O risco o qual mencionei há algum tempo neste espaço parece concretizado, com a divulgação ontem da avaliação da população sobre a atual administração municipal, feita pela pesquisa Limite Consultoria.
O aumento na reprovação (de 48,9% para 67,3% em menos de um ano), somado à tímida intenção de voto (na casa de 6%) e ao alto índice de rejeição (50%), leva o governo Hadich a um quadro de envelhecimento precoce, com pouco mais de 60% do mandato percorrido.
Ao fim do segundo semestre do ano passado, Hadich parecia ter dado direções a pontos que travavam a imagem de seu governo.
O Poupatempo deixava de ser promessa para ser inaugurado e a cidade avançava para o recebimento de uma faculdade de medicina.
No campo administrativo, Hadich implementou a reforma administrativa que dizia ser necessária e saiu-se bem na condução de ações na crise hídrica.
Ao que parece, a dengue sepultou de vez as chances de Hadich voltar a encantar o eleitorado que o conduziu ao Edifício Prada em 2012.
A epidemia, que já legou 17 mortes e 17 mil casos positivos até o momento neste ano, assolou a imagem do governo.
Embora publicamente demonstre não se importar, a falta de um líder na Câmara Municipal (ninguém da base topou assumir a função) é o fato mais simbólico de como o governo Hadich também se enfraqueceu de vez no campo político, a ponto de dois rivais (Quintal e Félix) lançarem pré-candidaturas fantasmas, com riscos evidentes de impugnação por inelegibilidade, para assombrar o grupo político que comanda a cidade.
Além de mal avaliado, Hadich tem um azar único. Isto porque a pesquisa de avaliação de seu governo foi feita antes da divulgação que deixou Limeira fora da lista de beneficiadas com a faculdade de medicina, em função de projetos com falhas propostos pelas mantenedoras interessadas.
O azar se estende à economia do País. O represamento de R$ 169 milhões do orçamento de 2015, anunciado na sexta-feira, vai adiar projetos em andamento na Prefeitura que poderiam reforçar a imagem própria do governo Hadich.
Isto sem falar nas possibilidades de cortes em secretarias e cargos, o que atingiria, em cheio, a própria reforma administrativa que o prefeito tanto defendeu como necessária.
Com o PT, rachado em dois grupos, indicando nome para pesquisas eleitorais e o PMDB também trabalhando, mesmo que timidamente, um nome para 2016, a própria coligação que elegeu Hadich apresenta poros que dificultam a coesão governamental, aumentam os ruídos e prejudicam, sobretudo, os canais de comunicação com a sociedade.
* Crédito da imagem: Prefeitura de Limeira
** Artigo publicado originalmente na Gazeta de Limeira edição de 27-7-15
segunda-feira, 27 de julho de 2015
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Fantasmas de 2012
Se o fatídico gol de Ghiggia, marcado há 65 anos no Maracanazzo, pairou como um fantasma sobre o futebol brasileiro, só amenizado após o 7 a 1 alemão da Copa passada, o ano de 2012 legou à política limeirense fantasmas à espreita, encarnados em personagens ou projetos marcados por dúvidas existenciais.
As reações provocadas pela presença de dois pré-postulantes à Prefeitura de Limeira na pesquisa feita pela Limite Consultoria a pedido da Gazeta – Quintal e Félix – revelaram que os episódios ocorridos há três anos – tanto a cassação quanto a corrida eleitoral daquele ano - permanecem sensíveis no imaginário limeirense. Especialmente no caso de Félix, que aliou um bom potencial de votos a um alto índice de rejeição, no melhor espírito de "bem ou mal, mas que falem de mim".
Convém esclarecer que a presença dos dois atendeu ao critério, adotado pela Gazeta, de procurar os partidos políticos, únicas agremiações que podem lançar candidatos.
As condições de elegibilidade, assunto de competência da Justiça Eleitoral, não impedem que os partidos tenham esperança ou façam política trabalhando (ou não) com nomes que podem vir a ser impugnados posteriormente.
Os insatisfeitos com tal situação deveriam cobrar os partidos – e no momento mais adequado, nas urnas – sobre a natureza de tais pretensões.
Fato é que parece sintomático o quanto um prefeito que foi cassado após ter a família presa, alvo de inúmeras ações por irregularidades, cause irritação e provoque tanta discussão nos meios políticos.
Félix, caso efetive a candidatura, será o alvo mais fácil, uma vez que as prisões já citadas foram televisionadas, amplamente divulgadas na mídia local e nacional na época. O arsenal está à disposição aos montes na prateleira dos adversários. Há sentenças e mais sentenças desfavoráveis ao ex-prefeito.
