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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Da extinção dos feriados

Segue abaixo trecho de notícia veiculada na Folha Online, onde o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes (acima*), critica a discussão aberta pelo Ministério Público Federal sobre a retirada de símbolos religiosos das repartições públicas federais:

"Para o ministro, muito do que é considerado símbolo religioso seria na verdade expressão da civilização ocidental cristã e que a questão não pode ser levada a extremos. "Se nós aprofundarmos essa discussão e formos radicais será que nós vamos rever o calendário? [...] O sábado, o domingo vai ser revisto? A Páscoa, o Natal? São feriados notoriamente de índole inicial religiosa, depois eles se tornaram de certa forma conquistas da civilização", afirmou. Apesar das críticas, ele diz que se fosse uma decisão do Supremo, mandaria retirar todos os símbolos da Corte. "Tomara que não mandem derrubar o Cristo Redentor", brincou".

Sim, ministro Gilmar, é preciso rever o calendário.

Pode parecer estranho e polêmico, mas já manifestei a várias pessoas o que penso a respeito de feriados. Sou pela extinção de todos.

Num Estado laico, não faz sentido todas as instituições pararem para celebrar um feriado de Corpus Christi e Natal, evidentes celebrações cristãs.

O país não para, fiquemos num exemplo, durante o Ramadã, período de um mês sagrado para quem professa a fé muçulmana.

A discussão da separação entre Estado e Igreja no Brasil tem características comuns à confusão entre o público e o privado, que vemos tanto em Brasília.

O brasileiro confunde facilmente as duas coisas, tanto num exemplo como no outro.

Quanto aos demais feriados, sou pela extinção também. Pode-se falar que o feriado de Tiradentes é importante para reavivar a história do personagem.

Balela. Pode-se muito bem fazer isso sem o feriado. É uma questão de educação. Como fracassamos nesta área, é posto um feriado insosso onde as pessoas aproveitam para descansar e sequer lembram do "herói" brasileiro.

Sou a favor de paradas programadas para o trabalhador. Algo como: trabalha-se tantos dias, ganha-se um descanso.

Esse descanso é descanso mesmo, nada de revesti-lo de feriado. Muito menos de "conquista da civilização", como disse Mendes.

Eliminar o analfabetismo, sim, seria uma conquista da civilização.

Celebrar um feriado, seja religioso ou não, é só mais um anacronismo a qual a sociedade brasileira habituou-se.

* Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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