A união precoce de lideranças oposicionistas numa frente para Limeira é o resultado de uma antecipação desnecessária das eleições de 2016, forçada pelo prazo de filiação a partidos (que vence no início de outubro, para quem deseja concorrer no ano que vem), pela movimentação do inelegível Silvio Félix e a real chance de chegar ao poder, dada à baixa intenção (atual) de votos e à altíssima rejeição de Paulo Hadich.
Não é tão simples, porém, e o principal desafio do grupo será, primeiramente, achar um discurso de afinidade consistente, o que ficou um pouco ausente na apresentação oficial do grupo.
Mario Botion, por exemplo, já se colocou contrário à nomenclatura “bloco anti-Hadich”, o que não se viu nos discursos dos demais colegas de mesa.
A insistência no mote “não queremos nada com o grupo presente (Hadich) nem com o grupo passado (Félix)” também precisa de mais esclarecimentos a muitos eleitores que torceram o nariz para a união de Botion, Eliseu, Quintal e dr. Júlio, que ganhou ainda a adesão de Rodrigo Oliveira.
Fato é que cada liderança deu um naco de desesperança aos seus simpatizantes.
Botion segue em busca de uma legenda maior que lhe permita uma campanha robusta, mas sua presença ao lado de Quintal já causou mal-estar em muitos eleitores e sua entrada no ninho tucano precisa superar as resistências dos líderes tucanos regionais e locais.
Por sua vez, Eliseu está hoje com o caminho livre para ser o nome do PSDB, mas já acenou que pode aceitar eventual composição, o que causa mal-estar em quem defende o protagonismo da sigla.
Já Quintal, que não fala abertamente sobre suas condições de elegibilidade, terá de enfrentar seu eleitorado que não se esqueceu de 2012, quando uma ação de Eliseu torpedeou a campanha do empresário.
Se a ideia é mesmo caminhar junto, ao menos o grupo terá tempo para alinhar e convencer seus respectivos nichos.
Quanto maior a demora neste processo, mais terreno ganha Paulo Hadich.
O agrupamento de adversários ajuda a unificar o discurso eleitoral.
O prefeito deve, portanto, tentar a reeleição com praticamente os mesmos adversários que venceu em 2012, além de Félix.
Se já sabe os instrumentos necessários para enfrentá-los, Hadich terá contra si seu governo, que segue mal avaliado e dando, frequentemente, armas para os rivais. Além, é claro, de enfrentar seus problemas internos – diferentemente de 2012, PMDB e PT estão fragmentados, com integrantes presentes no governo e em proas adversárias.
E ainda falta mais de um ano para a eleição...
* Artigo originalmente publicado na Gazeta de Limeira edição de 7-7-15
terça-feira, 8 de setembro de 2015
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