aos Municípios em "promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano".
"O Plano Diretor, que foi aprovado pelos vereadores de acordo com a legislação, prevê o Horto como área urbana e de proteção do meio ambiente, o que não permite a reforma agrária lá. O STF terá de decidir a quem compete o zoneamento", disse Félix.
O prefeito disse que acompanhará o julgamento em Brasília, mas recebeu a orientação de que os ministros não se influenciam com pressões durante a sessão.
Porém, adiantou que nesta segunda-feira fará chegar ao gabinete dos magistrados um conjunto de documentos, que incluem pareceres e fotos, para mostrar os projetos do Município para a região.
Um desses pareceres foi emitido pelo Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que, segundo Félix, coloca o Horto como contrapartida do Município para efeito de compensações ambientais.
Félix informou que o senador Romeu Tuma (PTB), relator do caso do Horto na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, reuniu-se, juntamente com os demais membros da comissão, com representantes da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), órgão do Ministério do Planejamento, que teriam sinalizado interesse numa permuta da área.
Porém, até o momento, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não se manifestaram a respeito das áreas oferecidas pelo Município, na tentativa de acordo que está sendo intermediada pelo Ministério Público Federal (MPF) de Piracicaba.
O Movimento dos Sem Terra (MST) entende que a área pertence à União e deve ser destinada à reforma agrária.
"Em último caso, o assentamento não vai sair, porque o Município não vai conceder as licenças necessárias", diz Félix.
*Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
sábado, 20 de junho de 2009
Governo Félix freia gasto oficial com comunicação
O prefeito Sílvio Félix (PDT) deu uma freada brusca nos gastos da Prefeitura de Limeira enquadrados como "Comunicação Social" (inclui-se publicidade) em 2008, ano em que disputou e se reelegeu para mais quatro anos.
Pelo menos é o que indica a contabilidade oficial.
No ano passado, foram gastos R$ 749.648,10 em comunicação social, uma queda de 32% em relação à quantia de R$ 1.113.679,03 informada ao Tesouro Nacional relativa às despesas de 2007.
Se comparada com o ano de 2006, quando a Prefeitura gastou R$ 1.880.857,99, a queda é ainda mais espantosa e chega a 60%.
A contabilidade oficial em poder do Tesouro Nacional não tem a quantia relacionada a 2005, primeiro ano de Félix a frente da Prefeitura.
Em meio a todas essas contas, esteve um contrato mantido pela Prefeitura com a Estação Brasil ID-Publicidade, Incentivo e Marketing Direto., no valor de R$ 1,5 milhão.
Contrato que está sob investigação do Ministério Público há quase um ano e que já foi reprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Félix não prorrogou o contrato com a empresa.
Em 2007, para justificar o gasto de R$ 1,8 milhão do ano anterior, Félix informou que o número era alto porque não se computava apenas gastos de publicidade nesse enquadramento. Entraria no item "Comunicação Social" todo tipo de comunicação feita na administração pública, de gastos com publicação do Jornal Oficial até indicativos de ecopontos e fotocópias.
* Banner retirado do site www.iac.sp.gov.br
Pelo menos é o que indica a contabilidade oficial.
No ano passado, foram gastos R$ 749.648,10 em comunicação social, uma queda de 32% em relação à quantia de R$ 1.113.679,03 informada ao Tesouro Nacional relativa às despesas de 2007.
Se comparada com o ano de 2006, quando a Prefeitura gastou R$ 1.880.857,99, a queda é ainda mais espantosa e chega a 60%.
A contabilidade oficial em poder do Tesouro Nacional não tem a quantia relacionada a 2005, primeiro ano de Félix a frente da Prefeitura.
Em meio a todas essas contas, esteve um contrato mantido pela Prefeitura com a Estação Brasil ID-Publicidade, Incentivo e Marketing Direto., no valor de R$ 1,5 milhão.
Contrato que está sob investigação do Ministério Público há quase um ano e que já foi reprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Félix não prorrogou o contrato com a empresa.
Em 2007, para justificar o gasto de R$ 1,8 milhão do ano anterior, Félix informou que o número era alto porque não se computava apenas gastos de publicidade nesse enquadramento. Entraria no item "Comunicação Social" todo tipo de comunicação feita na administração pública, de gastos com publicação do Jornal Oficial até indicativos de ecopontos e fotocópias.
* Banner retirado do site www.iac.sp.gov.br
sexta-feira, 19 de junho de 2009
MP abre inquérito para investigar pane da Telefonica
A Telefonica será investigada pelo pane generalizado ocorrido em muitas regiões do Estado nos dias 8 e 9 - Limeira foi uma das cidades afetadas, o que gerou inúmeros transtornos.
A apuração foi instaurada ontem pela promotoria de Justiça do Consumidor da Capital, a cargo do promotor João Lopes Guimarães Júnior.
Transcrevo abaixo a portaria que instaurou a investigação, disponibilizada pelo MP.
"Chegou ao conhecimento desta Promotoria de Justiça do Consumidor, por intermédio de matérias veiculadas nos mais diversos meios de comunicação, notícia de que inúmeros u-suários do sistema de telefonia fixa da operadora TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELEFÔNICA teriam ficado impedidos de receber e realizar ligações no dia 08 de junho 2009, ter-ça-feira, a partir das 9h00, em razão de falha técnica em parte da rede.
De acordo com as reportagens, grande parte do sistema teria sido restabelecido por volta das 15h00, mas o serviço teria continuado indisponível para algumas empresas, sendo totalmente normalizado apenas às 23h00 do mesmo dia.
Segundo informações prestadas pela Telefônica à imprensa, a pane estaria relacionada a um problema na "atualização dos dados da rede que faz as chamadas", que é realizada por empresa terceirizada, cuja identidade não foi revelada.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, "além de milhões de consumidores, a falha afetou o serviço de emergência da Polícia Militar, dos bombeiros, das ambulâncias do SAMU e os números de atendimento a clientes da Eletropaulo e da Comgás". Clientes corporativos também foram lesados.