Mas parece que, ainda assim, Félix se assemelha ao fantasma que Ghiggia, que morreu na semana passada, se tornou ao marcar o gol que silenciou o Maracanã em 1950.
Ele incomoda – se, por um lado, desperta sentimentos de revolta aos que lembram do misterioso patrimônio milionário desnudado, desperta simpatia em outra parcela da população que não esquece os legados (obras) que ele deixou na administração pública.
Quintal, ao seu jeito, mesmo acusado de fatos gravíssimos na campanha de 2012, também seguirá à espreita, capaz de levar até o fim uma candidatura cujo destino é impossível prever.
Se até na ficção ninguém sabe ao certo o método eficaz para combater fantasmas, imaginem na política real...
* Artigo publicado originalmente na Gazeta de Limeira edição de 20-7-15
As reações provocadas pela presença de dois pré-postulantes à Prefeitura de Limeira na pesquisa feita pela Limite Consultoria a pedido da Gazeta – Quintal e Félix – revelaram que os episódios ocorridos há três anos – tanto a cassação quanto a corrida eleitoral daquele ano - permanecem sensíveis no imaginário limeirense. Especialmente no caso de Félix, que aliou um bom potencial de votos a um alto índice de rejeição, no melhor espírito de "bem ou mal, mas que falem de mim".
Convém esclarecer que a presença dos dois atendeu ao critério, adotado pela Gazeta, de procurar os partidos políticos, únicas agremiações que podem lançar candidatos.
As condições de elegibilidade, assunto de competência da Justiça Eleitoral, não impedem que os partidos tenham esperança ou façam política trabalhando (ou não) com nomes que podem vir a ser impugnados posteriormente.
Os insatisfeitos com tal situação deveriam cobrar os partidos – e no momento mais adequado, nas urnas – sobre a natureza de tais pretensões.
Fato é que parece sintomático o quanto um prefeito que foi cassado após ter a família presa, alvo de inúmeras ações por irregularidades, cause irritação e provoque tanta discussão nos meios políticos.
Félix, caso efetive a candidatura, será o alvo mais fácil, uma vez que as prisões já citadas foram televisionadas, amplamente divulgadas na mídia local e nacional na época. O arsenal está à disposição aos montes na prateleira dos adversários. Há sentenças e mais sentenças desfavoráveis ao ex-prefeito.
Mas parece que, ainda assim, Félix se assemelha ao fantasma que Ghiggia, que morreu na semana passada, se tornou ao marcar o gol que silenciou o Maracanã em 1950.
Ele incomoda – se, por um lado, desperta sentimentos de revolta aos que lembram do misterioso patrimônio milionário desnudado, desperta simpatia em outra parcela da população que não esquece os legados (obras) que ele deixou na administração pública.
Quintal, ao seu jeito, mesmo acusado de fatos gravíssimos na campanha de 2012, também seguirá à espreita, capaz de levar até o fim uma candidatura cujo destino é impossível prever.
Se até na ficção ninguém sabe ao certo o método eficaz para combater fantasmas, imaginem na política real...
* Artigo publicado originalmente na Gazeta de Limeira edição de 20-7-15
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Cresce ideia de frente única para encarar Hadich e isolar Félix
Após os primeiros números da pesquisa feita pela Limite Consultoria, a pedido da Gazeta de Limeira, começa a crescer a ideia de união de forças para as eleições de 2016 de modo a se colocar contra o grupo político que atualmente está no Prada e se afastar do ex-prefeito Silvio Félix e Nilton Santos, irmanados em outro projeto.
Lusenrique Quintal, que numericamente está à frente tanto na estimulada quanto na espontânea, está fora da cidade, mas tomou ciência dos números. Ele tem contra si uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que coloca sua eventual candidatura em risco, embora diga publicamente que não está inelegível.
Quintal deve ser procurado em breve por outros dois pré-candidatos.
Mário Botion (PEN) já não esconde o desejo de conversar com o empresário visando as eleições de 2016. Ao mesmo tempo, ele mantém bom trânsito junto aos tucanos, um desejo antigo que enfrenta resistências depois de desentendimentos nas eleições de 2014.
No ninho tucano, há quem acredite que, estando Quintal e Félix inelegíveis, uma eventual união de Eliseu com Botion liquidaria a fatura, já que Hadich, com baixa intenção de votos e altíssima rejeição, teria pouco espaço para crescer rumo à reeleição.
Só que não é tão simples. Eliseu não abre mão de ser cabeça de chapa. Botion também. Para haver aliança, um dos dois terá de ceder.
