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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Greve dos servidores acaba; poucos vencedores, muitos perdedores

A greve dos servidores municipais acabou no início da noite de hoje, um dia antes de completar exatos e inacreditáveis 30 dias.

No fim, há poucos vencedores e muito perdedores.

Eunice Lopes, presidente do sindicato, apesar de ser repudiada à exaustão pela cúpula do governo Félix, se beneficia com o resultado das negociações. Conduziu o movimento grevista com coerência - a única nota fora foi permitir que pessoas estranhas ao funcionalismo público insuflassem o discurso na última quinta-feira, provocando tumulto injustificável no Paço Municipal.

De restou, soube conduzir o movimento grevista com bastante criatividade. Não faltaram ideias para defender as reivindicações do movimento.

Félix desgastou-se. Viu sua aprovação cair, principalmente entre servidores, muitos que votaram nele em outubro. A inflexibilidade demonstrada ao longo do último mês causou-lhe descrédito, não só junto aos grevistas, mas também junto aos que apoiavam o movimento do funcionalismo.

Quem perdeu, como sempre, é a população.

2 comentários:

  1. Prezado Rafael

    Permita-me discordar em partes de seu comentário sobre a condução da greve. Se você usou a palavra coerente como adequada, não acho tão adequada assim. Se usou coerente no sentido de coerência mesmo, aí sim. A presidente do sindicato, que merece respeito por sua luta (já antiga), abusou dos factóides (como os governos costumam fazer) - entrega de flores, de comida, enterro simbólico, etc... Situações nada produtivas. Também faltou bom senso de parte a parte (mais uma vez, pelo segundo ano, o sindicato faz uma greve para no fim aceitar algo não muito distanto do que o governo vinha oferecendo. Será que com diálogo não dava para acertar isso?). Os professores optaram pelo diálogo incessante e tiveram resultado.
    Além disso, tem o episódio que você comentou, lamentável, do uso de pessoas de fora do movimento e a restrição ao acesso ao trabalho por servidores.
    Ou seja: para mim, a população perdeu, o governo Félix perdeu, mas o sindicato também perdeu, pois se desgastou - principalmente junto à opinião pública, um pouco cansada de métodos bastante discutíveis de confronto.

    Abraços

    PS - um fato precisa ser dito: sempre acompanhei a luta do pessoal mais à esquerda do PT em Limeira, em grande parte das vezes uma luta justa e isolada, contra forças "ocultas", mas é preciso registrar que o próprio PT no país se modernizou, reviu seus métodos, etc. Aliás, o próprio país mudou. Talvez não seja à toa que o PT em Limeira nunca cresce...

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  2. Caro Rodrigo,

    Eunice manteve uma coerência em conduzir um movimento paredista ao não ceder a teimosia de Félix em não conceder um aumento a todos os funcionários, quando a maioria dos prefeitos da região fez, de forma até linear. Empenhou-se em buscar alternativas para manter viva a greve, a qual Félix tentou enfraquecer por diversas vias - foi nessa expectativa que Félix vinha trabalhando. Para ele, a greve ia perder força a cada dia, o que nunca ocorreu, pelo menos da forma como imaginou - embora saibamos que a greve, desde o início, foi parcial. Essa criatividade, ressalve-se, nem sempre foi exemplar, de fato. Mas funcionou, a favor dos servidores. A população foi quem ficou à míngua - e sobre isso discorro em artigo que será publicado na Gazeta na segunda-feira e estará disponível no mesmo dia no blog.

    Abraços

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