Nesse contexto,
CONSIDERANDO que a Telefônica (Telecomunicações de São Paulo S.A.) é empresa concessionária que fornece serviços de telecomunicações (telefonia, banda larga e TV digital), contando com 12 milhões de linhas fixas;
CONSIDERANDO que, nos termos do art. 10, VII, da Lei Federal nº 7.783/89, os serviços de telecomunicações são considerados essenciais; sendo notório que possuem relevância significativa para a economia e para as relações sociais no cotidiano da população brasileira, visto que o telefone constitui requisito instrumental para a troca de informações, execução de negócios e das mais variadas atividades humanas, desde operações bancárias a sistemas de segurança pública;
CONSIDERANDO que as Leis Federais nº 8.987/95 e 9.472/97, impõem ao fornecedor a obrigação de prestar serviço adequado, entendido como aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas; bem como de respeitar o direito dos usuários;
CONSIDERANDO o disposto no art. 22 da Lei Federal nº 8.078/90 (CDC), que obriga os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos;
CONSIDERANDO que, nos moldes do art. 20, caput, do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor de serviços responde objetivamente pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo;
CONSIDERANDO a necessidade de ressarcimento dos danos materiais e morais sofridos pelos consumidores, nos termos do art. 3º da Lei Federal nº 9.472/97 e art. 6º, inc. VI, do Código de Defesa do Consumidor;
CONSIDERANDO que a Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo, dentre outros, o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, atendidos, entre outros, o princípio do reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; a compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; incentivo à criação, pelos fornecedores, de meios efi-cientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços (art. 4º, incisos I, III e V, do Código de Defesa do Consumidor)
CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente e essencial à Justiça, responsável pela defesa da ordem jurídica e tutela dos interesses sociais e dos individuais indisponíveis (Constituição da República, art. 127);
CONSIDERANDO que, dentre as funções institu-cionais do Ministério Público, destaca-se para agora a promoção do inquérito civil e da ação civil pública, tendentes à proteção de interesses metaindividuais (Constituição da República, art. 129, inc. III);
CONSIDERANDO ainda que há necessidade de diligências para formar convicção definitiva sobre o direito incidente, bem assim para a reunião de elementos que fundamentem even-tual propositura de ação civil pública ou tomada de compromisso de ajustamento de conduta visando a tutela coletiva daqueles consumidores; com lastro no art. 8°, § 1°, da Lei Federal nº 7.347/85, e nos art. 106 e seguintes, da Lei Complementar Esta-dual 734/93, instauro o presente INQUÉRITO CIVIL, determinando desde logo as seguintes providências:
1.Registre-se e autue-se, na forma do art. 19, do Ato 484/2006 – CPJ;
2.Junte-se os documentos anexos;
3.Expeça-se notificação ao representante legal da investigada, com cópia da presente portaria, para que, no prazo de 20 (vinte) dias, apresente defesa escrita sobre os fatos nar-rados, devendo encaminhar cópia autenticada de seus atos constitutivos e da última alteração; bem como esclareça:
a)Quais regiões da cidade ou do Estado foram afetadas pela pane no sistema de telefonia fixa ocorrida em 08 de junho p.p.? Por quantos minutos o serviço ficou indisponível?
b)Quantos telefones foram afetados?
c)Quais medidas a empresa pretende adotar em relação aos prejuízos suportados pelos consumidores do sistema?
Com a resposta, ou sem ela, em 30 (trinta) dias, voltem os autos conclusos.
Não havendo interessados a cientificar, encami-nhe-se cópia desta portaria ao CAO, por via eletrônica.
Cumpra-se.
São Paulo, 18 de junho de 2009
João Lopes Guimarães Júnior
1° Promotor de Justiça do Consumidor"
Abaixo, segue o último posicionamento da empresa emitido à imprensa, no dia 10:
"A Telefônica informa que, atendendo à legislação e à regulamentação vigentes, realizará um desconto referente às falhas no completamento de chamadas ocorridas na manhã de ontem (09/06). O desconto ocorrerá a partir do próximo ciclo de faturamento, de acordo com o calendário de vencimentos.
O desconto será realizado de acordo com o que determina o artigo nº 32 da resolução nº 426 da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), ou seja, será equivalente a um dia de assinatura ou da mensalidade (no caso dos planos alternativos).
O desconto será concedido para todos os clientes, automaticamente. Não é necessário ligar para a empresa para ter direito a este desconto.
Em relação aos clientes corporativos, a Telefônica já iniciou diálogo para definir os descontos aplicáveis a cada um deles, de acordo com as disposições contratuais e comerciais estabelecidas.
A empresa também informa que já iniciou a apuração sobre as causas precisas do incidente de ontem. A Telefônica informará às autoridades, nos termos da regulamentação vigente, as conclusões desta apuração assim que ela estiver concluída".
A apuração foi instaurada ontem pela promotoria de Justiça do Consumidor da Capital, a cargo do promotor João Lopes Guimarães Júnior.
Transcrevo abaixo a portaria que instaurou a investigação, disponibilizada pelo MP.
"Chegou ao conhecimento desta Promotoria de Justiça do Consumidor, por intermédio de matérias veiculadas nos mais diversos meios de comunicação, notícia de que inúmeros u-suários do sistema de telefonia fixa da operadora TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELEFÔNICA teriam ficado impedidos de receber e realizar ligações no dia 08 de junho 2009, ter-ça-feira, a partir das 9h00, em razão de falha técnica em parte da rede.
De acordo com as reportagens, grande parte do sistema teria sido restabelecido por volta das 15h00, mas o serviço teria continuado indisponível para algumas empresas, sendo totalmente normalizado apenas às 23h00 do mesmo dia.
Segundo informações prestadas pela Telefônica à imprensa, a pane estaria relacionada a um problema na "atualização dos dados da rede que faz as chamadas", que é realizada por empresa terceirizada, cuja identidade não foi revelada.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, "além de milhões de consumidores, a falha afetou o serviço de emergência da Polícia Militar, dos bombeiros, das ambulâncias do SAMU e os números de atendimento a clientes da Eletropaulo e da Comgás". Clientes corporativos também foram lesados.