Caso não seja concretizada a aliança, aumentam as chances de eventual segundo turno. Principalmente se Quintal também efetivar a candidatura e esperar uma decisão da Justiça.
Daí que ganha corpo a união das três forças políticas, Quintal-Botion-Eliseu, num grupo único para enfrentar Hadich.
O PR também pode ser procurado. Hoje, o partido está aliado com Hadich. Mas é importante lembrar que, em 2012, esteve com Quintal. E Miguel Lombardi, comandante do PR, tem bom trânsito com Eliseu.
Além de unificar um discurso de oposição ao atual governo, o grupo estaria afastado do ex-prefeito Silvio Félix, que, apesar das intenções de voto, tem rejeição elevada. Apenas Nilton Santos mergulhou de vez no projeto de retorno do ex-prefeito que foi cassado pela Câmara em 2012.
Menos candidatos aumentam as chances de uma disputa em turno só.
Lusenrique Quintal, que numericamente está à frente tanto na estimulada quanto na espontânea, está fora da cidade, mas tomou ciência dos números. Ele tem contra si uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que coloca sua eventual candidatura em risco, embora diga publicamente que não está inelegível.
Quintal deve ser procurado em breve por outros dois pré-candidatos.
Mário Botion (PEN) já não esconde o desejo de conversar com o empresário visando as eleições de 2016. Ao mesmo tempo, ele mantém bom trânsito junto aos tucanos, um desejo antigo que enfrenta resistências depois de desentendimentos nas eleições de 2014.
No ninho tucano, há quem acredite que, estando Quintal e Félix inelegíveis, uma eventual união de Eliseu com Botion liquidaria a fatura, já que Hadich, com baixa intenção de votos e altíssima rejeição, teria pouco espaço para crescer rumo à reeleição.
Só que não é tão simples. Eliseu não abre mão de ser cabeça de chapa. Botion também. Para haver aliança, um dos dois terá de ceder.
Caso não seja concretizada a aliança, aumentam as chances de eventual segundo turno. Principalmente se Quintal também efetivar a candidatura e esperar uma decisão da Justiça.
Daí que ganha corpo a união das três forças políticas, Quintal-Botion-Eliseu, num grupo único para enfrentar Hadich.
O PR também pode ser procurado. Hoje, o partido está aliado com Hadich. Mas é importante lembrar que, em 2012, esteve com Quintal. E Miguel Lombardi, comandante do PR, tem bom trânsito com Eliseu.
Além de unificar um discurso de oposição ao atual governo, o grupo estaria afastado do ex-prefeito Silvio Félix, que, apesar das intenções de voto, tem rejeição elevada. Apenas Nilton Santos mergulhou de vez no projeto de retorno do ex-prefeito que foi cassado pela Câmara em 2012.
Menos candidatos aumentam as chances de uma disputa em turno só.
segunda-feira, 13 de julho de 2015
A verdadeira “caixinha” de surpresas
A presença de dois nomes em condições de inelegibilidade na liderança na primeira pesquisa de intenção de voto para as eleições municipais de 2016 é uma amostra do quão será difícil fazer previsões e apostas sobre quem comandará Limeira a partir de janeiro de 2017.
Uma certeza: advogados, cartórios e juízes terão muita demanda se Quintal e Félix levarem adiante suas vontades pessoais de concorrer.
Numericamente à frente hoje em simulação estimulada, os dois terão um ano para "cozinhar" a discussão, embaralhando totalmente o cenário.
Ninguém hoje arriscaria dizer para quem migrariam eventuais votos que hoje estão em poder dos dois, que mantêm forte presença na periferia.
Entre os demais rivais, Eliseu Daniel tem seus melhores índices nas mesmas regiões da dupla, enquanto Mário Botion, empatado tecnicamente com os líderes, concentra votos em locais em que Hadich, em 2012, era o preferido (regiões de maior renda e escolaridade).
A dupla Quintal-Félix pode muito bem não apoiar nenhum rival e, barrada na Justiça, tentar transferir votos a sucessores – esse cenário é bem possível para o ex-prefeito, cujo índice de rejeição, alto, é um banho de água fria para suas pretensões de voltar pelo voto direto caso consiga – é dificílimo – reverter a inelegibilidade.
Botion e Eliseu devem sair satisfeitos com a fotografia do momento. Em tese, são os melhores posicionados entre aqueles com condições claras de elegibilidade.
Com baixa rejeição, Botion tem potencial de evolução nas intenções de votos.
A rejeição a Eliseu é maior do que a de Botion, mas não preocupante como nos casos de Hadich e Félix.
