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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Gaeco denuncia sócios da Home Care e mais 11 por formação de quadrilha, fraude à licitações e lavagem de dinheiro

Os sócios da Home Care Medical, Renato Pereira Júnior e Marcos Agostinho Paioli Cardoso, e mais onze pessoas, entre empresários e funcionários públicos, foram denunciados (acusados formalmente) por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), informa o Ministério Público Estadual (MPE).

Todos são acusados de fraudar licitações públicas na área de saúde. Os crimes foram revelados após a deflagração da Operação Parasitas, no final de outubro. Pereira Júnior e Paioli, juntamente com Dirceu Gonçalves Ferreira Júnior, que estão presos preventivamente, são considerados os líderes do grupo e vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, fraude às licitações e lavagem de capitais decorrente de crimes contra a Administração Pública.

Foram oferecidas denúncias também contra Eduardo de Campos Ferraz, Carlos Alberto do Amaral, Vanessa Fávero (representantes comerciais da quadrilha) e os funcionários públicos Ziran Maria de Melo Moreira, Márcia Meneghello, Milva Lúcia de Melo Oliveira e João de Oliveira Filho, por peculato, formação de quadrilha e fraude de licitações. Maurício do Nascimento Silva, Anor Augusto Jorge e José Eduardo de Oliveira Savoia vão responder por formação de quadrilha e lavagem de capitais.

As investigações apontaram, segundo o MP, que as empresas Home Care Medical (vencedora de licitação em Limeira), Healthserv Serviços de Análises Clínicas, Velox Produtos de Saúde e Gestão Hospitalar, Contábil Paioli, Biodinâmica Comercial e Vidas Med Representações cooptaram funcionários públicos e, entre 2004 e outubro de 2008, fraudaram licitações para a venda de insumos hospitalares a hospitais públicos municipais e estaduais. O prejuízo calculado é de pelo menos R$ 80 milhões aos cofres públicos.

Conforme já relatado neste blog, as empresas combinavam entre si a participação em pregões públicos manipulados por funcionários, o que garantia a venda de insumos hospitalres (soro fisiológico, seringas, sondas, bisturis, entre outros), muitas vezes entregues em quantidades muito abaixo da comprada. Ainda segundo o MP, as empresas superfaturavam as notas fiscais.

Na Operação Parasitas, documentos obtidos pelos promotores comprovaram que a quadrilha fazia lavagem de dinheiro ao disfarçar o resultado do lucro obtidas nas transações fraudulentas com o emprego de empresas "offshores", movimentações bancárias variadas e compra e venda de carros de luxo, motos, embarcações e helicóptero. Segundo o MP, durante a operação, foram apreendidas duas Mercedes Benza, um Omega CD, um Porche 911 Turbo, um Audi TT Turbo conversível, um Astra, uma Toyota Land Cruiser Prado, um Vectra Elite, uma BMW 335-I, um Peugeot 307, um Volvo, um Ford Fusion, um Hyundai Azera V6 e um Land Rover Discovery, além de cinco motos (duas Harley Davidson), três embarcações de luxo e um helicóptero Robson 44. Os bens estão seqüestrados pela Justiça.

O promotor da Cidadania Cléber Masson aguarda o término das investigações pelo Gaeco para poder tomar conhecimento sobre a atuação da Home Care e apurar eventuais irregularidades no âmbito cível em Limeira. A empresa venceu um contrato para fornecimento de medicamentos à Prefeitura no ano de 2005. A licitação é tida como suspeita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ainda não há provas sobre ramificações do esquema na cidade. A Prefeitura já disse que pretende colaborar com a apuração.

2 comentários:

  1. OLÁ
    SÓ TENHO UMA PERGUNTA NO MEIO DESSA SUJEIRA TODA:
    ALGUNS DESSES FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS É DE LIMEIRA OU REGIÃO??

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  2. Não há ninguém de Limeira na lista. O Gaeco concentrou suas investigações na capital e, agora, encaminhará cópias da apuração para os promotores do interior. As unidades regionais do Gaeco ficarão responsáveis em aprofundar as investigações no interior no âmbito criminal; na área cível, a apuração caberá aos promotores de Cidadania.

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