Nesse contexto,
CONSIDERANDO que a Telefônica (Telecomunicações de São Paulo S.A.) é empresa concessionária que fornece serviços de telecomunicações (telefonia, banda larga e TV digital), contando com 12 milhões de linhas fixas;
CONSIDERANDO que, nos termos do art. 10, VII, da Lei Federal nº 7.783/89, os serviços de telecomunicações são considerados essenciais; sendo notório que possuem relevância significativa para a economia e para as relações sociais no cotidiano da população brasileira, visto que o telefone constitui requisito instrumental para a troca de informações, execução de negócios e das mais variadas atividades humanas, desde operações bancárias a sistemas de segurança pública;
CONSIDERANDO que as Leis Federais nº 8.987/95 e 9.472/97, impõem ao fornecedor a obrigação de prestar serviço adequado, entendido como aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas; bem como de respeitar o direito dos usuários;
CONSIDERANDO o disposto no art. 22 da Lei Federal nº 8.078/90 (CDC), que obriga os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos;
CONSIDERANDO que, nos moldes do art. 20, caput, do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor de serviços responde objetivamente pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo;
CONSIDERANDO a necessidade de ressarcimento dos danos materiais e morais sofridos pelos consumidores, nos termos do art. 3º da Lei Federal nº 9.472/97 e art. 6º, inc. VI, do Código de Defesa do Consumidor;
CONSIDERANDO que a Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo, dentre outros, o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, atendidos, entre outros, o princípio do reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; a compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; incentivo à criação, pelos fornecedores, de meios efi-cientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços (art. 4º, incisos I, III e V, do Código de Defesa do Consumidor)
CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente e essencial à Justiça, responsável pela defesa da ordem jurídica e tutela dos interesses sociais e dos individuais indisponíveis (Constituição da República, art. 127);
CONSIDERANDO que, dentre as funções institu-cionais do Ministério Público, destaca-se para agora a promoção do inquérito civil e da ação civil pública, tendentes à proteção de interesses metaindividuais (Constituição da República, art. 129, inc. III);
CONSIDERANDO ainda que há necessidade de diligências para formar convicção definitiva sobre o direito incidente, bem assim para a reunião de elementos que fundamentem even-tual propositura de ação civil pública ou tomada de compromisso de ajustamento de conduta visando a tutela coletiva daqueles consumidores; com lastro no art. 8°, § 1°, da Lei Federal nº 7.347/85, e nos art. 106 e seguintes, da Lei Complementar Esta-dual 734/93, instauro o presente INQUÉRITO CIVIL, determinando desde logo as seguintes providências:
1.Registre-se e autue-se, na forma do art. 19, do Ato 484/2006 – CPJ;
2.Junte-se os documentos anexos;
3.Expeça-se notificação ao representante legal da investigada, com cópia da presente portaria, para que, no prazo de 20 (vinte) dias, apresente defesa escrita sobre os fatos nar-rados, devendo encaminhar cópia autenticada de seus atos constitutivos e da última alteração; bem como esclareça:
a)Quais regiões da cidade ou do Estado foram afetadas pela pane no sistema de telefonia fixa ocorrida em 08 de junho p.p.? Por quantos minutos o serviço ficou indisponível?
b)Quantos telefones foram afetados?
c)Quais medidas a empresa pretende adotar em relação aos prejuízos suportados pelos consumidores do sistema?
Com a resposta, ou sem ela, em 30 (trinta) dias, voltem os autos conclusos.
Não havendo interessados a cientificar, encami-nhe-se cópia desta portaria ao CAO, por via eletrônica.
Cumpra-se.
São Paulo, 18 de junho de 2009
João Lopes Guimarães Júnior
1° Promotor de Justiça do Consumidor"
Abaixo, segue o último posicionamento da empresa emitido à imprensa, no dia 10:
"A Telefônica informa que, atendendo à legislação e à regulamentação vigentes, realizará um desconto referente às falhas no completamento de chamadas ocorridas na manhã de ontem (09/06). O desconto ocorrerá a partir do próximo ciclo de faturamento, de acordo com o calendário de vencimentos.
O desconto será realizado de acordo com o que determina o artigo nº 32 da resolução nº 426 da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), ou seja, será equivalente a um dia de assinatura ou da mensalidade (no caso dos planos alternativos).
O desconto será concedido para todos os clientes, automaticamente. Não é necessário ligar para a empresa para ter direito a este desconto.
Em relação aos clientes corporativos, a Telefônica já iniciou diálogo para definir os descontos aplicáveis a cada um deles, de acordo com as disposições contratuais e comerciais estabelecidas.
A empresa também informa que já iniciou a apuração sobre as causas precisas do incidente de ontem. A Telefônica informará às autoridades, nos termos da regulamentação vigente, as conclusões desta apuração assim que ela estiver concluída".
STJ define na 4ª destino da reforma agrária em Limeira
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) agendou para quarta-feira, dia 24, o julgamento do mandado de segurança movido pelo Município contra o ato do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que cedeu provisoriamente uma área do Horto Florestal para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fazer reforma agrária.
A ação está na pauta da Primeira Seção do STJ, que começa às 14h. O ministro Herman Benjamin (na foto*) apresentará o relatório e seu voto, passando a seguir a votação dos outros nove magistrados.
Se houver empate, o voto de Minerva será dado pelo ministro Luiz Fux, presidente da Primeira Seção. Segundo o STJ, o voto do relator só será revelado durante a sessão.
Decisão liminar neste mandado, obtida pela Prefeitura em dezembro, é o que impede, por enquanto, a implantação do assentamento em Limeira, aprovado pelo Incra em setembro de 2008.
O Município justificou, entre outros pontos, que a área do Horto é urbana e essencial à qualidade de vida dos limeirenses, atendendo interesse local e a proteção do meio ambiente.
A Prefeitura usou também, como argumento, o Plano Diretor, que compreende o Horto como zona de reserva ambiental e de intervenção estratégica.
À época, o ministro Herman Benjamin entendeu que o assentamento mostrava-se potencialmente prejudicial e de difícil reparação, concedendo a liminar favorável ao Município. O despacho foi dado sem a União apresentar sua defesa.
A Advocacia-Geral da União (AGU) contestou a versão de compra da propriedade do Horto apresentada pelo Município e levou ao conhecimento do ministro a concessão de liminar pela Justiça Federal, que determinou a imissão da União na posse das terras do Horto - decisão não abrange, porém, áreas já ocupadas.
O Ministério Público Federal (MPF) opinou pela extinção da ação, por entender que o Município não tem direito de ação via mandado de segurança porque há fatos controversos e a posse do Horto é objeto de ações judiciais em curso.
Se o STJ seguir a recomendação do MPF e extinguir a ação, abre-se caminho para o Incra prosseguir com o assentamento na área onde hoje está localizado o Acampamento Elizabeth Teixeira, do Movimento dos Sem Terra (MST), existente desde a ocupação feita em 2007.
Roberto Martins, um dos líderes do grupo que articula mobilizações contra o MST, diz que hoje haverá uma reunião na Prefeitura e uma mobilização, com ida a Brasília, seria possível. "Temos que aproveitar todas as chances para evitar a reforma agrária".
Em nota, a Prefeitura informou que advogados contratados vão fazer a sustentação oral e que o Município está remetendo também todos os embasamentos sustentando a inviabilidade da área para a reforma agrária.
A Prefeitura diz que esse julgamento não irá decidir sobre a propriedade da área, apenas sobre a portaria do governo federal. "É a Justiça Federal de Piracicaba que irá decidir. Uma discussão é sobre o que permite o zoneamento naquele local [o Horto]; outra é sobre a quem pertence aquela propriedade".
Crédito: José Cruz/Retirado do site do Senado
A ação está na pauta da Primeira Seção do STJ, que começa às 14h. O ministro Herman Benjamin (na foto*) apresentará o relatório e seu voto, passando a seguir a votação dos outros nove magistrados.
