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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

MPF acusa ex-deputado Ildeu Araújo de improbidade administrativa na Máfia dos Sanguessugas

O ex-deputado federal Ildeu Araújo, que angariou muitos votos em Limeira na eleição de 2002, está sendo acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de Jaú de atos de improbidade administrativa relativos à Máfia dos Sanguessugas.

Além de Ildeu, também constam como réus na ação civil pública movida ontem os empresários Darci Vedoin, Luiz Antônio Trevisan Vedoi e Ronildo Medeiros; os ex-deputados Irapuan Teixeira e Wanderval Lima dos Santos; e o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Gastão Wagner de Sousa Campos. Outras duas funcionárias do Ministério e duas da Santa Casa de Dois Córregos (SP) também são acusadas.

No esquema dos sanguessugas desbaratado pela PF em 2006, deputados, prefeitos e empresários integrariam uma máfia que desviava verbas do Fundo Nacional da Saúde (Funasa) para comprar ambulâncias às cidades, por meio de convênios com o Ministério da Saúde. Só em Dois Córregos, a estimativa é de que o prejuízo causado é de quase R$ 610 mil aos cofres da União, decorrentes de seis convênios irregulares entre o Ministério e a Santa Casa local.

De acordo com o MPF, foi constatado superfaturamento em todos os convênios e direcionamento nas compras das ambulâncias e equipamentos e materias permanentes hospitalares vendidos por empresas ligadas à Planam, empresa dos Vedoin. Sem licitação em nenhum dos contratos, em cinco deles houve assinatura do convênio antes da aprovação do plano de trabalho.

Segundo o MPF, Ildeu, Irapuan e Wanderval criaram emendas parlamentares para direcionar o dinheiro que seria usado nos convênios. O órgão pede, em liminar, a indisponibilidade dos bens dos acusados e o afastamento das servidores da Santa Casa acusadas de envolvimento. No mérito, pede a perda de função pública de todos, suspensão de direitos políticos por oito anos e multa civil em duas vezes o valor do dano calculado.

Desde que teve seu nome envolvido na Máfia dos Sanguessugas, Ildeu sempre negou as acusações e sustentou que iria provar sua inocência. De lá para cá, desapareceu de Limeira: não foi reeleito em 2006 e não aparece mais publicamente com nenhuma liderança da cidade.

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