Texto do autor publicado na coluna Prisma, edição de hoje (04/05/09) da Gazeta de Limeira:
"Escrevo este artigo sem saber se, hoje, o mundo já está em pandemia.
Refiro-me a esta assustadora gripe suína que, de um momento para o outro, virou notícia em todo o mundo, à medida que as primeiras mortes foram registradas no México e que suspeitas foram identificadas em vários pontos do globo, a partir do contágio entre humanos.
A principal pergunta que o mundo fará esta semana será: até que ponto estamos preparados para enfrentar uma epidemia global, se ela de fato vier a ocorrer?
As vigilâncias, incluindo as de nosso País, saberão lidar com a doença sem que haja desespero generalizado?
Difíceis de responder, estas questões devem servir para reflexão de todos. A saber: como podemos colaborar para, se não ajudar, ao menos não atrapalhar na propagação do pânico?
A humanidade já enfrentou em outros tempos epidemias de grande porte.
A última, a gripe espanhola, ou a “Gripe de 1918”, foi a mais devastadora. As estimativas, entre os historiadores, variam entre 20 milhões e 100 milhões de vítimas, segundo o livro “Gripe: A História da Pandemia de 1918”, da norte-americana Gina Kolata.
Naquela época, o mundo passava longe de estar tão conectado como hoje está. Na década de 10, ir de um continente para o outro implicava em viajar de navio por dias.
Hoje, algumas horas separam a América da Europa. Nasce deste panorama, e das experiências passadas com epidemias de outrora, a mais que razoável sensação de temor ante esta nova gripe.
Se há desvantagens devido às conexões diretas, existem, por outro lado, os inegáveis avanços da tecnologia farmacêutica e da medicina, áreas que, em 1910, tinham realidades bem diferentes da atualidade.
Laboratórios já trabalham para tentar reduzir o prazo de seis meses para criar uma vacina que previna a gripe suína.
É bem possível que o Brasil registre casos da doença. O que me preocupa é o que faremos a partir daí.
Em Limeira, a Gazeta constatou, nos dias seguintes às notícias de vítimas no México, que o remédio Tamiflu, identificado como um dos que trata o vírus da gripe suína, e não que previne, desapareceu das prateleiras das farmácias. Em tempo: não há nenhum caso registrado no País.
Numa época em que a velocidade dos meios faz com que as informações cheguem rápido à população, é preciso acompanhar diariamente as orientações de especialistas no assunto e saber identificar - e descartar – as informações alarmistas que direcionam ao pânico (máscaras não têm eficácia comprovada).
As dicas do momento são: evitar viajar para os países de risco e não se automedicar. Não criar o desespero já é uma forma de responsabilidade social".
segunda-feira, 4 de maio de 2009
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