Se houver empate, o voto de Minerva será dado pelo ministro Luiz Fux, presidente da Primeira Seção. Segundo o STJ, o voto do relator só será revelado durante a sessão.
Decisão liminar neste mandado, obtida pela Prefeitura em dezembro, é o que impede, por enquanto, a implantação do assentamento em Limeira, aprovado pelo Incra em setembro de 2008.
O Município justificou, entre outros pontos, que a área do Horto é urbana e essencial à qualidade de vida dos limeirenses, atendendo interesse local e a proteção do meio ambiente.
A Prefeitura usou também, como argumento, o Plano Diretor, que compreende o Horto como zona de reserva ambiental e de intervenção estratégica.
À época, o ministro Herman Benjamin entendeu que o assentamento mostrava-se potencialmente prejudicial e de difícil reparação, concedendo a liminar favorável ao Município. O despacho foi dado sem a União apresentar sua defesa.
A Advocacia-Geral da União (AGU) contestou a versão de compra da propriedade do Horto apresentada pelo Município e levou ao conhecimento do ministro a concessão de liminar pela Justiça Federal, que determinou a imissão da União na posse das terras do Horto - decisão não abrange, porém, áreas já ocupadas.
O Ministério Público Federal (MPF) opinou pela extinção da ação, por entender que o Município não tem direito de ação via mandado de segurança porque há fatos controversos e a posse do Horto é objeto de ações judiciais em curso.
Se o STJ seguir a recomendação do MPF e extinguir a ação, abre-se caminho para o Incra prosseguir com o assentamento na área onde hoje está localizado o Acampamento Elizabeth Teixeira, do Movimento dos Sem Terra (MST), existente desde a ocupação feita em 2007.
Roberto Martins, um dos líderes do grupo que articula mobilizações contra o MST, diz que hoje haverá uma reunião na Prefeitura e uma mobilização, com ida a Brasília, seria possível. "Temos que aproveitar todas as chances para evitar a reforma agrária".
Em nota, a Prefeitura informou que advogados contratados vão fazer a sustentação oral e que o Município está remetendo também todos os embasamentos sustentando a inviabilidade da área para a reforma agrária.
A Prefeitura diz que esse julgamento não irá decidir sobre a propriedade da área, apenas sobre a portaria do governo federal. "É a Justiça Federal de Piracicaba que irá decidir. Uma discussão é sobre o que permite o zoneamento naquele local [o Horto]; outra é sobre a quem pertence aquela propriedade".
Crédito: José Cruz/Retirado do site do Senado
MP é chamado a intervir na questão de presídios
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, recebeu representação feita pela deputada estadual Ana Perugine (PT) e determinou a instauração de procedimento para averiguar se providências podem ser tomadas contra o governo estadual a respeito da instalação de mais 49 presídios, um deles em Limeira.
A assessoria do MP informou que trata-se de um procedimento interno com o objetivo de analisar os argumentos da deputada. Ana disse que o procurador (na foto*), com quem se encontrou juntamente com prefeitos e representantes dos municípios, se prontificou a analisar as solicitações e agir, quando cabível.
A deputada detalhou que a representação teve como objetivo pedir a intervenção do MP no caso. A principal revolta dos municípios, incluindo Limeira, foi a surpresa gerada com a desapropriação de terrenos, sem que houvesse diálogo prévio com as cidades. "Em muitos municípios não foram feitos estudos adequados a respeito dos terrenos", argumentou Ana.
Em Limeira, a escolha do terreno às margens da Rodovia Anhangüera para um Centro de Progressão Penitenciária (CPP) é contestada pelo prefeito Sílvio Félix (PDT), que diz que a área está originalmente prevista para projetos de desenvolvimento econômico.
Em Piracicaba, há incertezas até mesmo sobre o lado da Rodovia Deputado Laércio Corte (SP-147/Limeira-Piracicaba) que vai abrigar o presídio.
Ana pediu para Vieira analisar caso a caso e intervir, inclusive com suspensão, se necessário.
O procurador, chefe dos promotores de justiça do Estado, poderá, se julgar cabível, determinar às promotorias locais a instauração de inquéritos civis para averiguar se a escolha dos terrenos desrespeita os planos diretores e as leis de zoneamentos dos municípios.
O secretário municipal de Assuntos Jurídicos, José Carlos Pazelli Júnior, representou a Prefeitura de Limeira na audiência. Em nota, a Prefeitura teceu críticas indiretas à atuação da deputada petista, dizendo que já tem canal direto com o Estado e que tem feito tratativas diretamente com o gabinete do governador José Serra (PSDB) e com as secretárias da área.
"Deputados de oposição têm feito trabalhos paralelos, e a Prefeitura teme que isso possa dificultar o entendimento com o próprio Estado", diz a nota, citando que foi convidada por pelo menos quatro deputados estaduais para reuniões em órgãos diferentes sobre o assunto. "O que vale para Limeira é o que foi tratado internamente com vereadores e as lideranças dos vários segmentos do Município".
*Crédito: Futurapress/Retirado do site www.diarioweb.com.br
A assessoria do MP informou que trata-se de um procedimento interno com o objetivo de analisar os argumentos da deputada. Ana disse que o procurador (na foto*), com quem se encontrou juntamente com prefeitos e representantes dos municípios, se prontificou a analisar as solicitações e agir, quando cabível.
A deputada detalhou que a representação teve como objetivo pedir a intervenção do MP no caso. A principal revolta dos municípios, incluindo Limeira, foi a surpresa gerada com a desapropriação de terrenos, sem que houvesse diálogo prévio com as cidades. "Em muitos municípios não foram feitos estudos adequados a respeito dos terrenos", argumentou Ana.
Em Limeira, a escolha do terreno às margens da Rodovia Anhangüera para um Centro de Progressão Penitenciária (CPP) é contestada pelo prefeito Sílvio Félix (PDT), que diz que a área está originalmente prevista para projetos de desenvolvimento econômico.
Em Piracicaba, há incertezas até mesmo sobre o lado da Rodovia Deputado Laércio Corte (SP-147/Limeira-Piracicaba) que vai abrigar o presídio.
Ana pediu para Vieira analisar caso a caso e intervir, inclusive com suspensão, se necessário.
O procurador, chefe dos promotores de justiça do Estado, poderá, se julgar cabível, determinar às promotorias locais a instauração de inquéritos civis para averiguar se a escolha dos terrenos desrespeita os planos diretores e as leis de zoneamentos dos municípios.
