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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

CPI "fantasma" coroa desencontros da Câmara

A bem elaborada reportagem assinada ontem pelo jornalista Carlos Chinellato no Jornal de Limeira é mais uma amostra de como a atual Câmara andou desencontrada nesses últimos quatro anos.

Primeiro ponto: CPI para discutir caça-níqueis não deu certo nem no Congresso Nacional. Se a CPI tivesse, de fato, existido na prática, seriam duvidosos seus efeitos ao final dos trabalhos.

Segundo ponto: a legislação que regula essas coisas é (era) nacional. Naquele período, 2005, o assunto estava em discussão após o caso Waldomiro Diniz, assessor do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, flagrado recebendo propina de um empresário do mundo das apostas, um ano antes. Porém, o Senado enterrara a possibilidade de fechar os bingos na época. Isso durou até abril do ano passado, quando a PF deflagrou as operações Furacão e Têmis e provocou a queda das liminares que mantinham os bingos abertos e, como consequência, aumentou a repressão contra as caça-níqueis. Vejam, portanto, que, em 2005, qualquer parecer dado pelos vereadores esbarraria na discussão que o próprio País ainda fazia a respeito do tema.

Terceiro ponto: como um vereador, que atualmente preside o Legislativo e tem grandes chances de vir a disputar a Prefeitura nos próximos anos (e com boas chances de ser prefeito), diz que pode ter assinado um documento sem saber o seu conteúdo? As contradições apresentadas pelos vereadores são o verdadeiro espanto da CPI "fantasma".

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