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quarta-feira, 20 de maio de 2009

GM exagera às vezes, mas tem saldo muito mais positivo que negativo

Absolutamente desnecessário, desgastante e improdutivo esse embate entre a Polícia Civil e a Guarda Municipal em decorrência da instauração de um inquérito policial para apurar suposta prevaricação e usurpação de função pública de GMs.

Desnecessário porque a operação esteve sob comando do promotor Luiz Alberto Segalla Bevilácqua, com anuência da Justiça, que concedeu mandado de busca e apreensão para ir até o depósito de caça-níqueis na zona rural. A Polícia Civil esteve presente na abordagem, com dois investigadores. A GM deu apoio.

Desgastante porque causou um mal-estar entre as corporações. Ainda mais agora, com trancamento do inquérito e o chamamento do delegado Renato Balestrero Barreto para dar explicações à Justiça.

Improdutivo porque permite um acirramento de discursos, como o do prefeito Sílvio Félix ameaçando tirar a GM do auxílio às polícias, que não leva a nada.

Alguns GMs exageram, sim, e desvirtuam-se de suas funções originais. Mas, num balanço, a GM tem um saldo muito mais positivo que negativo. Ajuda mais as polícias do que atrapalha. Constitui-se, assim, uma força de segurança auxiliadora. Friso: auxiliadora.

Em novembro, a GM partiu para o confronto com bandidos, quando de uma ocorrência de assalto a um escritório de contabilidade, no Centro da cidade. Haviam reféns e os GMs entraram no local. No confronto, ocorreram tiros e um dos bandidos morreu.

A ação da GM foi bem sucedida, mas e se ocorressem mortes de inocentes? A GM seria criticada por estar fazendo algo que não é de sua atribuição e seriam normais perguntas sobre a capacitação dos guardas neste tipo de ação.

A GM tinha que ter chamado a Polícia Militar e vigiar o local até a chegada das primeiras viaturas? Ok, mas e se você, leitor, estivesse como refém e soubesse que a todo tempo GMs monitoravam a situação, mas não interferiram porque chamaram a corporação adequada? Criticaria ou aceitaria esses argumentos? Complexo.

Bastava uma conversa apaziguadora entre o delegado seccional Sebastião Mayrinques, e o delegado licenciado da Polícia Civil, Siddhartha Carneiro Leão, hoje chefe da Guarda, para que as coisas fossem colocadas em seus devidos lugares. Mas partiu-se para uma investigação criminal, agora suspensa pela Justiça.

Tudo era evitável, mas em que ponto a Polícia Civil foi tão tocada para uma reação desse tipo é um questionamento pertinente e merecedor de esclarecimento.

2 comentários:

  1. "...mas em que ponto a Polícia Civil foi tão tocada para uma reação desse tipo...", gostei desse trecho

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