O secretário municipal de Assuntos Jurídicos, José Carlos Pazelli Júnior, representou a Prefeitura de Limeira na audiência. Em nota, a Prefeitura teceu críticas indiretas à atuação da deputada petista, dizendo que já tem canal direto com o Estado e que tem feito tratativas diretamente com o gabinete do governador José Serra (PSDB) e com as secretárias da área.
"Deputados de oposição têm feito trabalhos paralelos, e a Prefeitura teme que isso possa dificultar o entendimento com o próprio Estado", diz a nota, citando que foi convidada por pelo menos quatro deputados estaduais para reuniões em órgãos diferentes sobre o assunto. "O que vale para Limeira é o que foi tratado internamente com vereadores e as lideranças dos vários segmentos do Município".
*Crédito: Futurapress/Retirado do site www.diarioweb.com.br
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Veículos perderão ainda mais leitores se encamparem tese de não exigir diploma para jornalista
Acompanho há dois anos o noticiário sobre o Poder Judiciário, em função do meu trabalho, e, ainda que esteja hoje um pouco mais distante dos tribunais, leio atentamente os argumentos jurídicos na medida do possível - e o leitor sabe disso, já que muitos posts do blog estão relacionados ao tema.
O argumento usado pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, autor da ação contra a exigência do diploma para jornalista, tem certa consistência jurídica, em minha opinião. De certa forma, a lei pró-diploma, decretada no período da ditadura militar, contraria o dispositivo da liberdade de exercício da profissão. Fazer o quê? Só se mudar a Constituição.
Também neste entendimento, a exigência de diplomas para médico, engenheiros e advogados deveria ser extinta. Se o entendimento é válido para um, deve valer para todos.
Mas quem vai 'peitar' estas áreas tão intocáveis da sociedade brasileira? E os ministros do STF, todos juristas, teriam isentabilidade suficiente para um julgamento que decida a validade do diploma para um advogado?
O diploma é um indicativo de capacitação. Realço o indicativo porque hoje muitos têm o documento e oferecem um produto de péssima qualidade. Isso acontece em quase todas as profissões, não é exclusivo da área jornalística.
A decisão do STF joga uma responsabilidade extrema aos proprietários de veículos de comunicação, que, pelo entendimento do Supremo, podem contratar qualquer um para a função de repórter.
Caberá aos veículos adotarem uma padronização. É melhor ter um profissional que tenha aprendido as técnicas de apuração em curso superior ou apenas um que sabe escrever bem?
Um jornal com qualidade não se resume apenas a uma equipe de jornalistas. Os chamados colaboradores contribuem muito, porque são especialistas em determinadas áreas e podem lançar visões pluralistas sobre temas de interesse público.
Mas eles jamais terão a técnica de contextualizar as informações, priorizar temas e hierarquizar a informação ao seu público-leitor. Habilidades que um formado em jornalismo precisa ter (digo precisa ter porque muitos, infelizmente, saem da faculdade sem saber o básico).
Daí o porque de articulistas escreverem em espaços diferenciados no jornal, separados das reportagens - quando juntos, o artigo fica bem explícito que trata-se da opinião de um articulista.
Os grandes veículos enfrentam cada dia mais os desgastes provocados pela globalização da informação. O jornalista não detém mais o poder único sobre a produção da informação. Qualquer blog pode divulgar hoje uma informação. Mas o jornalismo de qualidade, diferenciado, de credibilidade, demandará profissionais capacitados.
Se os veículos encamparem a tese de não exigir diploma (muitos devem usar isso para se beneficiar nas relações trabalhistas, o que só piora a situação para o lado do jornalista), contribuirão para a precarização do trabalho jornalístico. É um tiro no pé, que só os ajudará a perderem leitores, digo, clientes.
Sou a favor do diploma e de uma melhor regulamentação da profissão. Enquanto isso não for feito, ainda mais com a derrubada da Lei de Imprensa, haverá sempre vácuos jurídicos para se questionar o trabalho jornalístico. Isso é ruim para nós, jornalistas, ruim para a democracia, e pior ainda para a sociedade.
O argumento usado pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, autor da ação contra a exigência do diploma para jornalista, tem certa consistência jurídica, em minha opinião. De certa forma, a lei pró-diploma, decretada no período da ditadura militar, contraria o dispositivo da liberdade de exercício da profissão. Fazer o quê? Só se mudar a Constituição.
Também neste entendimento, a exigência de diplomas para médico, engenheiros e advogados deveria ser extinta. Se o entendimento é válido para um, deve valer para todos.
Mas quem vai 'peitar' estas áreas tão intocáveis da sociedade brasileira? E os ministros do STF, todos juristas, teriam isentabilidade suficiente para um julgamento que decida a validade do diploma para um advogado?
O diploma é um indicativo de capacitação. Realço o indicativo porque hoje muitos têm o documento e oferecem um produto de péssima qualidade. Isso acontece em quase todas as profissões, não é exclusivo da área jornalística.
A decisão do STF joga uma responsabilidade extrema aos proprietários de veículos de comunicação, que, pelo entendimento do Supremo, podem contratar qualquer um para a função de repórter.
Caberá aos veículos adotarem uma padronização. É melhor ter um profissional que tenha aprendido as técnicas de apuração em curso superior ou apenas um que sabe escrever bem?
Um jornal com qualidade não se resume apenas a uma equipe de jornalistas. Os chamados colaboradores contribuem muito, porque são especialistas em determinadas áreas e podem lançar visões pluralistas sobre temas de interesse público.
Mas eles jamais terão a técnica de contextualizar as informações, priorizar temas e hierarquizar a informação ao seu público-leitor. Habilidades que um formado em jornalismo precisa ter (digo precisa ter porque muitos, infelizmente, saem da faculdade sem saber o básico).
Daí o porque de articulistas escreverem em espaços diferenciados no jornal, separados das reportagens - quando juntos, o artigo fica bem explícito que trata-se da opinião de um articulista.
Os grandes veículos enfrentam cada dia mais os desgastes provocados pela globalização da informação. O jornalista não detém mais o poder único sobre a produção da informação. Qualquer blog pode divulgar hoje uma informação. Mas o jornalismo de qualidade, diferenciado, de credibilidade, demandará profissionais capacitados.
Se os veículos encamparem a tese de não exigir diploma (muitos devem usar isso para se beneficiar nas relações trabalhistas, o que só piora a situação para o lado do jornalista), contribuirão para a precarização do trabalho jornalístico. É um tiro no pé, que só os ajudará a perderem leitores, digo, clientes.
