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terça-feira, 28 de outubro de 2008

A força dos pequenos negócios

Dados compilados nas informações do cadastro central de empresas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a empregabilidade em Limeira mudou significativamente, num período de dez anos, com a força das micros e pequenas empresas.

Em 1996, Limeira tinha 21.021 pessoas ocupadas em atividades econômicas com até 99 funcionários - pelos critérios do Sebrae, a pequena empresa na indústria e construção tem entre 20 e 99 pessoas, enquanto no comércio e serviços esse número varia de 10 a 49; já a microempresa, considera-se, para os dois primeiros segmentos citados, até 19 funcionários; para lojas e prestadores de serviços, até 9 pessoas.

Os 21.021 ocupados correspondiam, à época, a 55% do total de trabalhadores da cidade. Em 2006, uma década depois, as micros e pequenas empresas empregavam 46.681 pessoas, avanço de 122% no período. A concentração ficou ainda mais evidente e chega a 61% do pessoal ocupado. O maior crescimento de empregos está nas empresas que têm entre 50 e 99 funcionários, que passou de 1.684 para 6.790 (303%) - 4 vezes mais em uma década.

O avanço das micros e pequenas empresas na empregabilidade deu-se em detrimento de um crescimento menor da capacidade empregatícia das grandes empresas (500 ou mais funcionários). Em 1996, as grandes empregavam 9.976 pessoas, o que representava 26,3% do total de 37.828 trabalhadores ocupados; dez anos depois, o número saltou para 12.044, mas a participação ficou em patamar bem menor, na faixa de 16%.

O declínio da participação das grandes empresas na geração de empregos coincide com a fase de terceirizações que marcou as multinacionais, como a TRW, na década passada. O processo fortaceleu um outro segmento, marcado pelas micros e pequenas empresas: os fornecedores de peças automotivas. As chamadas médias empresas (100 a 499 funcionários) aumentaram sua participação na fatia dos ocupados entre 1996 e 2006, passando de 18% para 22%.

Para o gerente da Incubadora de Empresas de Limeira, Wladimir dos Santos, o aumento da capacidade de empregabilidade das micros e pequenas empresas segue tendência nacional, onde a participação desses tipos de empreendimentos é ainda maior. “É uma realidade mundial e é muito bom que isso tenha ocorrido em Limeira”, disse - a própria Incubadora, que estimula o surgimento de microempresas, surgiu em 1999, ou seja, dentro do período compreendido na análise dos dados do IBGE.

Wladimir explica que, nas micros e pequenas empresas, a demissão traz impacto maior para o empregador do que nas grandes empresas, fator que pode explicar a manutenção dos profissionais. Outra característica que estimula a carreira neste tipo de negócio é a fidelidade entre o empresário e o funcionário. “Na pequena empresa o contato é muito mais próximo, principalmente em empresas que têm até 4 pessoas”, diz.

Segundo o IBGE, os empreendimentos com até 4 funcionários superaram em 2006 as grandes empresas em quantidade de funcionários: 12.441 empregados, ante 12.044 - em 1996, havia 9.976 pessoas nas “grandes” e 7.428 nas “micros”.

As micros e pequenas empresas mostram também força no volume salarial. Juntas, as empresas com até 99 funcionários injetaram em 2006 mais de R$ 381 milhões. O valor é bem superior aos R$ 296 milhões registrados pelas grandes empresas. As médias pagaram menos: R$ 285 milhões.

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