Se Mário Botion (PEN) colocou o tabuleiro do xadrez eleitoral de 2016 em evidência, ao sair das urnas em 2014 como o candidato a deputado mais votado em Limeira, Eliseu Daniel, como fez em 2012, foi o primeiro a movimentar suas peças, ao anunciar uma surpreendente filiação ao PSDB na última sexta-feira.
Surpreendente porque, após ser coadjuvante de Lusenrique Quintal nas últimas duas eleições, o PSDB, após muito tempo, dá um sinal de que pretende caminhar com suas próprias pernas.
Noutras palavras, Pedrinho Kühl aceitou, finalmente, suas condições precárias de elegibilidade, pavimentando o caminho para outro nome, desta vez do próprio partido, e não de outro.
A sigla, que no confronto direto com o PT na última eleição presidencial, abocanhou mais de 70% dos votos na cidade, sinaliza que tentará aproveitar ao máximo a onda antipetista limeirense.
Botion, que almejava o PSDB, fica sem espaço com a ida de Eliseu à sigla.
Como o PEN tem pouca musculatura, ele pode mirar o PV ou esperar pela Rede Sustentabilidade, partido que Marina Silva deve criar até outubro, a tempo de participar da próxima eleição.
Botion está em situação diferente de Eliseu. Este saiu em baixa na última eleição em que participou e, recém-filiado novamente ao PSDB, terá de aparar eventuais rusgas e desconfianças de partes da sigla que estranharam sua volta. Já Botion saiu em alta da última eleição e tem (ou provavelmente terá) o nome maior do que sua atual (ou futura) sigla.
Há diferença de estilos de oposição também.
Enquanto Eliseu discursa de forma estridente contra Hadich e o PT, Botion faz críticas de forma mais moderada, deixando a virulência para aliados.
Quintal deve tomar o espaço que Pedrinho ocupou nos últimos anos, tentando viabilizar seu nome em meio às incertezas jurídicas.
Punido pela Justiça Eleitoral, ele mantém o discurso de que tem elegibilidade. Só que o antigo parceiro está mais distante e com Eliseu, rival que moveu a ação que torpedeou sua campanha em 2012.
E a parceria Nilton Santos-Silvio Brito observa a movimentação da oposição, quieta no comando da Câmara.
Quanto à situação, Hadich terá ainda 16 meses à frente do Executivo antes de ser confrontado oficialmente com os oponentes.
Tempo suficiente para muita coisa mudar, politicamente, para melhor ou para pior.
O PT tem tempo para se pacificar internamente e decidir qual rumo tomar.
O PR também, de permanecer na proa de Hadich ou se juntar a um dos grupos de oposição.
Há quem diga que antecipar demais a eleição é um erro, porque oferece munição aos rivais.
Os próximos meses - até outubro, quando vence o prazo para filiações visando 2016 – ainda trarão mais lances decisivos.
Quem sabe, até, surpreendentes.
* Artigo publicado originalmente pelo editor na edição de 26-01-15 da Gazeta de Limeira
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
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