Sou a favor do diploma e de uma melhor regulamentação da profissão. Enquanto isso não for feito, ainda mais com a derrubada da Lei de Imprensa, haverá sempre vácuos jurídicos para se questionar o trabalho jornalístico. Isso é ruim para nós, jornalistas, ruim para a democracia, e pior ainda para a sociedade.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Idosa paga advogada, R$ 318 por mês em plano de saúde e vai à Justiça para obter fralda gratuita do Ceprosom
As pessoas continuam recorrendo de todas as formas possíveis à Justiça contra o Município para obter benefícios em serviços de saúde.
Vejam o exemplo da sr. E.F. (manterei o nome em sigilo para efeitos de segurança).
Sua advogada ajuizou ação ordinária contra o Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom, uma autarquia do Município) alegando que a paciente necessita fazer uso de fraldas geriátricas (4 por dia), que as peças possuem custo elevado a qual não pode suportar.
Pediu para que a Justiça ordene o Ceprosom a fornecer as fraldas mensalmente ou o equivalente em dinheiro - em caso de negativa, multa para a autarquia.
A juíza substituta da Vara da Fazenda Pública, Michelli Vieira do Lago, observou, porém, que não há na ação movida qualquer documento que comprove que E.F. faça uso de fraldas geriátricas. Lembra, ainda, que a idosa já recebe as fraldas do Ceprosom, embora em quantidade insuficiente.
Vejam a comparação de custos feita pela juíza, que indeferiu no último dia 2 a concessão de liminar pedida pela idosa.
O custo diário das fraldas, de acordo com os documentos juntados, é de aproximadamente R$ 6, ou seja, cerca de R$ 180 por mês. Mas a idosa gasta, só com plano de saúde particular, R$ 318 por mês e constituiu advogado por conta própria, o que demonstra capacidade econômica.
"Desta forma, não se pode afirmar, com base nos elementos trazidos aos autos, que a autora não possua condições financeiras para adquiri-lo, ainda que com algum sacrifício", afirmou a juíza no despacho.
O mérito da ação ainda será julgado.
Vejam o exemplo da sr. E.F. (manterei o nome em sigilo para efeitos de segurança).
Sua advogada ajuizou ação ordinária contra o Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom, uma autarquia do Município) alegando que a paciente necessita fazer uso de fraldas geriátricas (4 por dia), que as peças possuem custo elevado a qual não pode suportar.
Pediu para que a Justiça ordene o Ceprosom a fornecer as fraldas mensalmente ou o equivalente em dinheiro - em caso de negativa, multa para a autarquia.
A juíza substituta da Vara da Fazenda Pública, Michelli Vieira do Lago, observou, porém, que não há na ação movida qualquer documento que comprove que E.F. faça uso de fraldas geriátricas. Lembra, ainda, que a idosa já recebe as fraldas do Ceprosom, embora em quantidade insuficiente.
Vejam a comparação de custos feita pela juíza, que indeferiu no último dia 2 a concessão de liminar pedida pela idosa.
O custo diário das fraldas, de acordo com os documentos juntados, é de aproximadamente R$ 6, ou seja, cerca de R$ 180 por mês. Mas a idosa gasta, só com plano de saúde particular, R$ 318 por mês e constituiu advogado por conta própria, o que demonstra capacidade econômica.
"Desta forma, não se pode afirmar, com base nos elementos trazidos aos autos, que a autora não possua condições financeiras para adquiri-lo, ainda que com algum sacrifício", afirmou a juíza no despacho.
O mérito da ação ainda será julgado.
TCE reprova contrato de R$ 9 milhões das obras do câmpus 2 da Unicamp em Limeira
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) reprovou nesta terça-feira (16/06) o contrato firmado pela Unicamp com a Rio Verde Engenharia e Construções para a execução dos prédios do anfiteatro, blocos I, II e III do câmpus da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/Unicamp), o campus 2 de Limeira (na foto*).
O contrato foi celebrado em 25 de agosto de 2006, após a Rio Verde ter vencido a concorrência pública, com um preço de R$ 9.077.569,14.
O relatório com o apontamento das falhas não foi divulgado.
Além do julgamento irregular, os conselheiros decidiram aplicar multa de 200 ufesps (R$ 3.176) aos responsáveis: Aparecida Lúcia C. Mansur (coordenadora-adjunta responsável pela abertura da licitação), Edna Aparecida Rubio Colona (coordenador responsável pela homologação) e Paulo Eduardo M. Rodrigues (pró-reitor de desenvolvimento universitário responsável por firmar o instrumento contratual).
A Unicamp pode e vai recorrer da decisão.
* Crédito: Unicamp/Imagem retirada do site da universidade
* * *
Também ontem, o TCE julgou regular o contrato firmado em janeiro de 2008 pela Prefeitura de Limeira com a Construtora Roca, no valor de R$ 422.081,58, para a execução de obra de substituição de pontilhão metálico e nova passagem sob linha férrea na área conhecida como Ponte Preta, ligação entre a Avenida Campinas e Antônio Eugênio Lucato (Marginal Tatu).
O contrato foi celebrado em 25 de agosto de 2006, após a Rio Verde ter vencido a concorrência pública, com um preço de R$ 9.077.569,14.
O relatório com o apontamento das falhas não foi divulgado.
Além do julgamento irregular, os conselheiros decidiram aplicar multa de 200 ufesps (R$ 3.176) aos responsáveis: Aparecida Lúcia C. Mansur (coordenadora-adjunta responsável pela abertura da licitação), Edna Aparecida Rubio Colona (coordenador responsável pela homologação) e Paulo Eduardo M. Rodrigues (pró-reitor de desenvolvimento universitário responsável por firmar o instrumento contratual).
A Unicamp pode e vai recorrer da decisão.
* Crédito: Unicamp/Imagem retirada do site da universidade
* * *
Também ontem, o TCE julgou regular o contrato firmado em janeiro de 2008 pela Prefeitura de Limeira com a Construtora Roca, no valor de R$ 422.081,58, para a execução de obra de substituição de pontilhão metálico e nova passagem sob linha férrea na área conhecida como Ponte Preta, ligação entre a Avenida Campinas e Antônio Eugênio Lucato (Marginal Tatu).
terça-feira, 16 de junho de 2009
Promotor da reforma agrária em Limeira é condenado por improbidade em convênio de R$ 191 mil com entidade "laranja" do MST
Raimundo Pires da Silva, superintendente-regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo (na foto*), tornou-se conhecido em Limeira após assinar, em portaria publicada em setembro de 2008, a criação do assentamento "Projeto de Desenvolvimento Sustentável Horto Florestal Tatu", uma celeuma que está se arrastando na Justiça, com o conflito jurídico entre União e Prefeitura
O autorizador do assentamento limeirense acaba de ser condenado por improbidade administrativa pela Justiça Federal de Presidente Prudente em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) de Presidente Prudente.
