A presença de dois nomes em condições de inelegibilidade na liderança na primeira pesquisa de intenção de voto para as eleições municipais de 2016 é uma amostra do quão será difícil fazer previsões e apostas sobre quem comandará Limeira a partir de janeiro de 2017.
Uma certeza: advogados, cartórios e juízes terão muita demanda se Quintal e Félix levarem adiante suas vontades pessoais de concorrer.
Numericamente à frente hoje em simulação estimulada, os dois terão um ano para "cozinhar" a discussão, embaralhando totalmente o cenário.
Ninguém hoje arriscaria dizer para quem migrariam eventuais votos que hoje estão em poder dos dois, que mantêm forte presença na periferia.
Entre os demais rivais, Eliseu Daniel tem seus melhores índices nas mesmas regiões da dupla, enquanto Mário Botion, empatado tecnicamente com os líderes, concentra votos em locais em que Hadich, em 2012, era o preferido (regiões de maior renda e escolaridade).
A dupla Quintal-Félix pode muito bem não apoiar nenhum rival e, barrada na Justiça, tentar transferir votos a sucessores – esse cenário é bem possível para o ex-prefeito, cujo índice de rejeição, alto, é um banho de água fria para suas pretensões de voltar pelo voto direto caso consiga – é dificílimo – reverter a inelegibilidade.
Botion e Eliseu devem sair satisfeitos com a fotografia do momento. Em tese, são os melhores posicionados entre aqueles com condições claras de elegibilidade.
Com baixa rejeição, Botion tem potencial de evolução nas intenções de votos.
A rejeição a Eliseu é maior do que a de Botion, mas não preocupante como nos casos de Hadich e Félix.
Incrivelmente, o atual prefeito conseguiu desbancar o posto histórico que pertenceu a Quintal na última década. O empresário sempre liderou o gráfico de rejeição, e hoje conseguiu baixá-la para 13,2%. O suficiente para ser muito cobiçado nas discussões sobre alianças.
Quanto a Hadich, a baixa intenção de voto (6,2%) e a alta rejeição (49,6% dizem que não votaria nele de jeito nenhum) complicam o projeto da reeleição. Mas ele tem um ano com a máquina pública para tentar mudar o panorama. Para seu azar, a economia do país e o governo federal não deverão ajudar.
A surpresa fica mesmo na constatação de que, passado um momento histórico de turbulência institucional como a cassação de um prefeito, a maioria do eleitorado continua a ter predileção por nomes já conhecidos.
Entre os líderes, apenas Botion seria uma novidade. Mas Hadich também foi em 2012 e três anos depois é o nome mais rejeitado.
Por enquanto, a pesquisa divulgada ontem serve como um importante marco de largada para conhecer o personagem mais importante, que é o eleitor. Ele é a verdadeira “caixinha” de surpresas.
* Pesquisa realizada pela Limite Consultoria, a pedido da Gazeta de Limeira
** Artigo originalmente publicado na Gazeta de Limeira edição de 13-7-15
segunda-feira, 13 de julho de 2015
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