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sábado, 25 de junho de 2016

Voto a voto

Os números da pesquisa da Gazeta/Limite revelam um caminho tortuoso para o atual prefeito Paulo Hadich em sua tentativa de reeleição.

Os 8% de intenções de votos não seriam de todo um problema – em 2012, ele iniciou a campanha neste patamar -, mas esse índice aliado a uma alta taxa de rejeição vira um “problemão”.

Basta lembrar que, nos últimos dez anos, Lusenrique Quintal sempre teve a maior rejeição, mas com índice na casa dos 30%, e não chegou ao Edifício Prada. Na prática, Hadich não entrará na campanha para conquistar votos desconhecidos, mas reverter a opinião de quem hoje o refuta.

É um trabalho quase dobrado a ser feito em três meses, tendo que conseguir o que não obteve (aprovação de governo) em quatro anos. Dificílimo, mesmo com a máquina pública nas mãos.

Mário Botion e Eliseu Daniel aparecem empatados tecnicamente na liderança. Até o momento, o apoio de Quintal a Botion não desequilibrou a disputa – há quem apostasse que Botion estivesse mais à frente.

O empresário teve a vantagem de ter estado mais presente na mídia e disputado eleição para deputado em 2014, exposições que o tucano não teve nos últimos quatro anos.

Botion começa a corrida eleitoral com um perfil de eleitorado parecido com o início de Hadich em 2012 (regiões de alta renda e escolaridade) e tem toda a campanha para tentar a máxima transferência possível de Quintal, que tem maior penetração na periferia.

Já Eliseu aparece com índice que até surpreende para quem ficou fora da mídia nos últimos anos depois de um resultado fraco nas urnas em 2012. Precisará eliminar seus focos de rejeição (maior que o de Botion) ganhando eleitores no mesmo espaço do rival.

Murilo Félix tem intenção de voto surpreendente ao ficar numericamente à frente do atual prefeito, mas o capital eleitoral ainda é de seu pai. Bem como sua taxa de rejeição, a segunda maior entre os pré-candidatos, que também deve ser creditada ao ex-prefeito Silvio Félix. Murilo terá de superar suas limitações, como a falta de experiência – é sua primeira disputa – e tudo o que sobrenome Félix, como a forma desastrosa como terminou o governo do pai, cassado pela Câmara e encrencado na Justiça.

Considerando a forte possibilidade de um segundo turno, será interessante observar como os grupos políticos irão atuar. De início, são todos contra Hadich. Mas o grupo do prefeito deu indícios de que não ficará quieto e rebaterá a todos com veemência.

O que a cidade espera, bem acima disso, são propostas para um futuro melhor. Numa eleição que tem tudo para ser decidida voto a voto, que futuros candidatos e eleitores se respeitem e proporcionem um exercício eleitoral civilizado.

* Texto originalmente publicado na Gazeta de Limeira edição de 21-6-16

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