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domingo, 22 de março de 2015

Saúde vira calcanhar de Aquiles do governo Hadich

Ao longo dos sete anos de sua administração, até no momento da cassação, Silvio Félix tinha um calcanhar de Aquiles explícito: a pasta da Educação.

Foi lá, em 2005, ainda no primeiro ano de sua gestão, que começaram suas encrencas na Justiça.

Uma compra de itens superfaturados da merenda escolar foi uma das primeiras ações do promotor Cléber Masson contra seu governo.

Após isso, veio o episódio da fiscalização do vereador Ronei Martins no galpão da merenda, a posterior terceirização e contrato com a SP Alimentação. Mais tarde, a contratação da Le Barom.

Em 2007, estourou o escândalo das apostilas escolares, que também rendeu dor de cabeça a Félix.

Guardadas as devidas proporções, o governo Paulo Hadich também tem seu calcanhar de Aquiles: a área da Saúde.

Em menos de dois anos, houve pedidos do MP para afastar, posteriormente aceito pela Justiça, os comandantes da pasta.

Primeiro, em agosto de 2013, Raul Nilsen Filho foi ejetado do cargo após o juiz Adilson Araki Ribeiro entender que havia conflito de interesses na sua atuação privada com a de secretário.

Entendimento que foi, em maio de 2014, modificado pelo Tribunal de Justiça, mas o estrago já tinha sido feito e Raul não voltou mais à função, que já tinha novo dirigente.

Durante quatro meses, a pasta da Saúde, uma das mais importantes de toda administração pública, ficou a cargo do advogado Marco Aurélio Magalhães Faria Júnior, chefe de gabinete de Hadich.

Já nesse período, outra irregularidade já era de conhecimento público, o caso do contrato de nebulização da dengue, ainda da época de Raul.

Virou alvo de CPI e ação do MP, com bloqueio de bens de Hadich e Raul em mais de um milhão de reais.

Assunto que a Prefeitura ainda investiga, a passos de tartaruga.

Em 2015, a dengue explodiu e o novo secretário, Luiz Antônio da Silva, foi ejetado do cargo nesta sexta-feira (20.mar.15), por não ter cumprido, aparentemente, o protocolo do Ministério da Saúde contra a epidemia.

Fora isso, há investigações abertas para apurar demora no atendimento de ordem judicial para entrega de remédios, fechamento de unidades de saúde e um estranho arquivamento de uma auditoria em contratos da Santa Casa, feito pelo então secretário Raul.

Fora isso, em 2013, a falta de remédios nas unidades de saúde foi constante.

A Saúde ficará sem comando quando a Prefeitura for notificada, nesta semana, do afastamento de Luizinho.

A destreza de Hadich em lidar com uma nova crise dará uma medida do que podemos esperar do setor para os próximos meses.

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