Incrivelmente, o atual prefeito conseguiu desbancar o posto histórico que pertenceu a Quintal na última década. O empresário sempre liderou o gráfico de rejeição, e hoje conseguiu baixá-la para 13,2%. O suficiente para ser muito cobiçado nas discussões sobre alianças.
Quanto a Hadich, a baixa intenção de voto (6,2%) e a alta rejeição (49,6% dizem que não votaria nele de jeito nenhum) complicam o projeto da reeleição. Mas ele tem um ano com a máquina pública para tentar mudar o panorama. Para seu azar, a economia do país e o governo federal não deverão ajudar.
A surpresa fica mesmo na constatação de que, passado um momento histórico de turbulência institucional como a cassação de um prefeito, a maioria do eleitorado continua a ter predileção por nomes já conhecidos.
Entre os líderes, apenas Botion seria uma novidade. Mas Hadich também foi em 2012 e três anos depois é o nome mais rejeitado.
Por enquanto, a pesquisa divulgada ontem serve como um importante marco de largada para conhecer o personagem mais importante, que é o eleitor. Ele é a verdadeira “caixinha” de surpresas.
* Pesquisa realizada pela Limite Consultoria, a pedido da Gazeta de Limeira
** Artigo originalmente publicado na Gazeta de Limeira edição de 13-7-15
Uma certeza: advogados, cartórios e juízes terão muita demanda se Quintal e Félix levarem adiante suas vontades pessoais de concorrer.
Numericamente à frente hoje em simulação estimulada, os dois terão um ano para "cozinhar" a discussão, embaralhando totalmente o cenário.
Ninguém hoje arriscaria dizer para quem migrariam eventuais votos que hoje estão em poder dos dois, que mantêm forte presença na periferia.
Entre os demais rivais, Eliseu Daniel tem seus melhores índices nas mesmas regiões da dupla, enquanto Mário Botion, empatado tecnicamente com os líderes, concentra votos em locais em que Hadich, em 2012, era o preferido (regiões de maior renda e escolaridade).
A dupla Quintal-Félix pode muito bem não apoiar nenhum rival e, barrada na Justiça, tentar transferir votos a sucessores – esse cenário é bem possível para o ex-prefeito, cujo índice de rejeição, alto, é um banho de água fria para suas pretensões de voltar pelo voto direto caso consiga – é dificílimo – reverter a inelegibilidade.
Botion e Eliseu devem sair satisfeitos com a fotografia do momento. Em tese, são os melhores posicionados entre aqueles com condições claras de elegibilidade.
Com baixa rejeição, Botion tem potencial de evolução nas intenções de votos.
A rejeição a Eliseu é maior do que a de Botion, mas não preocupante como nos casos de Hadich e Félix.
Incrivelmente, o atual prefeito conseguiu desbancar o posto histórico que pertenceu a Quintal na última década. O empresário sempre liderou o gráfico de rejeição, e hoje conseguiu baixá-la para 13,2%. O suficiente para ser muito cobiçado nas discussões sobre alianças.
Quanto a Hadich, a baixa intenção de voto (6,2%) e a alta rejeição (49,6% dizem que não votaria nele de jeito nenhum) complicam o projeto da reeleição. Mas ele tem um ano com a máquina pública para tentar mudar o panorama. Para seu azar, a economia do país e o governo federal não deverão ajudar.
A surpresa fica mesmo na constatação de que, passado um momento histórico de turbulência institucional como a cassação de um prefeito, a maioria do eleitorado continua a ter predileção por nomes já conhecidos.
Entre os líderes, apenas Botion seria uma novidade. Mas Hadich também foi em 2012 e três anos depois é o nome mais rejeitado.
Por enquanto, a pesquisa divulgada ontem serve como um importante marco de largada para conhecer o personagem mais importante, que é o eleitor. Ele é a verdadeira “caixinha” de surpresas.
* Pesquisa realizada pela Limite Consultoria, a pedido da Gazeta de Limeira
** Artigo originalmente publicado na Gazeta de Limeira edição de 13-7-15
segunda-feira, 6 de julho de 2015
A aventura de Félix
Quando me perguntam sobre os movimentos de Silvio Félix, costumo compará-lo a José Dirceu.
O petista foi cassado em dezembro de 2005, condenado sete anos depois pelo mensalão, mas, ao longo de todo o período, tudo o que disse ou fez – e isso vale até hoje – continuou a ser notícia.
Dirceu saiu da esfera pública, mas nunca da política porque esta é a própria vida do petista.
O mesmo se aplica ao limeirense e a outros que voltaram – ou desejam voltar – após cassação, como Collor, Roberto Jefferson e Dr.Hélio, em Campinas.
