A surpreendente nomeação do radialista Bruno Bortolan na presidência do Instituto de Previdência Municipal de Limeira (IPML) do governo de Paulo Hadich passa pelo contexto político de 2016, mesmo que ainda não estejam claros os cenários.
A pergunta que todos fazem é onde se encaixaria Mario Botion (PEN), com quem Bruno divide os microfones e caminha lado a lado - o radialista pediu voto para o empreiteiro em 2014.
Botion, como se sabe, saiu ferido do PMDB, após ser preterido pelo grupo de Milton Caram para a disputa do Edifício Prada em 2012. Botion, a partir daí, sempre falou horrores do PMDB, migrou para o minúsculo PEN, é um candidato forte para o ano que vem, além de ser um crítico do governo Hadich.
A reaproximação de Bortolan com Hadich faz acender um alerta também no PT. Não é de hoje que o partido reclama da perda de cargos nos últimos meses.
Embora o IPML sempre foi da cota do PMDB, o PT já estava ressabiado quanto à proximidade de Hadich com o PR de Miguel Lombardi. Com a vinda de Bortolan, o PMDB voltará a ter espaços no governo e, quem sabe, pode ajudar a expelir o PT da aliança para 2016 - no rádio, ele é um crítico dos governos do PT.
Também não se sabe como será a recepção do terceiro escalão e militantes governistas a Bortolan, uma vez que a postura crítica do radialista sempre motivou discórdias explícitas nas redes sociais.
Bortolan também decepcionou alas do PSDB, que não suportam de modo algum qualquer acordo com o governo PSB-PT.
Mas, deixando de lado o contexto político, Bortolan terá um desafio ainda maior no IPML, órgão de natureza burocrática, onde terá um bom salário, pouco acompanhamento da imprensa e baixa visibilidade, provavelmente só aparecendo nas fotos nas entrevistas coletivas de Hadich em outras áreas - geralmente, os secretários vão às coletivas para demonstrar apoio ao que está sendo divulgado.
No rádio e na Câmara Municipal, Bortolan foi um feroz crítico da implantação do subsídio às viações de ônibus.
No rádio, Bortolan sempre foi um feroz crítico da chamada taxa da luz.
No rádio e na Câmara, Bortolan sempre foi um feroz crítico do abandono, por parte de Hadich, de suas ideias sobre o ISS a 2%.
Agora, Bortolan vai integrar o governo que implantou o subsídio no transporte coletivo, defende a taxa da luz e se deparou, no poder, com a dificuldade de fazer um corte geral no ISS.
É um desafio e tanto.
* Crédito da imagem: Câmara Municipal de Limeira
terça-feira, 28 de abril de 2015
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