Antes de ser atingida em 2008 pelos efeitos da crise financeira mundial que chegou à maioria dos países do globo, a economia de Limeira registrou, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão injetado somente por salários recebidos pelos trabalhadores locais.
Segundo dados do cadastro central de empresas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os salários e remunerações pagas ao trabalhador chegou a R$ 1,088 bilhão, aumento de 13% em relação aos R$ 963 milhões do ano anterior. Entre 2005 e 2007, houve crescimento de 31% no valor.
A evolução da injeção de dinheiro na economia, o que estimula o consumo no município, está diretamente associada ao crescimento verificado pelo IBGE na massa de trabalhadores ocupados. Em 2007, 78.558 pessoas tinham trabalho formal, 3% a mais que no ano anterior.
Nos dois últimos anos disponíveis no cadastro, mais de 7 mil pessoas passaram a figurar como ocupadas no município, conforme estatísticas do instituto. Dos 78,5 mil ocupados em 2007, 84% estavam cadastradas pelo IBGE como assalariados, aumento de 6,3% em relação a 2006.
O avanço coincide com a expansão de novos postos de trabalho formais gerados no município em 2007.
Naquele ano, Limeira criou 3.411 vagas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego - foi o 2º melhor desempenho da década e 85% a mais na comparação com o ano anterior.
Em 2007, ano em que os empresários de Limeira pagaram R$ 1 bilhão aos trabalhadores, a indústria de transformação, que emprega 40% dos trabalhadores do município, puxou o crescimento do mercado de trabalho, sendo responsável por 39% das vagas criadas.
Segundo o cadastro do IBGE, o salário médio mensal do limeirense naquele ano foi de 3,4 salários mínimos.
Os números do IBGE são indícios de que o Produto Interno Bruto (PIB) de Limeira em 2007, que será divulgado pelo órgão no próximo mês, aumentará em relação a 2006. O indicador, que é a soma de todas as riquezas produzidas, é o principal medidor da força econômica de um local.
O consultor de empresas Celso Leite explica que a injeção de salários tem ligação com o tamanho do PIB e que Limeira chegou ao patamar de R$ 1 bi devido à aceleração da economia verificada em todo o País em 2007 e do crescimento vegetativo.
"Para manter ou aumentar este nível, o município precisa atrair empresas com produtos de alto valor agregado. Depende muito do que está sendo feito pelos empresários e pelo poder público", analisa.
Leite acredita que, apesar de a crise ter estourado em setembro de 2008, o ano passado deverá manter o padrão de salários/remunerações.
"O trabalhador demitido no início da crise, em outubro, recebeu FGTS ou multa, então Limeira deve manter ou ter pequena redução nesse índice. O grande impacto na injeção de salários será verificado no primeiro semestre deste ano", avalia.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
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