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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Elza e Ronei - parte 2

Discussão de projeto que autoriza o Executivo a fazer convênios com associações de bairro.

Ronei vai à tribuna e pede para os vereadores rejeitarem a emenda proposta pelo governista Silvio Brito (PDT), para que não prejudicasse a do vereador Paulo Hadich, que, além de contemplar o pedido de Brito - exigência de CNPJ às associações - listava uma série de requisitos mínimos para a celebração dos convênios, exigências estas da própria Prefeitura para com as entidades assistenciais.

Elza, que sempre faz suas colocações sentada, pede a palavra e caminha calmamente até a tribuna. O discurso começa lento e progride aos poucos. No auge, começa a criticar a postura de Ronei.

"Está na hora de parar de posar como se fosse só você o salvador da pátria, o que luta pelo povo. Você ainda tem muito o que crescer politicamente", diz em voz alta a líder do governo Félix.

Ronei exaspera-se; pede, ao fim do discurso de Elza, palavra ao presidente da sessão - naquele momento, Farid - e diz que quer saber o que a vereadora quis dizer com aquela frase "crescer politicamente". "A senhora parece que quer ganhar sempre no grito!", grita o petista.

Temendo o desgoverno da discussão, Farid intervém e pede para encerrar a discussão. Nilce Segalla (PDT) ergue-se e diz. "Senhores vereadores, vamos manter os ânimos, até porque há uma corregedoria nesta casa".

Eliseu, que voltou nesta hora ao plenário, passou a presidência para Cortez e foi até a tribuna defender o projeto do prefeito Sílvio Félix. Criticou a emenda de Hadich.

"Se quisermos matar o projeto, então vamos aprovar o projeto do senhor", disse ao delegado. Lembrou que exigir auto de vistoria do Corpo de Bombeiros às associações é um absurdo e que as regras do convênio serão fiscalizadas pelo TCE (daí a citação a este jornalista, mencionada no post abaixo).

Mário Botion (PR) criticou e disse que votaria contra o projeto, e não contra as associações de bairro.

Disse que, do jeito que estava, o projeto era genérico demais e previa passar atribuições às associações de bairro que a Prefeitura tem capacidade para fazer.

Aproveitando-se politicamente do discurso de Botion, Cortez disse que jamais votaria contra as associações de bairro.

Resultado: 9 a 4 a favor do projeto; com a aprovação da emenda de Brito, ficou prejudicada a de Hadich, que lamentou. "Não esperava que minha emenda causasse essa celeuma toda. Vou para casa sem entender porque usaram dois pesos e duas medidas", numa referência às exigências impostas pela Prefeitura às entidades assistenciais e que não valerão às associações de bairro.

Faltava ainda o último troco de Elza a Ronei. O petista apresentou emenda pedindo para que um balancete das associações, descrevendo toda a prestação de contas, fosse publicado no Jornal Oficial.

Para explicar os motivos, Ronei foi a tribuna e passou a discursar sobre o princípio da publicidade na administração pública. Numa espécie de boicote, a ala governista desapareceu do plenário, tanto que, em determinado momento, Eliseu interrompeu a fala do petista pedindo para que os vereadores retornassem ao plenário e dessem quórum mínimo para que a sessão continuasse. Carlinhos Silva voltou, com cara de quem apenas estava ali para que a sessão prosseguisse.

Quando a emenda foi posta em votação, a ala governista voltou em peso ao plenário. Aí foi fácil a vitória. À frente, Sílvio Brito, autor da emenda criticada pelo petista, foi o primeiro a se levantar para impor a derrota à Ronei.

Não importava o conteúdo da emenda. Sob comando de Elza, a base governista estava ali para derrotar Ronei. E conseguiu.

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