Ele e mais cinco pessoas, entre estas dois integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) naquela região, tiveram os direitos políticos suspensos por três anos, estão proibido de contratar com o Poder Público ou receberem benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de três anos e vão pagar multa civil, segundo a sentença assinada pelo juiz Newton José Falcão.
A decisão assinala também o afastamento de Raimundo do cargo.
O MPF sustentou na ação que tomou conhecimento, em 2003, da formalização de um convênio entre o Incra e a Cooperativa Central de Reforma Agrária do Estado de São Paulo (CCA-SP) para liberação de R$ 191 mil, que seria destinada à conclusão de uma agroindústria de laticínios, despolpadeira de frutas, secadoras e silos, situada em Teodoro Sampaio.
Na época, já havia um inquérito em andamento para apurar improbidade por parte de integrantes da cooperativa, do Incra, do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e do Banco do Brasil, todos integrantes da extinta Comissão Estadual do Procera (CEPRO), em razão de inúmeras irregularidades em vários projetos de interesse da Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados de Reforma Agrária do Pontal (COCAMP) para a região do Pontal do Paranapanema.
A COCAMP é tida como uma entidade "laranja" do Movimento dos Sem-Terra, conforme editorial do jornal O Estado de S.Paulo. Como o MST não tem personalidade jurídica, não pode firmar convênios diretamente com o governo federal. Porém, recebe dinheiro público indiretamente, por meio de ONGs e cooperativas.
O Incra negara a existência de qualquer convênio com a COCAMP, informação desmentida posteriormente, o que demonstrou, segundo o MPF, "má fé do Superintendente-Regional [Raimundo Pires]".
Diz o MPF: "saltam aos olhos manifestas irregularidades e ilegalidades em referido procedimento, conduzido ao arrepio dos mais comezinhos princípios de Direito Público, fazendo-se necessárias as medidas cautelares requeridas, para que se evite grave lesão aos cofres públicos e a concessão de benesse indevida à particulares com dinheiro público".
A Procuradoria entendeu que o convênio é indevido porque, em seu lugar, caberia contrato de financiamento, já que não se trata de realização de objetivos de interesse institucional.
"Não há interesse recíproco, mas somente da cooperativa em receber a fundo perdido e dela se utilizar para a locupletação indevida", aponta o MPF, ressaltando que o convênio exige interesse público, com vantagens para as duas partes, o que não foi o caso em questão.
A irregularidade acentuou várias outras na COCAMP, que é investigada em vários inquéritos policiais, um processo-crime por superfaturamento na compra de caminhões por dois ex-integrantes da diretoria, entre outras ações.
Raimundo Pires considerou o processo devidamente instruído e a minuta do convênio de acordo.
Não foi esse o entendimento do juiz. "A Administração Pública, em decorrência dos princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, não pode contratar indiscriminadamente, devendo instaurar um procedimento licitatório, pelo qual todos concorrerão igualitariamente e a Administração optará pela proposta que lhe for mais favorável".
Para o juiz, a cooperativa não pode ser contemplada com novo crédito porque, em processos anteriores, mostrou-se indigna de confiança. Como a COCAMP estava impossibilitada de receber dinheiro público, o Incra criou o convênio para repassá-lo por uma outra via, que é o convênio com a CCA-SP.
À Folha Online, a assessoria do Incra disse que entrou com recurso contra a decisão e que enquanto não transitar em julgado (sem possibilidade de recursos), a decisão não é aplicada.
A sentença completa pode ser lida aqui.
* Imagem retirada do site www.faep.com.br
O autorizador do assentamento limeirense acaba de ser condenado por improbidade administrativa pela Justiça Federal de Presidente Prudente em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) de Presidente Prudente.
Ele e mais cinco pessoas, entre estas dois integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) naquela região, tiveram os direitos políticos suspensos por três anos, estão proibido de contratar com o Poder Público ou receberem benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de três anos e vão pagar multa civil, segundo a sentença assinada pelo juiz Newton José Falcão.
A decisão assinala também o afastamento de Raimundo do cargo.
O MPF sustentou na ação que tomou conhecimento, em 2003, da formalização de um convênio entre o Incra e a Cooperativa Central de Reforma Agrária do Estado de São Paulo (CCA-SP) para liberação de R$ 191 mil, que seria destinada à conclusão de uma agroindústria de laticínios, despolpadeira de frutas, secadoras e silos, situada em Teodoro Sampaio.
Na época, já havia um inquérito em andamento para apurar improbidade por parte de integrantes da cooperativa, do Incra, do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e do Banco do Brasil, todos integrantes da extinta Comissão Estadual do Procera (CEPRO), em razão de inúmeras irregularidades em vários projetos de interesse da Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados de Reforma Agrária do Pontal (COCAMP) para a região do Pontal do Paranapanema.
A COCAMP é tida como uma entidade "laranja" do Movimento dos Sem-Terra, conforme editorial do jornal O Estado de S.Paulo. Como o MST não tem personalidade jurídica, não pode firmar convênios diretamente com o governo federal. Porém, recebe dinheiro público indiretamente, por meio de ONGs e cooperativas.
O Incra negara a existência de qualquer convênio com a COCAMP, informação desmentida posteriormente, o que demonstrou, segundo o MPF, "má fé do Superintendente-Regional [Raimundo Pires]".
Diz o MPF: "saltam aos olhos manifestas irregularidades e ilegalidades em referido procedimento, conduzido ao arrepio dos mais comezinhos princípios de Direito Público, fazendo-se necessárias as medidas cautelares requeridas, para que se evite grave lesão aos cofres públicos e a concessão de benesse indevida à particulares com dinheiro público".
A Procuradoria entendeu que o convênio é indevido porque, em seu lugar, caberia contrato de financiamento, já que não se trata de realização de objetivos de interesse institucional.
"Não há interesse recíproco, mas somente da cooperativa em receber a fundo perdido e dela se utilizar para a locupletação indevida", aponta o MPF, ressaltando que o convênio exige interesse público, com vantagens para as duas partes, o que não foi o caso em questão.
A irregularidade acentuou várias outras na COCAMP, que é investigada em vários inquéritos policiais, um processo-crime por superfaturamento na compra de caminhões por dois ex-integrantes da diretoria, entre outras ações.
Raimundo Pires considerou o processo devidamente instruído e a minuta do convênio de acordo.
Não foi esse o entendimento do juiz. "A Administração Pública, em decorrência dos princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, não pode contratar indiscriminadamente, devendo instaurar um procedimento licitatório, pelo qual todos concorrerão igualitariamente e a Administração optará pela proposta que lhe for mais favorável".
