A nota crítica emitida pelo bispo Dom Vilson Dias de Oliveira teve o dedo de padre Reynaldo Ferreira de Melo, pároco da Nossa Senhora Aparecida e 2º na hierarquia diocesana. O padre foi, em tempos passados, um puxador de votos do petista Wilson Cerqueira, eterno diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.
Todas as pessoas com quem conversei – é claro, sem ligação com o MST ou a polícia – dizem que a reintegração pacífica foi objeto de desejo da PM limeirense. A tomada à força só ocorreu devido à forte resistência do movimento.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar possíveis abusos na ação da PM de Limeira. Palpite: será arquivada sem demora. Lado corporativista deve falar mais alto. O prazo para apresentação de resultados é de 40 dias.
Mesmo demonstrando desconhecimento da situação jurídica da briga entre a Prefeitura e o Incra, a ex-senadora e ex-candidata presidencial Heloísa Helena, presidente nacional do PSOL, não poupou críticas à ação da PM. “Reintegração não é espancamento de idosos e crianças”, reverberou. Para quem só ouviu os sem-terra e não estava no local, achei pesado demais.
O deputado Ivan Valente (PSOL) prometeu usar seu tempo livre na Tribuna da Câmara para criticar a violência empregada pela PM de Limeira. Se o fará são outros quinhentos. No dia, ele diz ter conversado duas vezes por telefone com o chefe da Casa Civil do Estado, Aloysio Nunes Ferreira.
O senador Eduardo Suplicy (PT) ligou na tarde do dia da reintegração no cartório do Ofício da Fazenda Pública. Queria saber o andamento do processo na Justiça e o que podia ser feito pelo MST. Ele contatou também o secretário estadual da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.
Prefeitura lavou as mãos no dia da reintegração. Só afirmava que ela devia ser cumprida, nada mais. Não ofereceu nem apoio aos oficiais de Justiça, que para não passarem fome, tiveram de recorrer aos víveres da PM.
Um deputado quis dar uma de grande no dia da reintegração. Foi repelido pelo oficial de Justiça: “O senhor pode mandar lá em Brasília. Aqui, não”.
Cláudia afirma que mais de 50 integrantes do MST ficaram feridos na ação da PM. Com base em conversas com quem lá esteve no dia, creio que há exagero nessa contagem.
A coordenadora do MST, Cláudia Praxedes, não queria assinar de jeito nenhum o documento da Justiça sobre a reintegração de posse da área do horto. Ouviu do oficial de Justiça que seria citada se não o fizesse. Foi convencida por um advogado.Aliás, em uma rápida navegada pela internet, Cláudia aparece em muitos textos como assessora de imprensa (?) do movimento. No processo que corre na Justiça, ela é quem responde pelo grupo contra a Prefeitura.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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