Texto do autor publicado na coluna Prisma, edição de hoje (22/06/09) da Gazeta de Limeira:
"Parece 'mais do mesmo' falar sobre a (in) segurança de Limeira, após tantas reportagens publicadas pela Gazeta recentemente - roubaram até radar do Município.
O que merece reflexão é como o setor de segurança pública, de forma geral no Estado, não apenas por aqui, desandou nos últimos meses.
Tenho a impressão de que teve até data de início a descida na ladeira.
A greve dos policiais civis a partir de setembro passado deixou, além da cena lamentavelmente antológica de confronto com policiais militares em São Paulo, sinais de que foi mesmo divisora de águas.
A paralisação durou três meses e afetou as estatísticas oficiais de criminalidade dos últimos dois trimestres de 2008 – muitos boletins de ocorrência deixaram de ser feitos.
Período, portanto, que impede dimensionar com exatidão o índice de criminalidade.
Passemos às mais recentes estatísticas. Sem a greve, nada mudou, só piorou. O primeiro trimestre de 2009 assinalou aumento generalizado de crimes em todo o Estado, alguns até na faixa dos 30%, como latrocínios (roubos seguidos de morte) e estupros.
Até os homicídios, que vinham em queda, tiveram ligeiro aumento. A SSP alegou efeito da crise econômica, que deixou muitos desempregados (não deixa de ser). Acredito que não foi só isso.
Durante este período, mudanças ocorreram nos comandos regionais da Polícia Civil no interior e na capital, por motivos diversos.
Houve troca de delegado seccional em Limeira no início do ano.
O governador José Serra viu seu secretário da área, Ronaldo Marzagão, deixar a pasta em março após denúncias vinculando pessoas próximas deste último à venda de cargos na Polícia Civil.
Por aqui, a corporação teve semestre esquisito.
No mesmo período em que os roubos de veículos cresceram 316%, o então seccional Sebastião Mayriques extinguiu um grupo de investigadores que tinha, entre outros objetivos, a atribuição de apurar... roubo de veículo.
Depois, atrapalhou-se numa confusão constrangedora com guardas municipais, ao mandar investigá-los.
Nova troca ocorreu na Seccional, agora sob comando do delegado José Henrique Ventura, que vem sentindo nas últimas semanas o tamanho do desafio.
Serra sempre viu na queda de homicídios plataforma para ser explorada nas eleições de 2010 – ele é o presidenciável mais viável do PSDB até o momento para concorrer.
Sabe que suas polícias têm, de novo, de tomar as rédeas do controle da segurança pública.
A Polícia Civil, como também a Militar, pode esperar sempre o apoio da sociedade paulista, que tem o dever de auxiliar as corporações. Mas estamos numa fase em que ela, a sociedade, é que precisa ser atendida.
Com urgência".
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Envie seu comentário