Entidades empresariais, religiosas e classistas de Limera prestam um desserviço à democracia e à população ao não promover debates entre os postulantes à Prefeitura ou sabatiná-los. Temos raras exceções (Apeoep e União Sindical), como sempre, mas no geral o resultado é um retubante fracasso.
Embora as intenções de voto apontem há algum tempo a renovação do mandato do prefeito Sílvio Félix, a eleição municipal é fundamental para que a cidade debata seus problemas com seus candidatos. Há, nesse relacionamento, ganhos incalculáveis para ambos os lados. Faz bem à democracia, faz bem para a cidade.
Acabo de voltar de São Sebastião, cidade do Litoral Norte, onde permaneci por quatro dias como repórter da Gazeta Litorânea, publicação do mesmo grupo que administra a Gazeta de Limeira. Nesse curto período, tive o privilégio de assistir a dois debates, ambos promovidos por segmentos religiosos (evangélicos e católicos) do município.
Reconheço que nada sabia sobre os problemas de São Sebastião. Mas os debates contribuíram para amenizar em parte minha ignorância. Acima de tudo, fizeram-me lembrar que campanha eleitoral é um momento único que precisa ser vivenciado pelo eleitorado de uma cidade.
Foi bonito ver, mais de onze horas da noite, as militâncias assistindo os debates em telões instalados em praça pública e se manifestarem, seja com vaias ou aplausos. No final, candidatos serem carregados e levados em carreata pública, num verdadeiro Carnaval fora de época. Lei eleitoral rigorosa, qual o quê! Mais vale a participação da população.
Nos dias seguintes aos debates, os sebastianenses que se encontravam com nossa equipe de reportagem, de cara, nos perguntavam sobre como havia sido o debate, se houve "alfinetadas", quem ganhou.
Era o assunto do dia. E os comícios eram o grande evento do final de semana. Haviam jovens nesse clima? Em meio ao debate, asseguro que era um jovem de pouco mais de 15 anos quem mais se esgoelava na hora de saudar a fala de seu candidato.
De volta à Limeira, a apatia das campanhas eleitorais é de decepcionar. A eleição pode até estar liquidada, mas creio que a cidade está perdendo a oportunidade de discutir seus problemas. E nossos candidatos têm parcela de culpa nisso tudo.
Nos raros debates promovidos, até secretário de Educação, que não é postulante a nada em outubro, é enviado no lugar do candidato. Félix e Quintal prestam desserviço à população e à democracia faltando aos debates. Por se tratar dos concorrentes que lideram a corrida, é algo a se lamentar profundamente. Uma pena, porque eleição municipal só tem a cada 4 anos. E é muuuuuuito tempo...
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
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