A concessão de bolsa de estudo à Susiléia Aguiar de Freitas, esposa do presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos (na foto*), não se torna menos grave a partir do momento em que o pedetista anuncia que a esposa desistirá do benefício.
Ficará sempre o questionamento se o recuo foi feito somente após Eliseu ser procurado por jornalistas para falar sobre o assunto.
O que está em xeque também, e principalmente, são os critérios adotados pela Secretaria Municipal de Educação, órgão da Prefeitura responsável pela concessão do benefício.
Susiléia correu um risco calculado.
Pode até justificar-se dizendo que, quando pediu a bolsa, ainda não havia se casado com Eliseu e atendia aos critérios.
Ocorre que, como era beneficiada em 2008, ela teve de instruir novamente a Secretaria com documentos socioeconômicos para concorrer em 2009.
Os dados tinham que ser protocolados de 2 a 30 de março. Como sabemos que casamentos são marcados com muita antecedência, Susiléia pediu bolsa sabendo que sua condição socioeconômica mudaria em menos de um mês - ela se casou em 3 de abril.
Ainda assim, os dados informados pelos pretendentes a bolsas são analisados por uma comissão. E isso inclui entrevistas com assistentes sociais.
Vem mais dúvidas por aí: se Susiléia foi entrevistada, teria ela revelado que sua situação socioeconomica mudara? Se sim, porque a Secretaria manteve sua avaliação de que era preciso contemplá-la? Se não, isso representaria uma omissão de dados grave. Quando ocorreu essa entrevista, era notório o fato de que ela havia se casado com Eliseu.
O presidente da Câmara pode ficar chateado, pode ficar irritado com as abordagens dos jornais.
Mas mais chateado, mais irritado deve ter ficado o universitário que esperava um benefício e foi preterido, sabendo que na lista há a esposa do presidente da Câmara, aliado do comandante atual da Prefeitura e que ganha ao menos R$ 5.191,49 como chefe do Legislativo.
*Imagem retirada do site www.camaralimeira.sp.gov.br
terça-feira, 30 de junho de 2009
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Se o exemplo vem de cima, como diz o ditado, nossos legisladores estão copiando exatamente os legisladores da Câmara e do Senado. Tirar vantagens pessoais já virou lei no poder legislativo!
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