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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Assassinato de artesão permanece sem punição

A morte do artesão Pedrinho Bozi, 62, assassinado em 5 de junho de 2008 em sua oficina de trabalho, continuará rodeada de mistérios e sem punição.

Em julgamento ocorrido no último dia 1º, o Tribunal de Justiça (TJ) rejeitou recurso do Ministério Público (MP) e manteve a sentença de primeira instância que absolveu os dois acusados pelo latrocínio.

A decisão foi tomada pela 9ª Câmara de Direito Criminal do TJ, formada pelos desembargadores Penteado Navarro (relator), Souza Nery (revisor) e Roberto Midolla (3º juiz). O acordão será publicado nas próximas semanas e ainda pode ser questionado pelo MP.

Com a negação de provimento dada pelo TJ à apelação da Promotoria, Diego Henrique Feitosa, 19, o "Passarinho", e Alan Diego Paulino, 18, o "Pirulito", tiveram a sua segunda vitória na Justiça.

Em janeiro, a Justiça de Limeira absolveu a dupla indiciada pela Polícia Civil como autores do latrocínio, sob alegação de insuficiência de provas, argumento mantido pelos desembargadores.

Na sentença de primeira instância, a Justiça considerou que o conjunto de provas tinha várias dúvidas, que foram interpretadas a favor dos acusados, que negaram a autoria do crime, dizendo que estavam em locais distantes da casa onde o artesão mantinha sua oficina, na Avenida Antônio D'Andrea, no Parque Nossa Senhora das Dores.

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) fundamentou a acusação contra a dupla com argumentos que, para a Justiça, não se sustentaram.

O principal foi que o adolescentou que delatou à polícia os acusados voltou atrás em juízo, dizendo não conhecer a dupla. Uma outra testemunha não reconheceu "Passarinho" como a pessoa que viu falando nervosamente em um orelhão próximo à casa de Bozi, no dia do crime.

A casa do artesão foi invadida por volta das 18h30 por dois homens encapuzados que queriam dinheiro. Bozi foi abordado no interior da residência.

Enquanto exigia dinheiro, um assaltante apontava o revólver para a nuca do artesão, quando ocorreu o disparo. Para a polícia, o autor do tiro foi "Passarinho". Na sequência, fugiram. Cerca de R$ 1,2 mil sumiu da casa.

A polícia centrou as investigações em "Passarinho" porque ele esteve dias antes do crime na oficina perguntando o preço de uma mesa. A Justiça, porém, não considerou este fato como prova cabal.

Mesmo após a absolvição, os dois acusados voltaram a figurar no meio policial. Em abril, "Passarinho" foi preso novamente sob acusação de receptação, ao ser flagrado pela Guarda Municipal com um veículo furtado. Em junho, a DIG apreendeu bancos e peças automotivas sem comprovação de procedência na residência de "Pirulito".

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