Para o juiz, a cooperativa não pode ser contemplada com novo crédito porque, em processos anteriores, mostrou-se indigna de confiança. Como a COCAMP estava impossibilitada de receber dinheiro público, o Incra criou o convênio para repassá-lo por uma outra via, que é o convênio com a CCA-SP.
À Folha Online, a assessoria do Incra disse que entrou com recurso contra a decisão e que enquanto não transitar em julgado (sem possibilidade de recursos), a decisão não é aplicada.
A sentença completa pode ser lida aqui.
* Imagem retirada do site www.faep.com.br
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Maluf, o incorrigível
Da Agência Brasil, publicado em 12 de junho:
"Os representantes do Ministério Púbico iniciam na próxima semana uma mobilização em todo o país contra o projeto de lei do deputado Paulo Maluf (PP-SP), conhecido como "Lei da Mordaça", que estabelece penas para autores de ações públicas e populares quando o juiz da causa julgar que houve má-fé, perseguição política ou intenção de promoção pessoal no processo aberto pelos promotores. O movimento será encabeçado pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).
O presidente da entidade, José Carlos Consenzo, disse à Agência Brasil que uma das formas de pressão para derrubar o projeto de lei será a atuação direta nos municípios dos 15 mil promotores espalhados por todo o país. "Será um trabalho na base. O promotor vai atuar na comunidade mostrando que o parlamentar eleito [no exemplo, Paulo Maluf, eleito por São Paulo] atua [na Câmara dos Deputados] em causa própria", afirmou.
Outra frente do movimento é espalhar pelo país outdoors pelas cidades "para mostrar à sociedade os problemas de se retirar prerrogativas dos promotores". Consenzo ressaltou que a mobilização vai contar com apoio de outras entidades, como Transparência Brasil, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), entre outras.
Nesta semana, a matéria recebeu o apoio de líderes partidários, como Cândido Vaccarezza (PT-SP), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), José Aníbal (PSDB-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Fernando Coruja (PPS-SC), para que tramite em regime de urgência.
Essa tramitação, no entanto, depende ainda da aprovação em plenário de 257 deputados. Apesar de não ser consenso na bancada do PT, o líder Cândido Vaccarezza considera o projeto de lei "plausível". Para ele, uma vez explicada a proposta aos deputados não haverá problema na sua aprovação pela Casa.
Quanto à atuação dos promotores nas comunidades locais para barrar o projeto de lei, Vaccarezza não acredita que "promotores de boa-fé entrem neste movimento". Outros deputados, entretanto, não acreditam numa tramitação fácil da matéria.
O corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), por exemplo, admite que a proposta de Maluf é polêmica. "Isso não foi conversado no partido. De fato, não é uma coisa simples e não vejo como votar rápido. E por que pressa?", perguntou.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) considerou que a Câmara dará "um tiro no pé" caso aprove o projeto de lei. Segundo ele, já existe uma mobilização do PV, P-SOL e PPS para, se for o caso, tentar obstruir a apreciação da proposta, caso a urgência seja aprovada em plenário. "Dificilmente [o projeto] será aprovado pois necessita do apoio de 257 deputados para tramitar em urgência e, depois, ainda ser submetido a uma segunda apreciação [de mérito]", lembrou Gabeira."
Maluf (na foto*) continua incorrigível. Com uma lista intensa de ações civis movidas pelo MP contra ele, e investigações que apontam milhões de reais em paraísos fiscais (ele sempre negou), agora quer criar uma punição para promotores, que tem o papel institucional de cobrar na Justiça os maus políticos administradores, quando julga haver lesões ao erário público.
Analisando bem o Congresso atual, o projeto até pode passar.
* Crédito: Arquivo ABr
"Os representantes do Ministério Púbico iniciam na próxima semana uma mobilização em todo o país contra o projeto de lei do deputado Paulo Maluf (PP-SP), conhecido como "Lei da Mordaça", que estabelece penas para autores de ações públicas e populares quando o juiz da causa julgar que houve má-fé, perseguição política ou intenção de promoção pessoal no processo aberto pelos promotores. O movimento será encabeçado pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).
O presidente da entidade, José Carlos Consenzo, disse à Agência Brasil que uma das formas de pressão para derrubar o projeto de lei será a atuação direta nos municípios dos 15 mil promotores espalhados por todo o país. "Será um trabalho na base. O promotor vai atuar na comunidade mostrando que o parlamentar eleito [no exemplo, Paulo Maluf, eleito por São Paulo] atua [na Câmara dos Deputados] em causa própria", afirmou.
Outra frente do movimento é espalhar pelo país outdoors pelas cidades "para mostrar à sociedade os problemas de se retirar prerrogativas dos promotores". Consenzo ressaltou que a mobilização vai contar com apoio de outras entidades, como Transparência Brasil, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), entre outras.
Nesta semana, a matéria recebeu o apoio de líderes partidários, como Cândido Vaccarezza (PT-SP), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), José Aníbal (PSDB-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Fernando Coruja (PPS-SC), para que tramite em regime de urgência.
Essa tramitação, no entanto, depende ainda da aprovação em plenário de 257 deputados. Apesar de não ser consenso na bancada do PT, o líder Cândido Vaccarezza considera o projeto de lei "plausível". Para ele, uma vez explicada a proposta aos deputados não haverá problema na sua aprovação pela Casa.
Quanto à atuação dos promotores nas comunidades locais para barrar o projeto de lei, Vaccarezza não acredita que "promotores de boa-fé entrem neste movimento". Outros deputados, entretanto, não acreditam numa tramitação fácil da matéria.
O corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), por exemplo, admite que a proposta de Maluf é polêmica. "Isso não foi conversado no partido. De fato, não é uma coisa simples e não vejo como votar rápido. E por que pressa?", perguntou.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) considerou que a Câmara dará "um tiro no pé" caso aprove o projeto de lei. Segundo ele, já existe uma mobilização do PV, P-SOL e PPS para, se for o caso, tentar obstruir a apreciação da proposta, caso a urgência seja aprovada em plenário. "Dificilmente [o projeto] será aprovado pois necessita do apoio de 257 deputados para tramitar em urgência e, depois, ainda ser submetido a uma segunda apreciação [de mérito]", lembrou Gabeira."
Maluf (na foto*) continua incorrigível. Com uma lista intensa de ações civis movidas pelo MP contra ele, e investigações que apontam milhões de reais em paraísos fiscais (ele sempre negou), agora quer criar uma punição para promotores, que tem o papel institucional de cobrar na Justiça os maus políticos administradores, quando julga haver lesões ao erário público.
Analisando bem o Congresso atual, o projeto até pode passar.
* Crédito: Arquivo ABr
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