É natural, porém, sintomática a histeria, como citou a colega Érica Samara da Silva, de simpatizantes do prefeito Paulo Hadich, com o retorno anunciado por Félix.
O pedetista faz questão de demonstrar que terá um alimento único nos próximos meses, que é a má avaliação do governo de seu rival. Mesmo combustível que será usado por todos os concorrentes de Hadich.
A impressão corrente nas rodas de conversa é de que o saudosismo de muitos eleitores por Félix decorre mais da insatisfação com Hadich do que propriamente eventuais virtudes do ex-prefeito, que teve o mandato cassado por suspeitas de crimes.
A pré-candidatura de Félix nasce com prazo de validade determinado, em função da inelegibilidade imposta pela Câmara em 2012 e outras decisões que podem enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa.
Embora o ex-prefeito diga que pode reverter a cassação, quem conhece os meandros sabe que o Judiciário, tradicionalmente, não interfere em decisões políticas do Legislativo.
Logo, é quase certo que não será o nome de Félix que estará nas urnas em outubro de 2016, mas ele não está nem um pouco preocupado com isso.
Há vários casos conhecidos, inclusive na região de Limeira, de candidatos que, na última hora, colocam um substituto para emprestar seu posto na urna. E governar, posteriormente, nos bastidores, um cenário lamentável, diga-se.
O simples anúncio de Félix já basta para lançar uma enorme dúvida no meio político.
Quanto será o seu potencial de voto e o quanto ele vai embaralhar as pesquisas eleitorais são perguntas que todos fazem, sem respostas certas. O detalhe é que, se o governo de plantão é sempre o principal alvo, Félix será um pretendente a altura, já que ele, mais do que Hadich, é quem mais oferece artilharia para seus adversários, uma vez que responde a irregularidades na Justiça.
O resultado dessa aventura é uma faca de dois gumes.
Pode representar um gostinho de satisfação pessoal para Félix.
Ou cavar sua sepultura política de vez, agora pelo voto direto do eleitor.
* Artigo originalmente publicado na Gazeta de Limeira edição de 6-7-15
O petista foi cassado em dezembro de 2005, condenado sete anos depois pelo mensalão, mas, ao longo de todo o período, tudo o que disse ou fez – e isso vale até hoje – continuou a ser notícia.
Dirceu saiu da esfera pública, mas nunca da política porque esta é a própria vida do petista.
O mesmo se aplica ao limeirense e a outros que voltaram – ou desejam voltar – após cassação, como Collor, Roberto Jefferson e Dr.Hélio, em Campinas.
É natural, porém, sintomática a histeria, como citou a colega Érica Samara da Silva, de simpatizantes do prefeito Paulo Hadich, com o retorno anunciado por Félix.
O pedetista faz questão de demonstrar que terá um alimento único nos próximos meses, que é a má avaliação do governo de seu rival. Mesmo combustível que será usado por todos os concorrentes de Hadich.
A impressão corrente nas rodas de conversa é de que o saudosismo de muitos eleitores por Félix decorre mais da insatisfação com Hadich do que propriamente eventuais virtudes do ex-prefeito, que teve o mandato cassado por suspeitas de crimes.
A pré-candidatura de Félix nasce com prazo de validade determinado, em função da inelegibilidade imposta pela Câmara em 2012 e outras decisões que podem enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa.
Embora o ex-prefeito diga que pode reverter a cassação, quem conhece os meandros sabe que o Judiciário, tradicionalmente, não interfere em decisões políticas do Legislativo.
Logo, é quase certo que não será o nome de Félix que estará nas urnas em outubro de 2016, mas ele não está nem um pouco preocupado com isso.
Há vários casos conhecidos, inclusive na região de Limeira, de candidatos que, na última hora, colocam um substituto para emprestar seu posto na urna. E governar, posteriormente, nos bastidores, um cenário lamentável, diga-se.
O simples anúncio de Félix já basta para lançar uma enorme dúvida no meio político.
Quanto será o seu potencial de voto e o quanto ele vai embaralhar as pesquisas eleitorais são perguntas que todos fazem, sem respostas certas. O detalhe é que, se o governo de plantão é sempre o principal alvo, Félix será um pretendente a altura, já que ele, mais do que Hadich, é quem mais oferece artilharia para seus adversários, uma vez que responde a irregularidades na Justiça.
O resultado dessa aventura é uma faca de dois gumes.
Pode representar um gostinho de satisfação pessoal para Félix.
Ou cavar sua sepultura política de vez, agora pelo voto direto do eleitor.
* Artigo originalmente publicado na Gazeta de Limeira edição de 6-7-15
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