Notícias sobre Justiça, leis e a sociedade: fatos e análises.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Lei eleitoral virou desculpa para tudo na Câmara de Limeira

Adorada pelo público feminino e dona de uma trajetória de sucesso frente à Delegacia da Defesa da Mulher (DDM), onde foi delegada titular por muitos anos, Nilce Segalla, vereadora pelo PTB e candidata a deputado federal, pisou na bola na última sexta, quando era para se mostrar à frente dos trabalhos da Corregedoria da Câmara Municipal.

A jornalista Bruna Lencioni assim relatou a ausência de Nilce nas explicações do caso Dr. Raul:

"A vereadora justificou que não foi à entrevista coletiva por motivo de instabilidade jurídica diante da Justiça Eleitoral, porque é candidata a deputado federal, portanto, temeu infringir a legislação".

A legislação eleitoral, agora, virou desculpa para tudo - foi o principal motivo para suspender as transmissões da sessão da Câmara pelo rádio/internet.

Nilce tinha de temê-la, de fato, se aproveitasse a coletiva, marcada para falar de um caso exclusivo da Corregedoria, e pedisse voto, o que seria, do ponto de vista racional, impensável e pouco inteligente.

E, ao que consta, na mesma semana, ela havia comparecido à sessão da Câmara, onde, naturalmente, também estava exposta.

Para exercer seu papel de vereadora, e provavelmente reforçar a bancada governista no Legislativo nas votações, ela não teve medo da legislação.

Foi ter medo quando tinha de dar explicações sobre uma denúncia que envolve um colega de bancada, quando iria desempenhar uma atribuição dada a ela enquanto integrante da Câmara.

Fica a sugestão ao advogado da Câmara, Luís Fernando Lencioni, que se preocupou tanto em orientar juridicamente os vereadores na CPI do Fantasma, de dar um cursinho aos vereadores sobre lei eleitoral.

Dizer a eles que os vereadores candidatos podem muito bem continuar trabalhando como vereadores (continuam recebendo para isso), sem fazer disso palanque eleitoral.

2 comentários:

  1. Rafael

    A postura da vereadora como corregedora é lamentável e inaceitável. Comentei isso na TV. Antes de tudo, é inaceitável a Corregedoria receber uma denúncia grave contra um vereador e ficar dois meses sem se manifestar.

    Após cobranças da mídia (eu pedi uma nota oficial na quarta-feira e no mesmo dia a Câmara anunciou uma coletiva), vem uma manifestação por meio de um assessor... Não foi ele que pediu voto na eleição. Não foi nele, com todo o respeito que o advogado merece, que os eleitores depositaram o voto de confiança.

    Alegar que não poderia falar por ser candidata é risível. Como é risível e inútil a postura da Corregedoria da Câmara desde que a função surgiu.

    Com todo o respeito à vereadora Nilce, vale para este caso a célebre frase de "Tropa de Elite": "pede pra sair".

    PS: não sei porque brigam tanto para ocupar estes cargos se depois ficam se escondendo. Lamentável para uma pessoa pública...

    ResponderExcluir
  2. Rodrigo, concordo com suas colocações.

    A Corregedoria poderia muito bem ser extinta porque não serve para nada.

    Alguns vereadores já perderam a noção do que fazem lá dentro. E acham que o eleitor não liga para isso.

    Lamentável.

    ResponderExcluir

Envie seu comentário